Nelson Serra, coordenador técnico pelo aproveitamento hidroagrícola de Macedo de Cavaleiros explica que as condições meteorológicas, que se têm sentido ultimamente, como as trovoadas, fazem que os terrenos percam a parte dos nutrientes:
“O que acontece é que com as lavragens aos terrenos, faz com que os finos, ou seja, as argilas e areias, quando vêm estas chuvas, sejam levadas pela água. Depois consequentemente, essas areias e argilas acumulam-se no nosso canal porque não há drenos. Ao lavrar, como o solo não está consolidado, faz com que essas terras sejam levadas e as próprias culturas ficam a perder, a superfície de 40 cm, que é onde estão os nutrientes.”
Para que tal não aconteça é importante respeitar os 5 metros de distância para cada lado e a utilização de outras técnicas, como a limpeza dos terrenos através de corte com roçadoras. O engenheiro ainda deixa um apelo para que use o cultivo de trevo, como elemento de nutrição dos solos como adianta:
“Na parte montante do canal os agricultores deviam utilizar uma estratégia diferente como o cultivo de umas ervas, trevos, por exemplo. Isto vai permitir que haja simbiose entre a planta e o trevo para a fixação de azoto atmosférico. Há certas propriedades benéficas que as próprias plantas trazem às culturas. O trevo é uma mais-valia, em que além de manter o solo fresco não permite esse deslize de terras para o canal.
Devido às alterações climáticas, ou seja solos mais quentes, recomenda a manutenção de herbáceas nos solos fará com que arrefeça a temperatura dos mesmos.
No entanto existem diversos problemas associados ao canal. Um deles é danificação dos tubos do regadio, uma vez que os custos de reparação estão anexados aos regantes, o que é bastante prejudicial.
“As plantações e as construções têm de manter a distância de 5 metros, quer da conduta, quer do canal para cada lado. Muitas pessoas não estão a respeitar. Outra coisa que acontece ali que estão a fazer estragos nas nossas condutas, por causa das plantações Por exemplo, ainda há pouco, nesta semana que passou, fizeram uma plantação e danificaram um tubo de 150.”
Tal como este problema verifica-se ainda a destruição da rede viária usada para o acesso ao canal que acaba por ser utilizada por diversos agricultores.
Recorde-se que o canal aproveitamento hidroagrícola de Macedo de Cavaleiros tem 18, 5 quilómetros. Já a Associação tem 300 agricultores inscritos.
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