sexta-feira, 26 de julho de 2024

Árvore genealógica de Domingos António Gil de Figueiredo Sarmento

 1º ANTÓNIO DE FIGUEIREDO SARMENTO, cavaleiro do hábito de Cristo, governador de Bragança, fundador da capela de Santo António do Toural, em Bragança, em 1712 com vínculo de morgadio (115). Descendência:
JOSÉ ANTÓNIO DE FIGUEIREDO SARMENTO, que nasceu, em Bragança, a 23 de Fevereiro de 1697. Teve carta de brasão de armas, passada a 27 de Julho de 1713, que ainda se conserva no arquivo da Quinta da Rica Fé.
Casou, em Bragança, a 15 de Maio de 1724, com D. Faustina de Sousa, natural de Vila Real, filha de Manuel Pereira de Lemos, cavaleiro da Ordem de Cristo. Descendência:
ANTÓNIO DE FIGUEIREDO SARMENTO, que nasceu, em Bragança, a 11 de Abril de 1726, e casou com D. Rosa Maria do Vale, da Mofreita, concelho de Bragança. Descendência:
D. RITA VICÊNCIA DE FIGUEIREDO, que nasceu em Mofreita e casou, em Moimenta, concelho de Vinhais, com o doutor Domingos António Gil, que faleceu em Bragança a 3 de Maio de 1807. Descendência:
DOMINGOS ANTÓNIO GIL DE FIGUEIREDO SARMENTO. «O Bravo Gil», da Guerra Peninsular contra os franceses e das lutas liberais, de quem vamos tratando e a quem se refere esta genealogia, casou com D.Mariana Vitória Gil, filha de João Esteves Alvarez, natural da Moimenta, e de D. Catarina Gil, da Rica Fé; neta paterna de Sebastião Alves e de D. Isabel de Lousada, da família Gil Lamadeita Rodrigues Salgado Lousada, de Moimenta, desfrutadora de um «opulento morgadio», de que fala o Arquivo Heráldico Genealógico, pág. 293 (116).
D. ANA RAQUEL CAROLINA GIL DE FIGUEIREDO SARMENTO, que casou com o capitão de cavalaria José António de Lima Carmona, natural de Vilar de Nantes, concelho de Chaves, que muito se distinguiu nas lutas constitucionais (117), Filho de Manuel António da Costa Lima, corregedor da comarca de Bragança, natural de Ponte de Lima, e de D. Antónia Marcelina de Machado e Azevedo Carmona, natural de Vilar de Nantes. Descendência:
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(115) Ver tomo I, p. 332, e tomo II, p. 30l, destas Memórias Arqueológico-Históricas do distrito de Bragança.
(116) A propósito de João Esteves Alvarez, ver o tomo II, p. 301, destas Memórias Arqueológico-Históricas do distrito de Bragança.
(117) Ibidem, tomo I, p. 210.
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ANTÓNIO PAULO GIL DE FIGUEIREDO CARMONA, que nasceu em Rica Fé, subúrbios de Bragança, a 30 de Janeiro de 1853 e aí faleceu a 22 de Abril de 1913. Era casado com D. Maria Eugénia de Morais, natural de Soutelo da Gamoeda, concelho de Bragança, irmã do doutor Francisco Manuel de Morais, que faleceu em Bragança a 13 de Junho de 1898, ambos terceiros netos de Isabel Afonso, irmã de Madalena Afonso, terceira avó paterna do autor destas linhas.
António Paulo Gil de Figueiredo Carmona teve um irmão:
Teodoro Gil de Figueiredo Carmona, que nasceu em Rica Fé, a 7 de Janeiro de 1857. É diplomado com o curso de infantaria e com o de engenharia civil, que terminou em 1898. Alferes em 1885, tenente em 1894, capitão em 1900. Em 1891 foi despachado, mediante concurso de provas públicas, professor para o liceu de Faro, sendo depois transferido para o central de Lisboa, onde se conserva. Casou, a 23 de Janeiro de 1893, com D.Virgínia Júlia da Conceição Reis, filha de um comerciante de Lisboa (118).
Descendência de António Paulo Gil de Figueiredo Carmona:
JOSÉ HIPÓLITO DE MORAIS CARMONA, filho único, bacharel formado em direito pela Universidade em Coimbra, actual juiz auditor em Bragança, que nasceu em Soutelo da Gamoeda a 20 de Abril de 1877 e casou, a 5 de Outubro de 1910, em Lisboa (Lapa) com D. Maria da Conceição Barata, natural de Celorico da Beira. Descendência:
I. D. Maria Eugénia, que nasceu, em São Pedro do Sul, a 14 de Setembro de 1911.
II. D. Maria José, que nasceu, no Marco de Canaveses, a 5 de Janeiro de 1917.
A poesia que a seguir publicamos foi-nos obsequiosamente cedida pelo Ex.mo Sr. doutor José Hipólito de Morais Carmona. Estava impressa em 8º e parecia ter feito parte de um livro, pois tinha a paginação 3-4-5-6:
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(118) Ver Portugal: Dicionário, etc. ..., artigo «Figueiredo Carmona», e também O Correio de Cintra, de 10 de Maio de 1903, onde se encontra reproduzida a sua fotografia.
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«Ao Ill.mo Snr.
Domingos Antonio Gil de Figueiredo Sarmento

Coronel de infantaria nº 6 e regenerador da Patria

ELOGIO

Augusta imagem do presente augusto
Que o eco benigno nos mandou n’outr’ora!
Imagem do trovão, que espanca, espalha
O cerrado negrume, o torvo asylo
Do despotismo atroz, da tyrannia!
Dia, dia sem par nos Lusos fados!...
Eis magestosa idéa á mente assoma...
No templo augusto da memoria eterna
As bronzias portas, estridentes se abrem,
E, no vasto salão da Eternidade,
Hum Gil se avista ao longe, acceso em brio!
Fulgente ferro, valoroso brando,
De guerreira Phalange ensaia os golpes,
Primeiro arremettendo ao monstro ousado:
Na mão a espada, e lá no peito a Patria,
Amor, que na alma nutre, espalha na alma...
Eis grita á salvação da afflicta Patria;
E, ao grito salvador, Heroes pullulão;
– Zoilos! estremecei, rugi, mordei-vos, –
Em balde intentareis roubar-lhe a gloria;
Entre meigos transportes de alegria,
O Nome do seu Gil profere a Patria,
Com sorrisos lhe afaga o caro nome:
– Zoilos! estremecei, rugi, mordei-vos
– Em balde intentareis roubar-lhe a gloria:
Em marmoreo padrão d’Heroes na Estancia
A Patria já gravou seu nome e gloria;
Eterna gratidão milhoens de altares,
Portuenses corações, ergueu-lhe ha muito:
Ó Nobres Cidadãos! Abri-me o peito,
Da lisonja vingai meu grato canto;
Dizei que vezes mil seu doce Nome
Lembrança grata vos revolve n’alma?
Dizei porque razão Ihe armaes a deixtra? (119)
E gratos mimos tributaes, benignos,
Aos guerreiros ousados que elle educa? (120)
Não foi da gratidão o doce influxo,
Quem sempre vos dictou tão nobres teitos?
Ó Gil! Ó Grande Gil! Ó Nome augusto!
Disfruta a gloria que te dá teu nome,
Que a par dos Bronzes durará brilhante.
Se inutil Zoilo de trahir teus feitos;
No templo augusto dos Heroes famosos,
Ovante o Nome teu lhe aponta, amostra;
Nos ternos corações dos Portuenses
Aras lhe amostra, que erigirão gratos;
Despreza então a inveja, insulta o ódio,
He tua a Eternidade, insulta os Evos.

Dias dourados, quais vio Grecia e Roma

SONETO

Já, já nada podeis, monstros do Averno,
Ministros d’um furor sanguisedento!
A patria triunfou oh! que portento!
Já, já nada podeis, monstros do inferno!
Da tyrannia atroz collosso eterno,
D’um só golpe cahio n’um momento;
O Nome Portuguez, do esquecimento.
Ovante resurgio, é sempiterno:
A par da liberdade, o Nome Augusto
Do mais benigno rei as furias doma,
O inferno espavorio encheo de susto!
O sec’lo Saturnino eis já s’assoma,
E a Patria restaurou, do esforço a custo,
Dias dourados, quaes vio Grecia e Roma.
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(119) Alude à oferta de uma espada que lhe fez O Comércio do Porto, a qual eu ainda vi na casa da Rica Fé.
(120) Alude a vários presentes que O Comércio do Porto fez ao regimento de infantaria nº 6.
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O heroe libertador da Patria inteira

SONETO

Carthago deu Annibal valoroso,
Que os muros abalou da altiva Roma;
Mas seu alto valor reprime e doma
Prudente Scipião victorioso.
Na Grecia grande, altivo, generoso
Leonides sem par eis lá se assoma;
Seu nome e dos heroes, em grato idioma,
Em Termopylas brilha portentoso:
A Grecia subjugou Filippe ousado;
Tremula de Alexandre a audaz bandeira
No mundo de seus feitos assombrado
Mas vossa gloria, heroes, é mui ligeira
A par d’um Gil, que foi, por nosso fado,
O heroe libertador da Patria inteira.»

MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

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