Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Fungo da podridão da castanha já é detectado com o fruto ainda na árvore

 As oscilações da temperatura e a chuva, que têm vindo a contrariar a estação de Verão, são propícias ao fungo da podridão da castanha


O ano passado, no concelho de Vinhais, os produtores chegaram a ter 80% das castanhas com podridão. Este ano temem que o fungo volte a causar prejuízos.

Este fungo começou a ser estudado pelo Instituto Politécnico de Bragança em 2019. Inicialmente era detectado apenas nas castanhas que estavam armazenadas. No entanto, a investigadora Paula Rodrigues, explica que a situação se tem vindo agravar e a podridão já é detectada em castanhas que ainda estão na árvore. “É um fungo que, até há poucos anos, era detectado em maior quantidade só após a colheita, já durante o armazenamento. Ou seja, era um fungo que enquanto a castanha estava na árvore, a árvore conseguia controlar com o seu sistema imunitário o desenvolvimento do fungo, mas assim que era colhida e durante o seu armazenamento tinha uma propagação muito rápido. O que nós estamos a verificar agora é que já no campo, ainda com a castanha, pré colheita, detectamos uma grande incidência do fungo e da podridão”, explicou.

Esta falta de “imunidade” dos castanheiros estará relacionada com as alterações climáticas e com o fungo ser bastante resiste a temperaturas altas.

Marcelino Rodrigues foi um dos agricultores a quem o fungo provocou prejuízos o ano passado. Tem cerca de 20 hectares de soutos em Meixedo, no concelho de Bragança, e muita castanha não estava em condições para ser vendida. “A castanha estava má, podres e mais podres. Tinha soutos, ia lá e via tudo furado, tudo cheio de buracos e deixava-as. Já nem as apanhava, para quê? Para atirar com elas?”.

A produção de Lindolfo Garcia também não conseguiu escapar. Tem 40 hectares de soutos nos concelhos de Bragança e Vinhais. Por ano, colhe 90 toneladas de castanha. Na campanha anterior, o prejuízo chegou às 15 toneladas. “O ouriço estava no chão, aberto, e olhava-se e viam-se castanhas maravilhosas, abriam-se e estavam todas podres”, explicou, dizendo que tinha “três reboques” cheios de castanha “estragada”, o que representa “15 toneladas”.

A fraca qualidade fez descer o preço da castanha. Segundo o presidente da Arborea- Associação Agro-florestal da Terra Fria Transmontana, Abel Pereira, alguns fornecedores chegaram a devolver a castanha. “A castanha não tinha qualidade para o mercado. O preço andava a ronda 1,5 euros, quando devia rondar os 2 ou 2,3 euros. Houve fornecedores que tiveram de devolver castanha”, disse.

O IPB está a estudar o possível combate do fungo com agentes biológicos. No entanto, é preciso ter em consideração vários factores, como a meteorologia, a dimensão da árvore e a região. A validação científica pode demorar, pelo menos, três anos.

Os estudos que estão a ser desenvolvidos pelo politécnico de Bragança para o fungo da podridão da castanha não têm financiamento. Estão a ser feitos com fundos próprios do IPB, pois todas as candidaturas submetidas até agora para esta investigação não foram aprovadas. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Sem comentários:

Enviar um comentário