terça-feira, 23 de julho de 2024

Memória industrial transmontana e castelhana dá o mote a novo produto turístico

 A Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes e a província espanhola de Castela e Leão pretendem criar um novo produto turístico assente na atividade e na memória industrial do território fronteiriço, financiado por fundos europeus, foi hoje anunciado.


O projeto de cooperação transfronteiriça denominado “In_Genios_Duero_Douro” tem como objetivo valorizar o património industrial e cultural do território transfronteiriço do Douro, teve agora o seu início, esperando-se a conclusão dentro de dois ou três anos.

A ideia passa por lançar as bases para a criação de um novo produto turístico centrado nos valores e bens industriais existentes no território de fronteira do Douro-Duero, entre os nove concelhos da CIM transmontana e a região vizinha de Castela e Leão, em Espanha.

“Em primeiro lugar vamos fazer uma inventariação de todo o património ligado ao turismo industrial, e ao mesmo tempo recuperar os espaços existentes neste território, no sentido de se criar uma rota entre Portugal e Espanha, não só pelo aspeto material mas também o aspeto humano”, explicou aos jornalistas o presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo.

Segundo Jorge Fidalgo, um dos aspetos mais importantes deste projeto de cooperação transfronteira é a salvaguarda do lado português da memória do Complexo Agroindustrial do Cachão, no concelho de Mirandela, a que se junta o ciclo industrial da sede ou atividade mineira, bem como as azenhas ou moinhos.

“O que se pretende ter no território é um produto turístico não massificado, para que os visitantes ao longo do ano possam descobrir esta nova oferta turística no território fronteiriço”, vincou.

As reuniões preparatórias entre Portugal e Espanha já arrancaram e espera-se que dentro de dois a três anos esta rota turística dedicada à memória industrial da região de fronteira esteja concluída.

O “In Génios_Duero_Douro” surge no âmbito da estratégia transfronteiriça para a promoção de um turismo sustentável de base identitária, contribuindo para diversificar a oferta turística, combater a sazonalidade e promover o desenvolvimento económico.

Por seu lado, Joaquim Garcia, representante da Fundacion Santa Maria la Real del Patrimonio Histórico e coordenador do projeto, avançou que se está a trabalhar numa iniciativa inovadora que tem por missão identificar os recursos do património industrial dentro do território da península e fazer dele um elemento de desenvolvimento da região de fronteira do Douro.

“O território do Douro Internacional é conhecido pelas suas rotas do vinho, os trabalhos em seda, mas o património industrial foi pouco divulgado, o que o tornou também pouco conhecido”, referiu.

De acordo com este responsável, este projeto vai permitir revitalizar e promover o património industrial e cultural dos dois lados da fronteira através do desenvolvimento de experiências turísticas únicas e autênticas, e consciencializar a população para este recurso turístico.

“Vamos criar um plano de comunicação e marketing tendo em vista a capacitação sobre o território e dos seus diferentes agentes a fim de dinamizar a cooperação transfronteiriça”, vincou Joaquim Garcia.

O projeto tem uma dotação financeira de 1,2 milhões de euros, sendo cofinanciado pela União Europeia através do Programa Interreg VI-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027.

Para além da CIM Terras de Trás-os-Montes, integram este projeto o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e a Turismo do Porto e Norte de Portugal.  

Junta-se ainda a Fundacion Santa Maria la Real del Patrimonio Historico, a Junta de Castilla y León, a Dirección General de Patrimonio Cultural, a Asociación Ibérica de Municipios Ribereños del Duero (AIMRD), o  Clúster de Hábitat Eficiente (AEICE) e o Ayuntamiento de Zamora, entidades da vizinha Espanha.

FYP // JAP
Lusa/Fim

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