sábado, 31 de agosto de 2024
Segura-te bem Meu Amor
Vou-te contar umas coisas que não se resolvem com “likes” no facebook, nem com fotos bonitinhas.
Queria confirmar-te que quem manda no mundo é um monstro mau chamado Capital Financeiro. É a mesma coisa que dizer que quem manda no mundo é quem tem muito dinheiro e muito poder. Mas não me entendas mal, não tem mal nenhum ter dinheiro, mesmo que seja muito, se for ganho com trabalho honesto e os lucros forem divididos por todos os que ajudaram a que fosse criada essa riqueza. Esses donos do mundo de que te estava a falar, são muitos e não têm cara porque se escondem. Os que os representam e vão “pagar” se correrem mal as negociatas, são os chamados “Testas de Ferro”. Criam "sociedades" e mudam-lhes o nome quando lhes convém. Mentem e todos sabem. Chama-se abrir falência. Não pagam a quem devem e ficam impunes. Logo de seguida abrem, ou fundam, outras empresas e continuam com os mesmos comportamentos.
Colocam a mandar nos Países quem querem e lhes apetece. Colocam ditadores, que são homens maus, e a seguir tiram-nos de lá, matam-nos conforme lhes convém. Até lhes dão armas para poderem matar e depois matam-nos a eles quando deixam de lhes interessar.
Mas olha que nos países que se dizem democráticos “a coisa”, apesar de ligeiramente melhor, não anda ainda capaz de fazer felizes as pessoas.
Nesses países as pessoas podem votar. Quer isso dizer que são as pessoas que escolhem aqueles que vão governar esses países. Compram-se votos e “pessoas”… acredita. E esses vendilhões ficam sempre impunes. Pois fica sabendo que muitas vezes, são escolhidos Ladrões, Malfeitores, Corruptos…que, depois de descobertos, nunca são punidos. E mesmo que o sejam, quando saem da prisão o povo volta a votar neles como se fossem homens e mulheres honestos e entregam-lhes, novamente, as chaves dos cofres e das decisões que a nós nos podem fazer felizes e homens livres… Ou escravos.
Os donos dos bancos, que se chamam banqueiros, roubam milhões e milhões do dinheiro que as pessoas depositam nos bancos. Arruínam os bancos, dão dinheiro à família e aos amigos e depois sou eu e todos os que pagam impostos que temos que voltar a meter mais dinheiro nos bancos, dinheiro esse que podia servir para construir hospitais, escolas, lares para idosos que podiam ser iguais a hotéis de 5 estrelas.
Estes Países, ditos democráticos, também são governados por um monstro. Chama-se Cunha. Mas, disso, falamos na próxima conversa.
Custa a acreditar, com tanto dinheiro no mundo, que existam meninos da tua idade que estão a morrer de fome, de frio, de sede e com falta de tratamentos médicos.
Alguns Países fingem que querem paz na terra mas é mentira. Dizem uma coisa e fazem outra. Oferecem umas fisgas a uns e vendem milhões de armas aos outros e que lhe rendem biliões.
Eu sei que te custa a acreditar mas sabes bem que não te ia mentir.
Por estas e por outras, é que te peço que te agarres bem.
Cada vez dás mais importância a estas coisas, eu sei.
Ouve mais esta.
Há muitas pessoas, iguais a nós, com casa, trabalho, bens, família, que estão a fugir dos países deles. Os países deles estão em guerra. Na guerra morrem pessoas, perde-se tudo. Os bens, o trabalho, a família…tudo. Morre-se na guerra. Não querem muito. Só querem poder viver, trabalhar, ter família… tentarem ser felizes.
Sabes o que dizem alguns homens da minha idade? Outros mais novos e outros mais velhos?
Dizem que aqueles que fogem da guerra são todos terroristas, bandidos, assassinos e que não podem vir para cá.
Achas que faz sentido abandonar tudo o que se tem, sabendo que as probabilidades de morrer pelo caminho, são inúmeras?
O Avô quer dizer que milhares dessas pessoas que fogem, dos países deles, vão morrer antes de chegar a qualquer destino. Os Avôs, os Pais, os Filhos, os Netos.
O mundo tem na decisão do seu destino o ÓDIO e a falsidade, o corporativismo, a ambição e a prepotência.
Não te aborreço mais por hoje.
Meu Amor…
Talvez vós… um dia...
Beijos do Avô.
Parque Natural de Montesinho assinala 45 anos com novos projetos
A diretora regional do norte do ICNF considerou à Lusa que o modelo de cogestão da área protegida implementado há quase três anos e que integra também os municípios de Bragança e Vinhais e várias entidades e associações locais, foi “um marco”.
Sandra Sarmento referiu ainda que neste período foi investido no parque cerca de um milhão de euros provenientes do Fundo Ambiental e que com a entrada mais recente na cogestão da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, estão a procurar fontes de financiamento para os projetos que integram o plano de cogestão.
“Temos trabalhado com a Comissão para encontrar fontes de financiamento (…) que forem possíveis para apoiar as ações que temos previstas. O plano envolve um conjunto de ações com um valor significativo, que ronda os 64,5 milhões de euros.”, afirmou Sandra Sarmento.
Hoje, no dia aberto do PNM, foram apresentados na aldeia de Vilarinho dois novos projetos - o “Experienciar Montesinho”, que é uma aplicação para dispositivos móveis para ajudar na visita à área protegida, e o “Montesinho para todos”, que inclui a criação de um centro de apoio aos percursos pedonais, trilhos ou rotas interpretativas.
Foi ainda inaugurado um centro interpretativo na aldeia de Montesinho.
O PNM perdeu quase 500 hectares num incêndio que deflagrou a 10 de agosto. De acordo com os dados divulgados pelo ICNF, arderam 445,331 hectares, a grande maioria, cerca de 421, mato.
Questionada sobre os pedidos feitos após a extinção das chamas, nomeadamente por Paulo Xavier, presidente da câmara de Bragança e que acumula o cargo da presidência da cogestão do PNM, sobre a necessidade de revisão do ordenamente e do plano contra incêndios na zona, para que sejam melhoradas as áreas de contenção à volta da população e as redes viárias, Sandra Sarmento revelou que está em curso o processo de recondução do plano de ordenamento do PNM.
“Contratámos uma empresa e estamos a trabalhar. O processo de recondução de plano a programa está em curso. Nesse processo vamos implementar as alterações, os ajustes, os acertos que forem necessários. Naturalmente não será possível acolher tudo, mas faremos o nosso melhor para garantir que vamos ao encontro também das ambições das populações”, garantiu Sandra Sarmento, acrescentando que, depois de concluída esta etapa, haverá uma consulta pública.
Sobre as antigas casas da floresta, atualmente sem uso e degradadas, a diretora regional disse que algumas serão recuperadas em projetos já previstos, outras está a ser avaliada a possibilidade de recuperação para lhes serem atribuídas novas funções e o ICNF está ainda disponível para protocolos de colaboração com privados.
Sobre a possibilidade de o PNM voltar a ter um diretor, Sandra Sarmento comentou apenas que está previsto que alguns parques possam voltar a ter essa figura, mas que no momento não consegue adiantar mais informações.
“A mensagem [que queremos deixar] é que temos vindo a apostar numa gestão de proximidade, colaborativa, que envolve as pessoas para encontrar formas de apoiar e ajudar nas estratégias que se vão desenhando para o território”, rematou, em jeito de resumo, a dirigente do ICNF, vincando que a instituição está sempre disponível para novos projetos que vão ao encontro das expectativas da população que se enquadrem no “espírito de uma área protegida”.
O PNM foi reconhecido a 30 de agosto de 1979. Tem cerca de 75 mil hectares nos concelhos de Bragança e Vinhais, a Terra Fria Transmontana, e inclui 92 aldeias.
sexta-feira, 30 de agosto de 2024
Miradouros sobre o Douro e o Tua, maçãs, vinho e azeite são tesouros para descobrir em Carrazeda de Ansiães
Com peculiar geografia, Carrazeda de Ansiães descobre-se no perfume de maçãs singulares, vinho e azeite. Na terra delimitada pelos rios Douro e Tua, a viagem faz-se por estradas panorâmicas ao encontro de miradouros que desvendam uma "Paisagem Cultural Evolutiva e Viva", e por trilhos em pleno Parque Natural Regional do Vale do Tua. Roteiro de Fim de Semana é uma iniciativa Boa Cama Boa Mesa, com o apoio do Recheio.
Maçãs sumarentas, cultivadas em altitude, vinhos e azeites afamados motivam a Feira Anual de Carrazeda de Ansiães. Com geografia ímpar, este concelho antigo é uma das portas do Vale do Tua e oferece esplêndidas panorâmicas sobre as encostas do Douro.
Tidas por muitos como “as melhores maçãs” do país, o fruto é símbolo de Carrazeda de Ansiães, um dos municípios situados mais a sul de Bragança. A terra, marcada por forte ruralidade, localiza-se junto aos rios Douro e Tua, e está rodeada por Alijó, Murça, Mirandela, Vila Flor, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e São João da Pesqueira. O enumerado de locais faz crescer ainda mais a vontade de planear uma viagem à região.
Ansiães explora uma grande variedade de recursos agrícolas. A vinha ocupa sobretudo os habitantes das aldeias que se implantam dentro da área da "Paisagem Cultural Evolutiva e Viva", classificada como Património da Humanidade pela UNESCO, onde nasce o precioso e afamado vinho do Porto, a que se junta o azeite e a maçã. Aos emblemas dos férteis campos de Ansiães acrescenta-se a laranja, o figo, a castanha, a batata do planalto e o queijo que integram o vasto rol de produtos da região. À mesa brilham ainda as carnes e o peixe do rio.
Parque Internacional de Escultura |
Estradas panorâmicas e parque internacional de escultura
Pela região, multiplicam-se as estradas panorâmicas que conduzem a miradouros sem fim num imenso planalto. 14 freguesias perfazem este concelho onde o património natural e arquitetónico convive com o arqueológico e o cultural.
Aproveitando a pedra mais típica da região, o granito, 12 artistas, nacionais e internacionais, interpretaram a seu modo diversos temas relacionados com a arte e a vida. O resultado pode ser apreciado em permanência no Parque Internacional de Escultura de Carrazeda de Ansiães, em plena área urbana, constituído por doze esculturas em granito. Também escultor, Alberto Carneiro é homenageado em permanência na galeria Alberto carneiro, onde se descobre o trabalho do artista local, interpretando paisagens entre desenhos e esculturas.
Carrazeda de Ansiães |
Sete miradouros que são varandas sobre a paisagem
A localização geográfica do concelho de Carrazeda de Ansiães é interfluvial. Demarcado a Sul e a Oeste pelos encaixados vales dos rios Douro e Tua e a Norte e Nordeste pela imensidão de um planalto, há miradouros em abundância. Sete sobressaem entre os inúmeros da região, que merecem visita para se deslumbrar com as diferentes cores da paisagem, a saber, Miradouro da Brunheda, da Fraga da Ola, da Senhora da Graça, da Senhora da Saúde, do Senhor da Boa Morte, e de São Lourenço. A aliar a paisagem rural e fluvial, o Miradouro do Douro fica localizado na meia encosta, voltado ao Rio Douro e perfeitamente integrado na paisagem, deixa admirar toda a envolvente duriense feita de vinhas, quintas, povoados ribeirinhos e o próprio rio. Já o dos Olhos do Tua situa-se no limite nordeste da aldeia de Castanheiro do Norte e presenteia com uma panorâmica sobre um amplo troço do vale do rio Tua. A estrutura do miradouro tem assinatura do escultor Paulo Moura, assim como acontece com o miradouro de São Lourenço.
Castelo de AnsiãesFoto: DRCN - Francisco Piqueiro |
Mais de cinco mil anos de história
A joia da coroa do património é a Vila Amuralhada de Ansiães, chamado de Castelo, Monumento Nacional desde 1910. É fortificação com mais de cinco mil anos de história, que foi importante baluarte defensivo durante a Reconquista Cristã e uma das cinco mais antigas do território que hoje é Portugal. Dentro das muralhas encontra a Igreja de S. Salvador, cujo tímpano “Pantacrator” do portal principal com iconografia de “cristo em majestade” constitui o mais completo exemplar do românico português. A curta distância encontra o Centro Interpretativo do Castelo de Ansiães, um espaço dedicado ao Castelo de Ansiães e à história do concelho erguido das ruínas de uma casa tradicional (Tel. 278618253). Na vila, percorra o Museu Internacional de Arte Contemporânea ao Ar Livre, constituído por dez núcleos de esculturas em granito, que refletem visões de dez escultores de renome internacional. Dê um salto ao Núcleo Museológico do Azeite que integra o Museu da Memória Rural (Tel. 278638081) e contacte com os protagonistas de velhos ofícios como o tanoeiro, o canastreiro, o pastor. A cultura rural, as tradições, o património imaterial da região duriense e transmontana mostram-se aqui em imagens, ferramentas, textos e livros para aprender sobre o ciclo da lã, o azeite, o vinho e o pão.
Percurso Pedestre Senhor da Boa Morte |
Caminhar junto ao Tua e desfrutar de águas medicinais
Em Carrazeda de Ansiães, as caminhadas pela natureza permitem conhecer paisagens dos vales dos rios Douro e Tua, património histórico e cultural, museus, gastronomia e vinhos. O Parque Natural Regional do Vale do Tua, área com mais de 1100 espécies de animais, tem vindo a inaugurar mais trilhos, alguns com vista para o rio Douro, nas áreas de Vilarinho da Castanheira, Pinhal do Douro, Ribalonga e Linhares. Percurso circular com cerca de 12 km, a Pequena Rota “Trilho de São Lourenço”, tem início e fim no painel informativo localizado na aldeia de Pombal, próximo da Igreja de S. Lourenço de Pombal. Segue em direção ao Miradouro da Calçada de S. Lourenço e percorre toda a Calçada até à aldeia de São Lourenço. Atente que é um trilho algo exigente. Nesta aldeia, conhecida pelas Termas de águas quentes medicinais (Tel. 278669041), existe uma derivação até à antiga estação de São Lourenço, atualmente cais utilizado por barcos que efetuam a ligação entre a barragem de Foz Tua e a aldeia da Brunheda. Saindo de São Lourenço, o trilho segue em direção ao miradouro de Barrabás. Ao longo deste troço existe a possibilidade de optar por uma derivação até muito próximo do rio Tua, onde outrora existia a estação de Santa Luzia. Esta Pequena Rota percorre a micro reserva de São Lourenço, onde florestas e afloramentos rochosos são o habitat de uma enorme variedade de espécies de plantas e de animais.
Anta de Zedes - Foto: Leonel de Castro |
Viajar entre épocas pelo castelo, antas e pinturas rupestres
Para além do Castelo de Ansiões, monumento com mais de cinco mil anos de história, imperdível para os interessados em pinturas rupestres pré-históricas é o Cachão da Rapa, um dos mais importantes sítios da pintura rupestre pré-histórica portuguesa. As pinturas organizam-se na planura lisa e vertical de um painel granítico com mais de quatro metros de altura. Acredita-se que estas pinturas tenham sido feitas entre a idade do cobre (3.300 – 1.200 a.C.) e a idade do bronze (3.300 – 700 a. C). Existem duas antas que merecem visita em Ansiães. A Anta de Zedes, uma estrutura com oito esteios imbricados, incluindo a pedra de cabeceira e a respetiva tampa do monumento funerário, que é um dos monumentos mais divulgados e estudados da região transmontana, e a Anta de Vilarinho da Castanheira, ou Pala da Moura como também é conhecida, localizada junto ao complexo de moinhos do Ribeiro do Coito, sendo este visitável mediante marcação.
Casa dos Cantoneiros – Foz Tua Wine House |
Vinho, pão e petiscos
O vinho é um dos motores económicos locais e há vários produtores na região como Grambeira, Bulfata, Pala da Lebre, Trovisco ou Douro Ansiães, citando apenas alguns nomes de produtores. Localizada às portas da história Estação Ferroviária do Tua, a adega Foz Tua (Tel. 919995548) proporciona provas de vinho e visitas à vinha, localizada a cinco minutos de carro da adega. Na localidade de Foz-Tua, onde muitos chegam de comboio, encontra o Centro Interpretativo do Vale do Tua (Tel. 278098884). Desde a estação ferroviária há um percurso pedestre com 3,5 quilómetros de extensão que leva o visitante até um miradouro onde é possível ver de perto do paredão da barragem de Foz-Tua, bem como a central hidroelétrica desenhada por Eduardo Souto de Moura. Junto à EN212 e à ponte sobre o rio Tua encontra a Casa dos Cantoneiros – Foz Tua Wine House, ponto turístico gastronómico com vinhos, azeites, mel, frutos secos, compotas caseiras de maçã, abóbora, cereja, amora silvestre, onde o vinho é vendido à garrafa ou ao copo, há tábuas de enchidos e queijos e azeite para molhar o pão (Tel. 278098479). Em Ansiães conheça ainda as vinhas com vista para o Douro, na Quinta da Senhora da Ribeira, da casa Symington, onde nasceu o Dow’s Vintage Porto, o melhor vinho do mundo de 2011, segundo a Wine Spectator.
Cortejo etnográfico da Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite |
Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite
Com quase três décadas de existência, a Feira da Maçã, Vinho e Azeite completa a 27ª edição. Até dia 1 de setembro é possível visitar o mais importante certame de Carrazeda de Ansiães que tem como objetivo a promoção e venda de produtos regionais, com particular destaque para o vinho, a maçã e o azeite. Estes três produtos ocupam mais de 1100 metros quadrados, mas não deixe igualmente de provar o mel, doces regionais, folares, bolas de carne, queijos, fumeiro e enchidos e de conhecer e adquirir diverso artesanato local. No total participam 125 expositores, 25 dos quais dos produtos âncora do concelho. Viaje pela cultura rural da região e desfrute da animação musical, onde sobressai o cortejo etnográfico que envolve mais de 20 associações locais e a atuação de grupos da região, quer em palco quer nas arruadas, que espalham música pelas principais ruas da vila. No domingo decorre a procissão de órgãos concelhios que percorre as principais artérias de Carrazeda.
Calça Curta |
Comer à beira do Tua
A gastronomia transmontana é suculenta e Carrazeda junta à mesa o melhor de dois mundos: carnes e peixes do rio. Um desses exemplos é o restaurante Calça Curta (tel. 278685255), selecionado para integrar o Guia Boa Cama Boa Mesa de 2024 e com a distinção Selo de Qualidade Recheio. Situado entre água e terra, de um lado encontra o rio Tua e do outro lado a Estação Ferroviária. Local de peregrinação gastronómica, visite este estabelecimento e experimente os “Peixes de rio”, o “Cordeiro mirandês” que é apenas servido ao sábado, e, ao domingo, saboreie o “Cabrito transmontano”. Nos pratos especiais destacam-se o “Javali estufado”, os “Secretos de porco preto” e o “Arroz de lebre”, este feito por encomenda. Outra sugestão do Guia, em pleno centro da vila, é a Taberna da Helena (Tel. 278615083) especializada em cozinha regional. Montra de diversos produtos locais, que também se vendem à entrada do espaço, oferece diversos petiscos para acalentar a tarde, com destaque para a “Merenda transmontana, a que não falta pão, queijos e enchidos e, nos principais, a “Espetada de polvo” e a “Costeleta de vitela” como emblemas da ementa.
Grapple Hotel & SpaLeandro Miguel Ramos |
Alojamentos que são hinos ao vinho, ao azeite e à maçã
São dois os alojamentos aconselhados pelo Guia Boa Cama Boa Mesa 2024 e distinguidos com Selo de Qualidade Recheio. O Casal de Tralhariz (Tel. 932909622) está integrado numa quinta produtora de vinho e azeite, o “ouro líquido” homenageado nos nomes das acomodações que fazem referência às variedades de azeitona. A casa é a Cobrançosa e os estúdios são Madural, Verdeal e Cordovil. Desfrute da piscina no sossego da paisagem da quinta repleta das vinhas e pinhais. O Grapple Hotel & Spa (Tel. 278616055) é um alojamento inspirado na uva e na maçã, produtos da terra. O hotel organiza provas de vinho e oferece a possibilidade de usufruir da piscina, Spa com jacuzzi, sauna, banho turco e um imponente lago.
Maçã de Carrazeda de AnsiãesFoto: Leonel de Castro |
Roteiro de fim de semana é uma iniciativa Boa Cama Boa Mesa, com o apoio do Recheio, que semanalmente, ao longo do ano de 2024 vai dar a conhecer os principais eventos gastronómicos, entre festivais, feiras e mostras, que promovem regiões, restaurantes e produtos locais.
Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver código de conduta), sem interferência externa.
Ver AQUI a publicação original.
"Introdução à Medicina de Asininos - as diferenças entre o burro e o cavalo"
Por ser uma espécie diferente do cavalo, com necessidades específicas em termos de comportamento, alimentação e cuidados veterinários, a abordagem clínica a um asinino pode muitas vezes ser um desafio. Projetada para estudantes, médicos e enfermeiros veterinários, esta formação centrar-se-á nas diferenças encontradas na prática clínica. Teremos uma pequena componente prática com exemplares de raças asininas autóctones residentes na Quinta Pedagógica dos Olivais.
Esperamos contar com a tua presença neste evento! Sabe mais informações, consulta o programa, e faz a tua inscrição AQUI.
RAID IBÉRICO celebra 20 anos e Bragança é o Ponto de Partida
Já são duas décadas a explorar Portugal e Espanha de avião. A vontade de voar, de descobrir cantos e recantos de Portugal e Espanha e a ânsia de participar nos convívios aeronáuticos esgota todos os anos o número máximo de lugares admitido pela organização.
Segundo a organização, a procura pelo evento é notória e por esse motivo teve de rejeitar inscrições já que, por questões e segurança e de logística, tem o limite de 55 participantes.
O Raid é organizado em conjunto pelo Aeroclube Bragança (ACB) e a Fundacion Cielos de Léon, de Espanha, acontece de 31 de agosto a 7 de setembro, com a chegada dos participantes novamente a Bragança.
“Em Bragança vamos fazer um almoço convívio, não apenas com os participantes no Raid Ibérico, mas também com os sócios e amigos do ACB, para assinalar este 20º aniversário”, explica Nuno Fernandes, presidente do ACB.
No dia 1 de setembro acontece a primeira etapa, com partida de Bragança em direção a Alverca, seguindo depois para Beja e depois para várias cidades do sul de Espanha. “O Raid Ibérico é sempre uma iniciativa de promoção dos dois países, com especial incidência na província de Leon e no distrito de Bragança, porque desses dois territórios são oriundos os aeroclubes responsáveis pela organização”, refere.
“Em todas as cidades que visitamos há sempre programas culturais que nos permitem conhecer alguns pontos, outras cidades e vilas próximas”, acrescenta.
Em cada local de paragem o grupo de 55 elementos tem programas sociais, que incluem visitas a locais de interesse cultural, paisagístico ou patrimonial, bem como experimentação da gastronomia característica do território visitado.
Este ano Raid Ibérico conta com o apoio da Força Aérea Portuguesa, nas Bases Aéreas de Alverca e de Beja, e também dos municípios de Bragança e Beja.
Música tradicional misturada com roupagens contemporâneas invade Praça das Eiras, em Macedo de Cavaleiros
Além das Ambria Ardena e dos Batucada, jovens talentos da nossa terra, estão envolvidos também outros grupos locais, como o Rancho do Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo de Macedo de Cavaleiros, Pauliteiros de Salselas, Bombos de Ala e Abelhudos. Portanto, são todos grupos de percussão muito bons, e não só e que têm um cariz popular muito incrementado, com muito atratividade para a população em geral.
As expetativas são as melhores:
É sempre muito difícil avaliar o número de pessoas que vêm para assistir, habitualmente, o anfiteatro da Praça das Eiras fica bem preenchido. A expetativa é a melhor, é sempre de muita gente.
Hoje, sobem ao palco, Balklavalhau e Batucada. Amanhã é a vez de Crua e Ambria Ardena.
O grupo Balklavalhau nasceu 2021 no Porto, e é constituído por 5 elementos e promete fazer uma viagem sonora pelas tradições da Europa de Leste, com mistura de música latina, árabe e eslava.
Batucada é composto por dois macedenses, Bruno e António, misturam a música tradicional da gaita de foles, com a eletrónica.
O grupo surgiu agora para preservar as tradições mas com inovação. O publica vai ficar a conhecer o single “Filho do Vinho”.
Crua é um grupo do Porto, é a banda de Ana Costa, Ana Trabulo, Diana Ferreira Martins, Isabel Martinez, Liliana Abreu e Rita Só, que juntaram depois da pandemia. Este grupo explora a música tradicional, através de uma “viagem pessoal pela raiz ibérica, oferecida a quem vê e ouve como uma conversa de amigas em horas soltas”. “Canção da vindima”, “Mãe dos trabalhos” e “barciademera” são três dos temas que cantam.
Ambria Ardena é um grupo de Macedo de Cavaleiros, de 5 mulheres, Carla Germano Lopes, Julieta Carneiro, Lisa Eugénio, Marta Serapicos e Sofia Alves de Sousa. O grupo teve início em finais de 2022. A génese das Ambria Ardena tem como objetivo preservar o dialeto transmontano, com referências claras, à cultura dos Caretos, ao fantasmagórico dos antepassados transmontanos com a ligação às bruxas, e a evocação das músicas da avó Engrácia, com temas como “O tu que tens ó D. Fernando”, “Prima” e a famosa “Rosinha” que costuma ser o ponto máximo de cada concerto.
A animação de rua está a cargo do Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo de Macedo de Cavaleiros, Pauliteiros de Salselas, Bombos de Ala e Abelhudos. A organização do festival está a cargo do Município de Macedo de Cavaleiros. Os espetáculos têm às 21h00 com a animação de rua até à Praça das Eiras.
Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros já ofereceu mais de cinquenta Kit’s Pro Bebé desde que implementou a medida
Sérgio Borges, presidente da Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros, destaca que esta é uma medida de apoio à natalidade para colmatar a desertificação:
Estamos numa região no interior em que cada temos menos população, e mais envelhecida. E porque não dar um apoio, aos jovens pais que querem constituir família e queremos que eles fiquem cá, na nossa terra. Então lembramos deste pequeno apoio à natalidade que seria uma maneira de colmatar essa falta de apoios para os jovens pais, na nossa terra.
Em 2022 quando a iniciativa teve início foram entregues 22 kit’s, no ano seguinte 20 kit’s. E este ano já foram entregues 11 conjunto de prendas aos pais.
A reação dos pais é sempre muito positiva, sendo este um apoio singelo, acrescenta o presidente da junta:
Os pais costumam reagir bem, é um pequeno apoio, podiamos ajudar um pouco mais. Gostaríamos que fosse um pouco mais, mas é dentro daquilo que conseguimos dar. As pessoas gostam, não só pelo babygrow e pelo kit em si, mas também pelo apoio que têm na farmácia. Porque não é um apoio financeiro, mas é um apoio que depois, os pais vão sentir na “pele entre aspas” quando vão comprar o que é preciso para os bebés. Nós sabemos que as coisas até estão bastante caras e nessa parte da compra, já reduz a factura.
Explica como funciona:
Aqueles números que foram adiantados, podiam ser muito mais, porque existem muitos pais que não procuram esta nossa ajuda. Eu sei que há muitos pais, que não querem usufruir, ou não têm conhecimento, ou até que não precisam.
Funciona de uma forma muito fácil, basta um dos pais ser residente da Freguesia de Macedo de Cavaleiros, dirigir-se à nossa sede, e inscrever-se. Não existe uma escolha. E preencher esses requisitos, que basicamente, é um dos pais ser residente da fregeusia de Macedo de Cavaleiros.
Na totalidade já foram entregues 53 kit’s Pro Bebé pela Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros.
27º Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite já começou em Carrazeda de Ansiães
Os produtores estão com boas expectativas para o certame, que conta com vários produtos regionais, como o vinho e o azeite, mas a maçã é a rainha.
“Tenho cerca de 45 hectares, que pode perfazer 1200 toneladas de maçã. Este ano a maçã está boa, é um ano excelente”, disse um dos produtores presentes no certame.
Na cerimónia de abertura, João Gonçalves, presidente de Carrazeda de Ansiães, destacou o impacto económico que os produtos endógenos têm para o concelho. “Podemos apontar que no caso da produção de maçã significa uma receita na ordem dos 10 milhões de euros, na produção de uva à volta de 18 milhões de euros, continua a ser a principal actividade económica do concelho, e no caso do azeite cerca de 3 milhões de euros”, avançou.
Na abertura do certame esteve também o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, que adiantou que o Governo juntamente com o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto está a estudar a uma medida relativa à venda de vinho do Porto. “O vinho do Porto só pode ser produzido com água ardente vínica feita com uvas da região demarcada do Douro, portanto isto tem consequências que têm de ser analisadas do ponto de vista legal, consequências em termos da quantidade de vinho do Porto que pode ser produzida. É uma medida que tem de ser analisada, estou disponível para analisar todas as medidas que ajudem os produtores. Temos de valorizar o produtor, é inaceitável que os produtores continuem a receber um montante por pipa como recebiam há 20 anos, quando sabemos que os custos de produção aumentaram muito”, disse.
O certame tem expostos diversos produtos regionais, com destaque para a maçã, o vinho e o azeite que dão nome à feira, que se realiza até domingo, em Carrazeda de Ansiães.
A nível musical, os Wet Bed Gang abriram, ontem, as hostilidades. Hoje, é a vez de Insert Coin e DJ Kura subirem ao palco. No sábado, está Miguel Araújo. E no domingo, Nininho Vaz Maia encerra as festividades.
Incêndios: Apoio de 500 mil euros para recuperar área ardida em Bragança e Vimioso
Foto: CM Miranda do Douro |
“Nos próximos dias pretendemos concluir os trabalhos de levantamento dos prejuízos e danos provocados pelos incêndios e colocá-los na respetiva Unidade de Gestão, para abrir avisos concretos, para que os municípios possam candidatar-se com 100% de financiamento para implementar a estratégia técnica apurada pelas nossas equipas, com uma dotação inicial de 500 mil euros para os três concelhos afetados”, explicou o secretário de Estada da Florestas, Rui Ladeira.
Este anúncio, feito após uma reunião em Miranda do Douro, no distrito de Bragança, que juntou autarcas, Autoridades Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), bombeiros, GNR, juntas de freguesia, associações florestais entre outras entidades, para fazer um ponto de situação ao incêndio deflagrou no passado dia 10, na União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira, em Vimioso, e que depois se alastrou as freguesias vizinhas de São Martinho, Angueira e Cicouro, em Miranda do Douro.
“Estamos a falar de uma área ardida próxima dos 2.000 hectares, que trouxe impactos muito relevantes e que nós identificámos e ouvimos, para dar resposta para se fazer um trabalho conjunto, não só curto prazo como a médio e longo prazo, porque o impacto de um incêndio não se pode medir só no momento”, vincou o secretário de Estado das Florestas.
O Governante demonstrou ainda preocupação no restauro da biodiversidade e das captações de água nestes territórios afetados pelo fogo.
“É necessário fazer uma estabilização de emergência daquilo que são as cinzas que podem contaminar os recursos hídricos e captações de água como é o caso do concelho de Vimioso”, frisou Rui Ladeira.
No terreno estão já em curso trabalhos de recuperação de caminhos agrícolas, consolidação do terreno, limpeza de pontos de água os quais estão a ser levados a cabo por elementos do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
O montante de 500 mil euros anunciados pelo Governo para esta primeira fase vai até novembro, sendo distribuídos 300 mil euros para os concelho de Miranda do Douro e Vimioso e 200 mil euros para o incêndio que deflagrou na mesma altura no Parque Natural de Montesinho (PNM), no concelho de Bragança.
“Este montante poderá ter alguma oscilação, visto que ainda não temos os resultados finais de todo o levantamento”, explicou o governante.
No que diz respeito ao incêndio no PNM, o relatório foi definido na mesma dimensão do que aconteceu nos concelhos de Miranda do Douro e Vimioso.
“Tivemos o mesmo foco na minimização dos impactos quer ambientais e do todo o ecossistema que tem de ser acautelado. Estamos a falar de uma área ardida de cerca de 500 hectares”, disse.
Só nestes dois incêndios foram consumidos cerca de 2.500 hectares de floresta, soutos, mato e áreas agrícolas.
No combate ao fogo que deflagrou na União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira, em Vimioso, estiveram envolvidos ao longo de três dias cerca de 625 operacionais que foram apoiados por 207 veículos, 11 máquinas de rasto e 17 meios aéreos portugueses e espanhóis.
Apesar do “ataque musculado”, o fogo acabou por alastrar a São Martinho de Angueira e Cicouro, já em Miranda do Douro, causando sobressalto nestas aldeias raianas, dada a intensidade das chamas e as mudanças repentinas do vento.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) classificou na quarta o incêndio que deflagrou no dia 10 de agosto no concelho de Vimioso, como o maior registado desde janeiro.
No incêndio do PNM estiveram, durante três dias, envolvidos 621 operacionais, 217 veículos, quatro máquinas de rastos e 12 meios aéreos.
A imprensa periódica de Moncorvo no século XIX
Não podemos analisar a imprensa do século XIX, como qualquer outro fenómeno da História, com os critérios epistemológicos dos dias de hoje. Pelo contrário, devemos situá-los no seu contexto histórico e percebê-los à luz dessa época.
No século XIX, os índices de analfabetismo ainda eram muito elevados e os instrumentos ou meios tecnológicos de comunicação de massas resumiam-se ao jornal escrito. A rádio, a televisão, o telemóvel e a internet ainda nem utopias eram, visto que ainda não tinham sequer desabrochado no campo da imaginação.
Os jornais poderiam ser lidos por um número reduzido de pessoas, as poucas letradas que haveria em cada aldeia e até nas sedes de concelho. Mas faziam opinião porque amplificavam o boato, espalhavam a notícia, lançavam a suspeita, denegriam o inimigo, bajulavam o amigo. Não havendo telefone, a notícia da aldeia chegava à redação, e quando chegava, acontecia com um significativo atraso.
No plano político, dera-se já a Revolução Francesa, as invasões francesas também tinham sido ultrapassadas, as lutas entre liberais e absolutistas tinham acontecido algumas décadas atrás, e os Partidos Regenerador e Progressista iam--se revezando nos corredores, tanto do poder central como do local. É neste contexto que temos de ler e interpretar a imprensa periódica de Moncorvo ou de qualquer outro concelho na época que agora vamos analisar.
Nós assim o acreditamos sempre, porque a amizade verdadeira não deixa ver o lado vulnerável daquele que se estima, mas só aquele que nos atrai.