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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Os donos do mundo, o Raboto e o Joli


 Nunca tinham ousado, apesar de ser notório que a vontade não lhes faltaria.
Companheiros, guardiões, dissuasores da aproximação de quem não conhecem mas imediatamente transformada em amizade com os que se apercebem que são bem-vindos.
Eles sabem bem mais destas coisas que nós. Nós, os inteligentes.
Pois hoje, 16 de Outubro de 2024, quebrou-se o protocolo.
O Raboto nunca tinha entrado na Adega. O Raboto está velho, manco e cansado. Está velho. Penso que teve a felicidade de ter aportado a bom porto… e encontrou alguma paz, amor carinho e respeito. Hoje quase rebentou com a porta da adega. Era onde estava o companheiro humano dele preferido.
Disse-me o humano:  - Estava a coar a jeropiga só vi a porta quase a saltar e o Raboto a fugir para o fundo da adega.
Curiosamente, também eu quando ouvi o estrondo do primeiro trovão senti um impacto muito forte na porta de casa. Fui ver…

Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente e a chuva não bate assim… (Augusto Gil).

Era o Joli que já estava no corredor da entrada de casa. O posto dele, não imposto mas assumido por ele, é o tapete da entrada de casa, no exterior.
Olhámos um para o outro. Eu, incrédulo (o Joli nunca tinha entrado em casa), ele temeroso, estendeu-me a pata, eu juntei a minha pata à dele e ele percebeu logo que podia ficar.
Depois de tirarmos a água, onde a havia a mais, retomou-se a normalidade. O Joli foi para a porta da entrada de casa. Talvez preferisse ter permanecido mas não fazia sentido. Estendemos as patas e ele saiu para a liberdade que aqui tem. É bem mais rico que os "primos" da cidade que só têm coleiras mais brilhantes...
O Raboto já estava à espera, na primeira linha, que eu lhe fosse abrir a porta da adega quando fosse tomar o meu cafézito e um bagaço…
Isto tudo para vos dizer que a trovoada foi forte. Mas também para, mais uma vez, ter a certeza, que os “animais são nossos amigos” se nós formos amigos deles.
Não lhes dou, nem darei, beijinhos na fuça como fazem as madames da cidade… Dou-lhes a minha pata, quando eles me estendem a deles.
O Raboto e o Joli, são cães que alguém não quiz... nem sabem o que perderam. Mas também não os mereciam.
Mas a minha mensagem também é para os donos do mundo. A mim não me lembra NUNCA, de ver estas incongruências no tempo…

Abraços a todos.

HM

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