Maria José Vicente, coordenadora nacional da Rede Europeia AntiPobreza – EAPN-Portugal alerta para a importância de celebrar este dia e despertar consciências:
Por isso é que é importante o Dia Internacional da Pobreza, chamar à atenção da sociedade em geral, para este flagelo, e para estes fenómenos, porque o combate à pobreza é uma responsabilidade de todos. Não é só uma responsabilidade a nível político, é também uma responsabilidade a nível geral, de todos os cidadãos, nomeadamente, das pessoas que vivem, ou que já viveram em situação de pobreza ou de exclusão social. É isso que nos temos falhado ao longo dos últimos anos, que é não promover a sua participação na definição, na avaliação e implementação das medidas.
São várias as causas que levam a que estes números aumentem, como a precariedade laboral, o desemprego, os baixos salários, as desigualdades que existem a vários níveis, como o acesso aos serviços principais e básicos, como a saúde, a habitação sendo esta a principal área que afeta a vida das famílias portuguesas, como acrescenta:
Porque uma parte significativa dos seus rendimentos é alocada para pagar as rendas, e sabemos que muitas famílias estão em dificuldades para fazer face a esta despesa mensalmente. Há um conjunto de causas que contribuem para que as pessoas, caiam numa situação de pobreza e de exclusão social.
Um dos principais problemas ainda é o estigma que existe, garante a coordenadora nacional, Maria José Vicente:
Ainda existe este estigma e muitas ideias, em que se coloca a culpa, nas próprias pessoas. Isto é uma ideia que temos de combater diariamente, porque qualquer pessoa pode cair numa situação de pobreza.
E estas pessoas verem todos os dias a sua situação ser agravada, não promove a sua inclusão e reforça a sua vulnerabilidade.
Este é um problema com uma responsabilidade social de todos. Os últimos dados de uma análise da Pordata refere que há uma subida da taxa de risco de pobreza pela primeira vez em sete anos, ao passar de 16,4% em 2021 para 17% em 2022, sublinhando “o maior aumento da taxa de intensidade de pobreza da última década”.
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