sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Área ardida foi 3 mil e 900 hectares na zona de intervenção da CIM Terras de Trás-os-Montes

 A zona de intervenção da CIM Terras de Trás-os-Montes (CIM TTM) registou 3 mil e 900 hectares de área ardida, nesta última época de incêndios.


Uma contabilização que diz respeito a quase dois grandes incêndios que avassalaram a região. Um que começou no Parque Natural do Montesinho, em Carragosa e Soutelo, no concelho de Bragança, a 10 de agosto e ainda outro em Vimioso em Angueira, também no mesmo dia.

Os números foram apresentados numa reunião do DECIR 2024 (Análise do dispositivo de Combate de Incêndios Rurais) que decorreu esta terça-feira, em Macedo de Cavaleiros. O objetivo desta reunião promovida pela GNR, em parceira com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o ICNF, e a CIM TTM foi realizar uma análise desta época passada e encetar já o planeamento estratégico para o próximo ano.

Pedro Lima, presidente da CIM TTM, explicou que estes dois fogos depressa se propagaram, devido principalmente à baixa humidade que se registou este verão.

No entanto, houve uma rápida e musculada intervenção das forças de segurança:

As intervenções das forças de segurança, nos dias de hoje, são muito rápidas por causa da baixa humidade do material combustível, mas graças à intervenção musculada das forças, numa coordenação de esforços supra-municipal, têm se conseguido superar estes incêndios, de forma rápida. O que nos coloca numa posição de segurança e de conforto.

Pedro Lima destaca que falta um planeamento mais próximo das populações, em que o objetivo é melhorar resultados, no futuro:

Faltará no futuro, um planeamento mais próximo das pessoas, ou seja, dizer a todos, que Proteção Civil e combate a incêndios, somos todos, num esforço conjunto, das populações, das forças de segurança, da Autoridade de Proteção Civil, do ICNF. E que vamos conseguir melhorar resultados e aumentar o nível de segurança, perto principalmente dos aglomerados onde se pode verificar, e se verificou situações desagradáveis, de desorientação e de sentimento de insegurança.

Benjamim Rodrigues, presidente da câmara municipal de Macedo de Cavaleiros destaca que o concelho este ano teve alguma sorte, apenas registando um fogo que mereceu mais atenção, que foi o incêndio de Vale de Asnes, que começou em Mirandela, a 17 de setembro, que por causa dos ventos colocou em risco o concelho macedense:

O nosso concelho podemos dizer que não foi quase afetado. Houve grandes áreas ardidas. Tivemos uma situação de risco em Vale de Asnes, porque o vento era muito forte e projetava o incêndio à nossa freguesia de Bornes e Burga. Portanto, Burga já anteriormente afetada e fustigada, agora estava em risco. Felizmente, conseguiu-se conter o incêndio.

Neste verão, de acordo com o mapa interativo do ICNF, foram 11 fogos que ocorreram no concelho. No entanto, realizado o balanço o autarca macedense refere que houve uma diminuição de ocorrências, mas o valor de área ardida aumentou:

Houve uma diminuição de 42% de ocorrências, mas em termos de área florestal ardida quase que triplicou. São valores pouco razoáveis. Estamos a falar de 3 mil e 900 hectares de área ardida. A Proteção Civil passa por toda a população. E começa na consciencialização. E é importante que as pessoas, em época de fogos, que não usem esses artefactos de possam despoletar esses incêndios.

O concelho da CIM Terras de Trás-os-Montes mais fustigado foi o de Miranda do Douro que registou mais de 2 mil hectares de área ardida.

De acordo, com os números do ICNF, a nível nacional arderam 137 658 hectares, quando se registaram 6 144 ocorrências, em que 60% de área ardida foi de povoamento florestal, 33 % em mato e 5% em zonas agrícolas.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE

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