quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Direcção Geral das Artes está a financiar projectos de concelhos com baixa densidade artística profissional

 Há três projectos financiados que estão ou vão ser aplicados em Miranda do Douro, mas apenas um é de uma associação da região, a Lérias, sediada em Palaçoulo


Para promover a coesão territorial no mundo artístico, a Direcção Geral das Artes está a financiar projectos de concelhos com baixa densidade artística profissional, como é o caso de Miranda do Douro. O programa foi apresentado, ontem, em Miranda, permitindo a troca de experiências. Foi disponibilizado um milhão de euros, para ajudar 34 projectos que ficam à margem do financiamento do Governo, explica Susana Sousa, da DG Artes. “Estes 76 territórios não tinham, nos últimos anos, equipamentos que integrassem a rede portuguesa de teatros e cineteatros, nem a rede portuguesa de arte contemporânea. Portanto, aquilo que são estruturas onde é dado o dinheiro da dimensão artística profissional, não existia. E que muitas vezes, em questões de igualdade de concorrência, a experiência dos projectos mais de litoral faz com que estes tivessem sempre mais dificuldade em conseguir pontuações que permitissem ter acesso ao financiamento”, disse.

Há três projectos financiados que estão ou vão ser aplicados em Miranda do Douro, mas apenas um é de uma associação da região, a Lérias, sediada em Palaçoulo. O projecto envolve oito entidades, nomeadamente os Pauliteiros de Miranda. O objectivo é criar um espectáculo, que envolva música, dança e figurinos, aliando a tradição à inovação, explica o presidente da associação, Amadeu Soares.

“Vêm artistas de fora trabalhar connosco nessas áreas, ou seja, do teatro, da cenografia e da dança contemporânea, que vão fazer residência artística, ou seja, a ideia é eles trazerem uma visão nova. Nós damos-lhe o conhecimento do que acontece agora, da dança de Palitejo e da sua origem, e depois eles terem uma visão diferente que nós, artistas daqui também temos, ou seja, nós sabemos que queremos evoluir, sabemos que se pode fazer mais, mas essa visão desinfluenciada pode trazer coisas novas e boas”, explicou.

A apresentação do espectáculo está marcada para 12 de Julho. Quanto aos outros dois projectos, um está relacionado com música erudita e o outro com dança contemporânea no âmbito da identidade de género. Para a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, o financiamento do Governo além do do município, permite que as actividades deixem de ser pontuais.

Além dos três projectos aplicados em Miranda do Douro, a Direcção Geral das Artes financia ainda um projecto de fotografia em Mirandela. São os únicos na região, embora tenham sido submetidas quase 20 candidaturas.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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