terça-feira, 26 de novembro de 2024

“Fado Choro” propôs uma viagem musical transatlântica, mas também pelos 50 anos do 25 de Abril

 A Igreja de S. Pedro, em Macedo de Cavaleiros, recebeu no domingo, o espetáculo “Fado Choro”. Um concerto dos solistas da OPGB (Orquestra Portuguesa de Guitarra e Bandolins) com Marina Pacheco.


“Fado Choro” foi um espetáculo que englobou êxitos brasileiros e portugueses com poesia à mistura como nos conta a cantora, Marina Pacheco:

Este concerto é verdadeiramente especial, porque combina aqui músicas icónicas de ambos os países, Portugal e Brasil. E estamos aqui perante, uma combinação de repertório, que abrange momentos cruciais da nossa história, como o fado, que dispensa palavras, e alguns momentos que nos remetem para a comemoração dos 50 anos do 25 de Abril.

Existe aqui uma combinação de peças. Representamos o choro, passamos pelo fado e culminamos nas peças da revolução.

Temos aqui um compromisso da língua portuguesa com sotaque do Brasil e com sotaque português. Também existe poesia, que é lida em palco e é retratada um pequeno momento da rádio, antes da revolução.

Um espetáculo diferente com o cenário do altar da Igreja de S. Pedro, a cantora começou a sua carreira muito cedo e considera que este tipo de espaços aproxima mais o público:

Sobretudo esta possibilidade de chegar a mais pessoas. Que são pessoas de que uma forma, não tão expectável, vêm assistir a um concerto diferente. E é muito bom poder fazer chegar ao público, aquilo que é tão nosso, tão rico.

A música e o canto entraram na minha vida de uma forma, muito bonita e muito espontânea. Os meus pais tinham muito interesse que eu tivesse uma formação muito abrangente, e a música fazia parte dessa ideia que eles tinham. E então participei, desde muito pequenina, num coro de pequenos cantores da Maia. Sou lisboeta, mas rapidamente mudei para o norte. E do nada sou convidada para representar Portugal, no 37º Zecchino d’Oro, em Bolonha (Itália, 1994). E de repente toda aquela magia do palco e das artes do espetáculo, e entrou em mim e nunca mais saiu. Sou completamente apaixonada pelo que faço e sou também uma privilegiada. Eu tinha 8 anos, quando participei nesse concurso e pensei que isto tem de me levar a mais algum lado. E então comecei a investir na minha formação, enquanto cantora e artista. E de repente, fui construindo a minha carreira, passo a passo. Conhecendo pessoas maravilhosas, nomeadamente como a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins. E fazendo imensos projetos diferentes, como freelancer. E tenho tido momentos muito especiais na minha carreira.

Não foi a primeira vez que a cantora e o grupo atuaram em igrejas:

Não foi. De qualquer modo, é sempre nosso intuito apresentar estes projetos fora de portas. Não só em casa de espetáculos, mas também em Igrejas. E é muito bonito, Ainda há pouco tempo estive a cantar no Santuário de Fátima, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, e é muito bonito, ter pessoas, que foram propositadamente fazer as suas orações e peregrinações e depois nos oferecemos o nosso melhor como artistas.

E é tão bom, poder sentir que podemos tocar alguém é acho é que das melhores missões da minha profissão.

Maria Pacheco esteve recentemente na China e para o futuro tem vários projetos para apresentar.

Recentemente estive na China e ainda estou a digerir todas as emoções. E vou agora fazer uma pequena digressão em Portugal, com concertos de Ano Novo.

A soprano, Marina Pacheco foi vencedora da 26.ª edição do Prémio Jovens Músicos e galardoada em vários concursos na Europa. Costuma pisar diversos palcos da Europa, África e América do Sul.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE

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