quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Jornada 'Novas Sociedades Longevas' discutiu desafios e soluções para uma população cada vez mais envelhecida

 A esperança de vida em Portugal aumentou para os 81 anos. Ainda que seja uma das maiores conquistas da sociedade moderna, viver mais tempo acarreta enormes desafios de sustentabilidade económica e social


Cerca de 66% de pessoas com 65 anos ou mais, são vítimas de crimes contra o património e mais de 30% são vítimas de crimes contra as pessoas. Estes números foram apresentados, ontem, pela PSP no âmbito da Jornada “Novas Sociedades Longevas” que se realizaram no Auditório Paulo Quintela, em Bragança.

Segundo o coordenador do projecto e professor do IPB, Hélder Fernandes, este encontro foca-se em ouvir os interlocutores sociais para que sejam conhecidos os desafios e as necessidades da população envelhecida para viverem com qualidade.

“Nós estamos, neste momento, no primeiro ano de projecto e as jornadas que hoje estamos a viver, em que convidamos todos os intervenientes sociais, como os bombeiros voluntários, a PSP, a GNR, a Segurança Social, a Câmara Municipal, pretendemos auscultar e sentir os problemas deles. É através deles que nós conseguimos conhecer melhor esta realidade e os desafios que são colocados para depois, enquanto Academia que produz ciência, ir à procura de soluções inovadoras, que depois possam ser testadas e implementadas para resolver esses problemas. Portanto, todas as entidades que trabalham de uma forma ou de outra para resolver os desafios novos que se colocam com esta questão da longevidade que temos na sociedade”, disse. 

Ao contrário de outros tempos, hoje em dia viver 100 anos é uma normalidade. Neste momento os maiores desafios são preparar a população à realidade de se viver mais tempo.

“Aquilo que precisamos é de consciencializar a sociedade e as instituições sociais para preparar estas novas gerações para uma longevidade tão grande. Ou seja, explicar às pessoas que vão viver 100 anos ou vão ultrapassar 100 anos e que têm que preparar-se ao longo da sua vida, do ponto de vista físico, mas também psicológico, social e até económico, para poderem viver tanto tempo, e melhorar a qualidade de vida para que possam ser gozados de forma satisfatória”, explicou. 

Para ultrapassar os desafios gerados pelo aumento da esperança de vida, o IPB iniciou três linhas experimentais de investigação, “uma ligada à actividade física e investimento", outra aos "aspectos nutricionais e alimentares" de modo a que seja possível "perceber o que é que explica sobre a longevidade da população" e outra sobre "a exposição ocupacional ligada às questões da saúde ocupacional", disse o coordenador acrescentando que  "para isso há professores e também alguns investigadores da Escola Superior do Sul do Politécnico de Bragança que estão a recolher e a analisar dados e paralelamente vamos fazendo estes encontros no sentido de transferir este conhecimento para a comunidade e para as entidades que colaboram na sociedade para colmatar e resolver estes desafios”

Na perspectiva de Hélder Fernandes, o aumento de pessoas mais velhas é uma nova realidade que vai obrigar a restruturar a sociedade para se chegar a toda a gente. A esperança de vida em Portugal aumentou para os 81 anos. Ainda que seja uma das maiores conquistas da sociedade moderna, viver mais tempo acarreta enormes desafios de sustentabilidade económica e social.

Escrito por Brigantia 
Jornalista: Cindy Tomé

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