segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Trabalhadores da Santa Casa exigem cumprimento da legislação laboral com greve e manifestação

Trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Bragança (SCMB) fizeram greve e manifestaram-se esta manhã de segunda-feira na rua para exigir cumprimento da legislação laboral , mais respeito e dignidade no trabalho. “Os rácios de pessoal não estão a ser cumpridos, estando abaixo do mínimo de trabalhadores por equipa e por turnos. Estamos numa lógica de na Santa Casa dizerem e fazerem tudo o que querem à revelia da lei. Não cumprem. Há um conjunto de irregularidades grandes, que foram denunciadas para as instâncias devidas, designadamente para a Autoridade das Condições de Trabalho e para o Centro Distrital de Segurança Social”, deu conta Aurora Gomes, responsável do setor social no Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (FSP).


Esta foi a segunda ação de luta dos trabalhadores, desde setembro, mas desta vez contaram com a presença de Tiago Oliveira, secretário-Geral da CGTP-In (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional), marcharam desde o Centro Distrital de Segurança Social até à Santa Casa. “É preciso dar continuidade à denúncia que os trabalhadores de SCMB têm feito constantemente. Estamos a falar de uma estrutura que temais de 300 trabalhadores e eles denunciam dificuldades cada vez maiores no que respeita ao tratamento da própria administração tem para com os trabalhadores. A pressão sobre os trabalhadores é uma constante, alguns têm processos disciplinares e outros em processo de despedimento coletivo”, explicou Tiago Oliveira acrescentado que “a tabela de rácios não está a ser cumprida”.

Em comunicado a Mesa da Assembleia da SCMB afirma-se “solidária” com os talhadores, ainda assim, explica que “não se revê nas acusações infundadas e sem sentido de perseguição aos trabalhadores”, acrescentando que “tem sido auditada, ao longo dos últimos meses, por diversas entidades, que garantem o cumprimento estrito da legalidade”.

A SCMB refere que “o processo de reorganização em curso prende-se, precisamente, com as dificuldades financeiras que a generalidade das IPSS atravessam, como é do amplo conhecimento público, por força dos impactos negativos da pandemia e da inflação nas suas contas nos últimos anos. Um processo ao qual o próprio sindicato foi chamado a participar, falhando o prazo de pronúncia, e que tem estado a ser acompanhado pelas entidades públicas competentes”.

Segundo os responsáveis da instituição brigantina a “reorganização que implica eliminar postos de trabalho obsoletos, como o de encarregado e oficina de uma instituição que não tem, nem nunca teve, oficinas”.

A SCMB nega as falhas nas tentativas de diálogo garantido “que não chegou qualquer pedido de reunião por parte de nenhum sindicato”.

Glória Lopes

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