A família, natural da aldeia, faz questão de conservar este costume e de incutir o gosto por estes valores aos mais pequenos. “Queremos que a tradição passe entre gerações. Os familiares, como tios e primos, também são caretos. Por isso, eles estão tão habituados a ver os caretos e não têm qualquer medo deles”, contou Graça enquanto admirava o cortejo com mascarados ibéricos que este ano animaram a festa dos Reis em Salsas. “É a primeira vez que os vestimos e um deles está mesmo eufórico. Os fatos foram confecionados por uma tia”, referiu Graça.
Filipe Caldas da Associação Cultural e Recreativa dos Amigos dos Caretos de Salsas resumiu o que quer a freguesia para esta celebração: “Isto é festa. Isto são os Reis. Isto é o nosso passado, o nosso presente e vai ser o nosso futuro”.
Se em Salsas a tradição de cantar os Reis se perde nas brumas da memória, na realidade esta festa, com cortejo, tem poucos anos, mas já entrou no calendário das iniciativas associadas às comemorações do Solstício de Inverno no Nordeste Transmontano. “Este ano temos grupos do concelho de Bragança, Lazarim (Lamego), Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Miranda do Douro e de Espanha, desde Galiza a Léon”, descreveu Filipe Caldas indicando ainda que a festa tem crescido e atrai cada vez mais público. “O que nós queremos é que as pessoas venham e se divirtam. Temos as nossas tradições, que queremos manter e combinar com costumes de grupos de outras zonas do país e do estrangeiro”, referiu o responsável.
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