domingo, 2 de fevereiro de 2025

OS FIDALGOS - CARVALHAIS

 CARVALHAIS

1º MATEUS VASQUES DA GUERRA, de Mirandela, que residiu em Carvalhais, erigiu em 1701 uma capela, com vínculo de morgadio, dedicada a S. Mateus (213), junto das suas casas de moradia em Carvalhais (ou Mirandela? Supomos que foi em Carvalhais).
2º D. VALÉRIA JOANA DE S. FRANCISCO, que nasceu em Carvalhais, concelho de Mirandela, a 16 de Dezembro de 1720 e professou no convento de Santa Clara de Vinhais em 1745.
Era filha de D. Alexandre de Macedo Soto Maior e Castro e de D. Caetana de Castro e Sousa, que residiram em Carvalhais.
Neta paterna de D. Duarte de Macedo e de D. Mariana, naturais de Vila Real.
Neta materna de Valério de Castro Delgado e de D.Mariana de Sousa, de Murça.
3º D. LOURENÇA MARIA DE MACEDO (na clausura D. Lourença Maria de Santo António), irmã da precedente, nasceu em Murça, onde os pais também residiram, a 10 de Agosto de 1715 e professou em 1744, no mesmo convento(214).
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(213) Museu Regional de Bragança, maço Capelas.
(214) Museu Regional de Bragança, maço Freiras de Vinhais. Sobre a família dos Soto Maiores que por Carvalhais teve passagem, ver MENERES, Alfredo – Carvalhais, Traços Históricos, 1916, p. 241 e seguintes. Adiante, em Pessanhas, voltaremos a referir-nos a esta família.
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Visconde de Chanceleiros

SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO, primeiro Visconde de Chanceleiros, em sua vida, por decreto de 13 de Setembro de 1865; par do reino, por sucessão a seu pai, cargo de que tomou posse e prestou juramento na sessão da Câmara dos Pares de 9 de Agosto de 1861; ministro e secretário de Estado honorário; ministro das obras públicas em 1 de Março de 1871; plenipotenciário, por parte de Portugal, para negociar um tratado com a Bélgica; governador civil do distrito de Lisboa; bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra; Grã-Cruz das Ordens de Leopoldo da Bélgica e da Imperial Ordem da Rosa do Brasil.
Nasceu na quinta do Rocio, freguesia de Nossa Senhora das Virtudes, da Ventosa, concelho de Aldeia Galega, a 11 de Janeiro de 1833 e casou em 1868 com D. Albertina Ema da Cruz Guerreiro, filha única dos primeiros Viscondes de Vale de Lamas. Faleceu em Junho de 1905.

Ascendência do Visconde de Chanceleiros

1º PEDRO DE CARVALHO, proprietário na vila de Murça, de onde era natural, casou com D. Leonor do Espinheiro, natural de Carvalhais.
Descendência.
2º SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO, proprietário e lavrador abastado que casou com D. Josefa Maria de Carvalho, ambos naturais da freguesia de Carvalhais, termo de Mirandela, onde residiram.
D. Josefa Maria de Carvalho era filha de Manuel Rodrigues de Carvalho, natural de Carvalhais, e de D.Vitória Nunes, natural do lugar de Vilarinho de Azenha, termo da comarca de Moncorvo.
Descendência:
I. Sebastião José, bacharel formado em direito, foi ministro de Estado dos negócios da fazenda em 1820, deputado as cortes de 1821 e serviu de deputado-comissário geral do comissariado do exército. Faleceu a 27 de Fevereiro de 1827.
II. Manuel António, primeiro Barão de Chanceleiros (3º, adiante citado).
3º MANUEL ANTÓNIO DE CARVALHO, primeiro Barão de Chanceleiros, em sua vida, por decreto de 12 de Agosto de 1845; conselheiro de Estado efectivo; par do reino por carta régia de 22 de Outubro de 1847, de que prestou juramento e tomou posse na Sessão de 7 de Janeiro de 1848; ministro e secretário de Estado honorário, cargo que exerceu por várias vezes e em ocasiões melindrosas e difíceis no Ministério dos Negócios da Fazenda; por diversas cartas régias foi nomeado para presidir à Câmara dos Pares, nas faltas eventuais do presidente e vice-presidente efectivos; deputado da nação às cortes de 1820, ao congresso constituinte de 1836 e nas legislaturas de 1839-40 e 1840-46; desembargador extravagante da Casa e Relação do Porto; deputado da Junta dos Reais Empréstimos; bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra e habilitado pelo Tribunal do Desembargo do Paço para exercer os lugares da magistratura em 1813; comendador da antiga Ordem da Torre e Espada; condecorado com a medalha de quatro campanhas da Guerra Peninsular; comendador da Ordem de Leopoldo da Bélgica.
A ele nos referiremos no volume consagrado aos escritores. Nasceu em Carvalhais, concelho de Mirandela, a 31 de Maio de 1785 e faleceu em Lisboa a 18 de Dezembro de 1858.
Casou a 22 de Outubro de 1826 com D. Maria José de Carvalhosa Henriques, filha de João Anastásio de Carvalhosa Henriques, do conselho da rainha D.Maria II; provedor do Algarve; bacharel formado em leis pela Universidade de Coimbra e proprietário no lugar da Cortegana, termo de Aldeia Galega e da Merciana.
Descendência:
I. D. Maria do Rosário, que nasceu em 1832 e casou com Carlos Zeferino Pinto Coelho, viúvo de D. Rosalina de Sá Viana, bacharel formado em direito e distintíssimo advogado, que muito se notabilizou em grandes debates nos tribunais de Lisboa, e deputado da nação nas legislaturas de 1857, 1860-64 e 1865-68.
II. Sebastião José, primeiro Visconde de Chanceleiros (atrás citado).
III. Lourenço António, que nasceu em Lisboa a 27 de Fevereiro de 1837.
Foi ministro e secretário de Estado honorário; bacharel formado em matemática pela Universidade de Coimbra; deputado da nação nas legislaturas de 1865-69, 1872-74 e 1875 77; engenheiro civil e Grã-Cruz da Ordem de Carlos III de Espanha.
Casou a 31 de Maio de 1877 com D. Mariana Carolina do Casal Ribeiro, filha dos primeiros Condes de Casal Ribeiro.
IV. Pedro Augusto de Carvalho, que nasceu em Lisboa a 8 de Julho de 1841. Foi do conselho de El-Rei D. Luís I; director geral das contribuições directas no ministério dos negócios da fazenda e bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra.
BRASÃO. – Um escudo com as armas dos Carvalhos. Por timbre um cisne de prata com a estrela das armas no peito.
O brasão de primeiro Barão de Chanceleiros foi passado a 30 de Junho de 1826 e o de visconde do mesmo título a 23 de Maio de 1840 (215).
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(215) PINTO, Albano da Silveira; SANCHES DE BAENA – Resenha das Famílias Titulares e Grandes de Portugal, vol. I, p. 451. Ver SANCHES DE BAENA, Arquivo Heráldico Genealógico, p. 461. Dicionário Bibliográfico, tomo 19, artigo «Sebastião José de Carvalho». MENERES, Alfredo – Carvalhais, traços históricos, p. 299, onde largamente se trata desta família.
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Os Soto Maiores, de Carvalhais, concelho de Mirandela, provêm de um fidalgo galego, que se estabeleceu em Portugal no tempo de El-Rei D. Afonso V, a quem prestou grandes serviços, e por isso lhe deu o título de Conde de Caminha.
1º D. PEDRO DE SOTO MAIOR, descendente do citado fidalgo galego, casou com D. Filipa de Sousa e Castro e passou a residir em Vila Real, onde faleceu em 1664.
Descendência:
D.Maria de Soto Maior, que casou em Mirandela com Mateus Vasques de Guevara.
Descendência:
2º D. FILIPA DE MACEDO, que casou com seu primo D. Alexandre de Macedo Soto Maior, que nasceu em Várzea do Douro a 4 de Janeiro de 1683, capitão-mor de Murça, e fixou depois residência em Carvalhais, administrando os bens que aí possuía e o morgadio de Mirandela.
D. Alexandre de Macedo Soto Maior casou, em segundas núpcias, com D. Caetana de Sousa Cabral, de Murça, filha do doutor Valério de Castro Delgado e de D.Maria de Sousa Cabral.
Deste segundo matrimónio deixou, além de outros, os seguintes descendentes:
I. D. Henrique de Macedo Soto Maior, senhor do morgadio de Mirandela, que casou em Alfândega da Fé a 19 de Outubro de 1755 com D.Mariana Josefa de Sousa e Meneses, filha do doutor Domingos Luís de Almeida Noga e de D. Ana de Sousa Meneses. Nasceu em Carvalhais em 1721 e aí faleceu em 1770.
Além de outros, deixou os seguintes descendentes:
a) D. Alexandre, fidalgo da Casa Real, senhor do morgadio de Mirandela e prazos de Carvalhais, pai de D. Margarida, que casou com Francisco Sebastião Pessanha (ver 8º em Pessanhas).
II. D. Mariana de Macedo Soto Maior, que casou em Vila Flor com Tomás Manuel de Morais e Castro, monteiro-mor, senhor de um morgadio em Linhares, concelho de Carrazeda de Ansiães, e do da Praça, concelho de Vila Flor.
Sucedeu-lhe seu filho:
a) Francisco António de Macedo Soto Maior, que casou com D. Luísa Leite Pereira de Almeida Machado e Lemos.
Descendência:
Francisco de Morais Leite Soto Maior e Castro, que casou com sua prima D. Guilhermina Leite Pereira de Seabra.
Descendência:
Agripino.
Adília.
Felicidade.
Arnaldo.
Beatriz.
D.Maria Leopoldina de Morais Leite Soto Maior de Castro, que casou em Freixiel, concelho de Vila Flor, com Justiniano de Morais Madureira Lobo, senhor de um morgadio na mesma povoação.
Descêndencia:
Guilhermino.
Beatriz.
Isabel.

MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

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