quarta-feira, 4 de junho de 2025

JOVEM DE 12 ANOS LANÇA LIVRO DE POESIA INSPIRADO NAS PAISAGENS DE MIRANDELA E MIRANDA DO DOURO

 "Na cabeça dos poemas sem pés". É o título de um livro de poesia escrito por uma criança de apenas 12 anos, que apesar de ser do Porto, inspirou-se nas belas paisagens transmontanas, principalmente em Mirandela e Miranda do Douro.


Aliás, César Diogo Pereira fez questão de escrever um poema sobre Miranda do Douro, em mirandês, a segunda língua oficial de Portugal.

É pura magia feita por uma criança desde os seus 8 anos. Atualmente, com 12 anos, Diogo – como gosta que lhe chamem - publicou o seu primeiro livro de poesia. Algo inédito, que começou em tempos difíceis. “Foi na época da pandemia, quando tinha oito anos”, conta. “Estava entediado, com poucas coisas para fazer, então decidi compor uma pequena música no piano, que já vem neste livro, e fiz o meu primeiro poema, que serviu como letra dessa música. A partir daí fui crescendo, fui aprimorando o meu jeito de escrever poesia, e no ano passado, depois das férias de verão, um dia ao jantar, com os meus pais, tivemos esta ideia de porquê não compilar tudo num livro? E foi assim que surgiu”, explica.

Mas, Diogo até nem gostava de poesia, nem tão pouco de escrever. “Não gostava nada e também odiava escrever”, afirma. “Mesmo agora não gosto nada da disciplina português. Mas foi ao longo do tempo, os meus pais foram-me incutindo o gosto pela leitura, e com a leitura surgiu aquela motivação, se os outros escrevem, eu também quero escrever para o mundo saber o que é que eu penso. E foi assim que descobri que se eu me esforçasse, talvez conseguisse ser qualquer coisa. E agora, já nem sequer é preciso esforçar-me, sai-me naturalmente, pego no caderno, pego na caneta, e aquilo começa logo a sair”, refere.

A fonte de inspiração foram as paisagens desta região. “Ao longo do meu crescimento, vim viajando para estas regiões, no âmbito do Passaporte do Douro, e também para descobrir o que é a verdadeira beleza da ruralidade. E foi aí, com estas paisagens e o ambiente vivido aqui, que me inspirei para escrever alguns poemas, mais especificamente o poema Tua, que é referente aqui a Mirandela, e o poema Mirandum, que é referente a Miranda Douro”, revela.

Mas, também ajudou o facto de a mãe, médica, exercer a sua atividade profissional, em Mirandela. “Ela trabalha aqui como médica no Hospital de Mirandela e desde criança vinha cá várias vezes, enquanto a minha mãe vinha fazer os seus turnos, eu vinha com o meu pai e com a minha irmã, ficávamos a passear por aqui na região, e foi a partir daí também que me inspirei bastante para escrever os últimos poemas”, sublinha.

E Diogo acredita que o seu livro pode ser “um bom instrumento de promoção” deste território que considera riquíssimo. “As pessoas da cidade, que muitas vezes não conhecem estas regiões, a opinião delas sobre a ruralidade, que muitas vezes acham que é feio, que não vale a pena visitar, mas é mentira, na verdade vale a pena, e com estes meus poemas sobre a região, procuro também puxar as pessoas de lá da cidade, como é o caso do Porto ou Lisboa, virem e trazer vida de volta a estas regiões”, adianta.

Para concretizar este sonho, Diogo sublinha o apoio incondicional da família. “A minha família foi o que mais me impulsionou a fazer isto, inclusive tenho um poema sobre a minha irmã, sobre a minha mãe, sobre o meu pai, e sobre a família. Basicamente o que me puxou a fazer isto, e este livro só existe, devido à minha família, mais especificamente ao meu pai e à minha mãe. Por isso, devo-lhes um enorme agradecimento, e estou muito grato”, conclui.

O difícil foi começar, porque César Diogo Pereira não vai parar por aqui e até revela que já tem pronto o segundo livro, Por agora, a única coisa que pode desvendar é o título. Vai chamar-se “Irritações”.

O livro “Na cabeça dos poemas sem pés” de César Diogo Pereira já foi apresentado, na Fnac do Gaia Shopping, e na Ecoteca, em Mirandela, no passado domingo, no âmbito  nas comemorações promovidas pelo Município alusivas ao  dia mundial da criança.

Segue-se a apresentação em Miranda do Douro agendada para o dia 21 de junho, na Câmara Municipal.

Artigo escrito por Fernando Pires (jornalista)

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