quinta-feira, 31 de julho de 2025

Farsa de Inês Pereira – Gil Vicente

 Na próxima terça-feira, 5 de agosto, pelas 21h30, a Praça das Eiras será palco da divertida comédia A Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, apresentada pela Filandorra – Teatro do Nordeste.
Uma divertida comédia de caracteres e costumes que conta a história de Inês Pereira, jovem caprichosa e ambiciosa, que anda encantada por Brás da Mata, galante combatente, mas é pressionada a casar com Pêro Marques, um lavrador simples e sem cultura.

É na escolha de pretendentes e suas consequências que se centra esta farsa vicentina, uma das mais divertidas e satíricas da vida quotidiana do tempo de Gil Vicente, escrita a partir do ditado popular Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube.

Bem-vindo à Reforma, Kuacha


 Chega agora o momento em que quero homenagear não apenas o fim de uma carreira, mas a grandeza de uma vida inteira dedicada ao serviço público e ao associativismo onde sempre nos cruzámos e ajudámos a construir... coisas.
Após quase 47 anos de serviço ininterrupto na autarquia de Bragança, o nome Kuacha (Manuel Carlos Dias Morais) junta-se à galeria restrita de homens que representam o que de melhor existe na administração pública: discrição, trabalho, compromisso e lealdade à comunidade.
Foste, durante décadas e eu testemunhei, uma presença firme e constante, daqueles que fazem, resolvem, e nunca se colocam no centro da fotografia. Pertenceste a uma geração que muito deu, que enfrentou o trabalho com sentido de dever e que, em troca, pouco ou nada exigiu. Uma geração que acreditava que servir era uma honra, não uma oportunidade.
Hoje celebro a tua merecida reforma e a nossa velha e fraterna amizade, não como um fim, mas como o reconhecimento de uma vida vivida com propósito. O teu legado não se mede em palavras, mas nas obras feitas, nos dias cumpridos com seriedade, e no respeito de todos os que contigo trabalharam.
Que nesta nova fase da vida te acompanhem a saúde, o descanso merecido, e o orgulho silencioso de quem pode olhar para trás e dizer: “Cumpri.”

És o último, do trio na foto, a vir para este lado, mas vieste.

Em meu nome e em nome de muitos, Obrigado, Kuacha.

Bem-vindo a este lado da vida.

HM

2ª edição da Feira Lagoa do's Sabor'es

 No próximo fim de semana, dias  02, 03 e 04 de agosto, a Junta de Freguesia de Lagoa promove a 2ª edição da Feira Lagoa do's Sabor'es.
Uma feira dedicada aos sabores e tradições locais, com um programa recheado de atividades, animação cultural e desportos náuticos junto à Ponte do Sabor.

Lamalonga Romana - Festum Flávius

 No próximo fim de semana,  dias 02 e 03 de agosto, a Junta de Freguesia de Lamalonga convida-o a viajar no tempo, com a realização da Lamalonga Romana – Festum Flávius.
Durante dois dias, Lamalonga transforma-se num autêntico cenário da época romana, com um programa repleto de atividades e muita animação.

Segurança reforçada na praia de Soeira (Vinhais) com presença de nadadores salvadores

 Praia conta com presença de diária de  dois nadadores salvadores em simultâneo


A Praia Fluvial de Soeira, no concelho de Vinhais, é, agora, vigiada, contando, diariamente, com a presença de dois nadadores salvadores em simultâneo.

O presidente da câmara de Vinhais, Luís Fernandes, realça que esta medida permite aos banhistas um ambiente com maior segurança.

“É o primeiro ano que aquela praia tem nadador salvador. Claro que é uma mais-valia para aquele espaço que é tão procurado e permite ali ter outras condições também a nível de segurança. É um investimento também grande por parte do município. Há uma grande dificuldade a nível da disponibilização de nadadores salvadores. É difícil arranjar e, portanto, tem custos também significativos”, disse.

Localizada em pleno Parque Natural de Montesinho, a Praia Fluvial de Soeira, banhada pelo Rio Tuela, tem sido cada vez mais procurada por banhistas, daí a necessidade da câmara municipal em torna-la vigiada e segura.

“Tornamos aquele espaço mais aprazível, mais agradável. Já antes era procurado, porque é um espaço muito bonito e muito natural. Agora, com estas condições, com a requalificação daquele espaço que fizemos e também com esta questão do nadador salvador e até com outras questões de pequenas melhorias, as famílias também se sentem mais seguras”, frisou.

A praia está certificada com a Bandeira de Qualidade Ouro, pela Quercus. A água conta com a qualificação de Excelente já desde o ano de 2011.

Em 2022 este espaço contou obras de beneficiação, ficando dotado de estruturas para o usufruto da área de forma segura, sustentável e confortável, promovendo o desenvolvimento de atividades e desportos aquáticos. Foi feita a melhoria dos acessos e do espaço envolvente, com parque de estacionamento, colocação de areia junto ao rio, abertura de um passadiço que permite chegar mais facilmente à praia, colocação de pavimento, ecoponto, entre outros.

Escrito por Brigantia.
Foto: Terras de Trás-os-Montes
Jornalista: Carina Alves

Percursos pedestres do Parque Natural Regional do Vale do Tua e o município de Montalegre estão cada vez mais perto da certificação europeia

 Formação promovida pela empresa de turismo e consultoria, Portugal NTN, decorreu ao longo de três dias em Mirandela


O Parque Natural regional do Vale do Tua e o município de Montalegre reúnem condições para certificar os Percursos Pedestres a nível europeu.

A iniciativa partiu da empresa de turismo e consultoria, Portugal NTN, que promoveu, ao longo de três dias, uma formação intensiva ministrada por formadores da Federação Europeia de caminhadas que atribuiu um selo aos percursos do Parque Natural Regional do Vale do Tua e do Município de Montalegre.

Segundo João Neves, sócio-gerente da PORTUGALNTN, esta certificação é o primeiro passo para uma que estes percursos pedestres façam parte “dos melhores percursos da europa”.

“Certifica caminhos de um dia, ou seja, até aos 25 km e caminhos longos, ou seja, caminhos em que tem que se fazer vários dias, como a Fátima ou Santiago de Compostela. Esta certificação aposta na qualidade do caminho, tem que ter uma beleza natural, pontos de interesse muito importantes e têm que ser muito sustentáveis. Esta certificação vai nos permitir, no futuro, preparar melhor os produtos onde estamos a trabalhar”, explicou

Esta certificação vai também permitir potenciar o território e atrair mais turistas.

“Vai cair num nicho de mercado que procura os melhores caminhos de toda a Europa. Este certificado atrai mais turistas e turistas mais especializados, ou seja, pessoas que fazem isto com um ritmo diferente. Isto vai trazer um fluxo mais contínuo de turistas e outros tipos de turistas de toda a Europa”,frisou.

João Neves adiantou ainda que os técnicos europeus examinaram os trilhos a vários níveis, com critérios objetivos e definidos que permitem a medição da atratividade dando-lhes credibilidade a nível europeu.

Em Portugal, a homologação dos trilhos é feita pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP), e todos os percursos da Portugal NTN estão homologados. A empresa passa agora a reunir condições para certificar os Percursos Pedestres a nível europeu. Esta certificação emitida pela Federação Europeia de Caminhadas tem validade de três anos e, atualmente, Portugal conta com três rotas longas e uma de curta distância certificadas.

Escritos por Brigantia.
Jornalista: Cindy Tomé

Motorista multado em Bragança por suposta infração a semáforo intermitente e levanta dúvidas legais

 Paulo Rodrigues foi multado em 120 euros que pagou no imediato. No entanto já recorreu.


Após ter sido multado por, alegadamente, ter infringido um semáforo vermelho em zona de controlo de velocidade, na Avenida das Cantarias, Paulo Rodrigues mostrou-se indignado com os motivos que a PSP alegou para justificar a multa. Segundo Paulo Rodrigues, o semáforo intermitente em questão, localizado em frente ao restaurante “O Tacho”, não deveria dar multa.

Ia com a carrinha à saída aqui da oficina, intercetado por dois polícias de Bragança, a dizer que passei um semáforo vermelho. Quando aquilo não é um semáforo, é um detetor de velocidade. E eu, quando passo pelo semáforo, tenho a certeza absoluta de que está amarelo. A minha defesa disse-me que, legalmente, essa contraordenação esta mal. Um semáforo diz que tem três cores, que é verde, vermelho e amarelo, que é para saber quando se pode parar”, disse.

Paulo Rodrigues foi multado em 120 euros que pagou no imediato. No entanto já recorreu. A advogada Bruna Rodrigues explicou que, de acordo com o regulamento de sinalização de trânsito, a passagem de sinal luminoso vermelho, que alterna entre as cores vermelhas e laranja, não justifica a aplicação de multa, uma vez que não corresponde aos critérios de um semáforo tradicional.

A advogada adiantou que já recorreu da multa. “Já se fez a defesa, basicamente alegando que há uma impossibilidade de praticar uma contraordenação, num local onde não há o tipo de sinal luminoso S1. No caso, o arguido não praticou nenhum facto que preenchesse o tipo de contraordenação que está prevista nesta norma”, frisou.

Contactámos a PSP, mas remeteram esclarecimentos para mais tarde.

Escrito por Brigantia.
Jornalista: Cindy Tomé

quarta-feira, 30 de julho de 2025

E porque não? Valorizemos a nossa memória coletiva! O "resto" é mais do mesmo...


Obs Claro que tenho em conta os custos e contratempos para quem ali habita. Fica apenas a sugestão para futuras rodovias urbanas.

Woodstock 1969 - O Festival que Marcou uma Geração e inspirou a geração seguinte


O Festival de Woodstock, realizado entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969, foi um dos acontecimentos mais emblemáticos da contracultura dos anos 60 e um marco histórico na música e na sociedade. Oficialmente chamado de Woodstock Music & Art Fair, o evento teve lugar numa quinta em Bethel, no estado de Nova Iorque, a cerca de 70 km da cidade de Woodstock, que lhe deu o nome.
Inicialmente, esperavam-se cerca de 50 mil pessoas, mas o festival acabou por atrair mais de 400 mil jovens de todas as partes dos Estados Unidos e do mundo. Foi um símbolo da era hippie, promovendo valores como paz, amor, liberdade, comunhão com a natureza e rejeição à guerra, especialmente à Guerra do Vietname, que na altura dividia a opinião pública.
Apesar de problemas logísticos (como chuva intensa, lama, falta de comida e instalações sanitárias precárias), o espírito de solidariedade e não-violência prevaleceu. As pessoas partilharam recursos, ajudaram-se mutuamente e viveram uma experiência coletiva sem precedentes.
Woodstock reuniu alguns dos maiores nomes da música da época, muitos dos quais se tornaram ainda mais lendários após o festival. Entre os destaques estiveram Jimi Hendrix (cuja interpretação psicadélica do hino americano se tornou icónica), Janis Joplin, The Who, Santana, Jefferson Airplane, Crosby, Stills, Nash & Young, entre muitos outros.
Mais do que um festival de música, Woodstock foi um momento de expressão cultural e política. Representou o auge de um movimento que questionava os valores tradicionais e defendia uma nova forma de viver, mais conectada com a paz, a arte e os ideais humanitários.
Hoje, mais de meio século depois, Woodstock continua a ser lembrado como um dos maiores eventos culturais do século XX, não apenas pela sua dimensão e impacto, mas pela utopia que representou, a crença de que, mesmo em tempos turbulentos, é possível unir milhares de pessoas em torno da música, da paz e da esperança.

HM

Projeto Floresta Comum: Há 110.000 árvores e arbustos disponíveis para reflorestar o país

 Os coordenadores do programa Floresta Comum, programa que incentiva a criação de uma floresta autóctone, anunciaram hoje quantas árvores podem disponibilizar para a época 2025/2026.


As árvores do Floresta Comum são produzidas nos quatro viveiros do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF): em Veiguinhas (Amarante), Malcata (Sabugal), Valverde (Alcácer do Sal) e Monte Gordo. Todos trabalham com sementes exclusivamente portuguesas de espécies como como carvalhos, medronheiros, azinheiras ou sobreiros.

Para a 15ª edição deste programa estão disponíveis cerca de 110.000 plantas de 31 espécies arbóreas e arbustivas autóctones, segundo um comunicado divulgado hoje pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, coordenadora do projeto.

Entre as espécies disponíveis estão o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o sobreiro (Quercus suber), a gilbardeira (Ruscus aculeatus) e o azereiro (Prunus lusitanica).

Na campanha anterior, de 2023/2024, o projeto entregou 114.098 plantas de mais de 30 espécies diferentes; os pedidos ultrapassaram esse número, sendo de 139.287 plantas.

Uma boa parte das candidaturas destinaram-se a projetos florestais, de conservação da natureza e de recuperação da biodiversidade (64%), tendo sido também submetidas candidaturas para projetos educativos com a comunidade escolar (19%) e para parques florestais urbanos (17%), num total de 59 candidaturas. 

Segundo o relatório apresentado pela Quercus, 46% das candidaturas incidiu sobre áreas ardidas e 32% das ações ocorreram em Áreas Classificadas. Sensivelmente 59% dos projetos procedeu à conversão para espécies autóctones e 32% envolveu a erradicação de espécies invasoras lenhosas.

O Floresta Comum – parceria entre a Quercus, o ICNF, a Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – disponibiliza árvores e arbustos para projetos florestais e de conservação da natureza e recuperação da biodiversidade, para projetos educativos e projetos para parques urbanos.

Desde o seu início já distribuiu um total de 1.544.331 árvores e arbustos.

É dirigida a entidades com responsabilidade de gestão de terrenos públicos ou comunitários (baldios), desde Câmaras Municipais a Juntas de Freguesia. O período de candidaturas vai de 21 de Julho a 30 de Setembro.

Esta iniciativa “surgiu com o objetivo de incentivar a criação de uma floresta autóctone com altos níveis de biodiversidade e de produção de bens e serviços de ecossistema”, explica a Quercus. É parcialmente financiado pelo projeto Green Cork – reciclagem de rolhas de cortiça e conta com o mecenato da REN – Redes Energéticas Nacionais.  

“São múltiplas as vantagens em melhorar a composição da floresta portuguesa com recurso a espécies autóctones, como os carvalhos, o sobreiro, a azinheira, o freixo, entre diversas outras, com importantes benefícios ecológicos, sociais e económicos”, defende esta organização. “A promoção da floresta própria das regiões, para além de diversas utilizações e uma melhoria da paisagem, possibilita também, entre outros, uma adequada adaptação às condições locais, incluindo aos períodos de seca, um aumento da biodiversidade, uma maior resistência a pragas e doenças, uma melhor contribuição face às alterações climáticas e uma maior resistência aos incêndios rurais/florestais.” 

Maior diversidade de plantas nos olivais tem impacto positivo sobre aves selvagens, demonstra novo estudo

 Uma maior diversidade de árvores e arbustos nos olivais pode favorecer a abundância e a diversidade de aves sem afectar negativamente a produção, demonstrou um novo estudo publicado na revista Ecological Applications.

Pintassilgo. Foto: Dimitrisvetsikas1969/Pixabay

O estudo, publicado a 9 de Julho, parte de uma realidade bem conhecida no Mediterrâneo: os olivais são uma das paisagens agrícolas mais emblemáticas da região, ultrapassando os 11 milhões de hectares. 

Mas são também uma das mais transformadas nas últimas três décadas. Este cultivo milenar sofreu alterações profundas com a intensificação agrícola, o que deu lugar a olivais cada vez mais extensos, com menor cobertura herbácea e rodeados de um meio menos natural. Agora, este trabalho analisou até que ponto é possível compatibilizar a produtividade do olival com a conservação da biodiversidade.

A equipa de investigadores – coordenada pela Estação Biológica de Doñana (EBD-CSIC) e a Universidade de Jaén – analisou como respondem as aves à intensificação agrícola em 50 olivais do Sul de Espanha, nomeadamente na Andaluzia, Castela-La Mancha e Extremadura. A lista destes olivais inclui explorações intensivas e outras que mantiveram o coberto herbáceo e o habitat natural.

O estudo analisou uma série de variáveis ambientais relativas ao grau de intensificação agrícola em diferentes escalas espaciais. E descobriu os limites críticos a partir dos quais a abundância e diversidade de aves diminui ou aumenta.

As espécies de aves mais comuns foram a toutinegra-de-cabeça-preta (Curruca melanocephala), o tentilhão-comum (Fringilla coelebs), o pintassilgo (Carduelis carduelis) e o verdilhão (Chloris chloris).

Em geral, as aves responderam de forma positiva a níveis mais baixos de intensificação agrícola. Ao aumentar a cobertura de vegetação e a diversidade de plantas – tanto herbáceas como lenhosas – também aumentou a abundância e a diversidade de aves.

“Esta resposta positiva não foi limitada a determinados grupos. Espécies com uma ecologia muito diferente em termos de dieta ou estratégia de captura de alimento registaram um padrão semelhante”, comentou, em comunicado, Vicente García-Navas, investigador da Estação Biológica de Doñana e o principal autor do estudo.

Segundo os investigadores, a abundância de aves não se alterou de forma brusca perante a mudança nos ecossistemas mas foi algo que foi acontecendo gradualmente, com um elevado grau de sincronia entre as espécies. O que leva os investigadores a acreditar que existem limites críticos. Em concreto, o estudo defende que conseguir um número mínimo de 85 plantas herbáceas e 15 plantas lenhosas por exploração pode trazer ganhos de biodiversidade para os olivais sem praticamente efeitos negativos.

“Não há receitas mágicas mas estes dados podem orientar futuras decisões de gestão”, defendeu Pedro J. Rey, catedrático da Universidade de Jaén. “Estabelecer objectivos claros na hora de incentivar a manutenção de um mínimo de espécies vegetais no âmbito da Política Agrícola Comum pode melhorar a sua eficácia na hora de preservar a biodiversidade.”

Esta investigação salienta ainda que estes efeitos positivos acontecem a escalas diferentes, tanto ao nível da propriedade como ao nível da paisagem. Por isso, os investigadores defendem que as acções para preservar a biodiversidade nos olivais não se devem limitar à zona produtiva do cultivo mas também à área circundante e à paisagem, na medida do possível.

O estudo foi realizado no âmbito dos projetos LIFE Olivares Vivos e Olivares Vivos+ que procuram aumentar a rentabilidade do olival a partir da recuperação da sua biodiversidade.

No dia 24 de julho esgotámos os recursos naturais da Terra para todo o ano de 2025

 Ainda faltam cinco meses para 2025 terminar e os ecossistemas do planeta já esgotaram os recursos naturais que podem fornecer à humanidade, conseguindo regenerar-se. O Dia da Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot Day) deste ano chega a 24 de Julho.

Foto: Joana Bourgard

“O Dia da Sobrecarga da Terra assinala o dia em que a necessidade de recursos e serviços ambientais por parte da Humanidade excede a capacidade do Planeta Terra para regenerar esses mesmos recursos”, explica a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável em comunicado enviado à Wilder.

A partir de hoje temos de usar recursos naturais que só deveriam ser utilizados a partir de 1 de Janeiro de 2026.

A tendência para antecipar uso do cartão de crédito ambiental já dura há anos, o que representa uma “ameaça para o bem-estar das gerações presentes e futuras”, alerta a associação. Mais do que isso, este ano o uso do cartão de crédito ambiental começou cerca de uma semana mais cedo do que em 2024, ou seja, a 24 de julho.

“Nos últimos anos a tendência tem sido de uma certa estagnação. Contudo, mesmo que o dia da sobrecarga não varie muito, a pressão sobre o planeta continua a aumentar, à medida que os danos causados pela ultrapassagem do limite ecológico se acumulam ao longo do tempo”, comentou a ZERO.

Este conceito revela “como os modelos económicos atuais – baseados no uso insustentável de recursos naturais, crença num crescimento contínuo num planeta finito e o apelo constante ao consumo -, pressionam os sistemas naturais além da sua capacidade de recuperação”.

Perante esta situação, a ZERO defende algumas acções para reduzir o impacto da Humanidade no planeta, incluindo a aplicação de uma taxa por tonelada de carbono de cerca de 100 dólares. Se esta fosse aplicada, isso representaria um adiamento de 63 dias no Dia da Sobrecarga do Planeta.

Outra medida importante seria se metade do mundo implementasse um Green New Deal com o nível de ambição da União Europeia. Assim, o Dia da Sobrecarga do Planeta poderia ser adiado 42 dias nos próximos 10 anos.

A ZERO lembra ainda que se reduzirmos o consumo de carne em 50% e substituirmos essas calorias por uma alimentação vegetariana, o cartão de crédito seria acionado 17 dias depois, com 10 desses dias a resultarem das emissões de metano evitadas.

Como se calcula o indicador

Tal como um extrato bancário dá indicação das despesas e dos rendimentos, a Pegada Ecológica avalia as necessidades humanas de recursos renováveis e serviços essenciais e compara-as com a capacidade da Terra para fornecer tais recursos e serviços (biocapacidade). 

A Pegada Ecológica mede o uso de terra cultivada, florestas, pastagens e áreas de pesca para o fornecimento de recursos e absorção de resíduos (dióxido de carbono proveniente da queima de combustíveis fósseis). A biocapacidade mede a quantidade de área biologicamente produtiva disponível para regenerar esses recursos e serviços.

As agências da ONU e os organismos afiliados, que fornecem todos os dados para o cálculo do Dia da Sobrecarga fazem revisões regulares aos mesmos, o que pode levar a variações nas datas de ano para ano. Uma das principais revisões deste ano foi um ajustamento em baixa da capacidade de sequestro de carbono dos oceanos. Este facto, juntamente com uma Pegada Ecológica per capita ligeiramente superior e uma biocapacidade per capita ligeiramente inferior, fez com que o Dia da Ultrapassagem da Terra passasse a ser oito dias mais cedo do que em 2024. Sete desses oito dias devem-se às revisões de dados.

“É urgente a tomada de consciência para a necessidade de alterar o paradigma de desenvolvimento no sentido de promover uma economia do Bem-Estar, que garante qualidade de vida para todos dentro do respeito pelos limites do planeta.” 

As estratégias das plantas: crescer entre o asfalto e o betão

 À primeira vista, as cidades parecem ter lugar para tudo, menos para as plantas. O betão, o alcatrão, os muros e as calçadas dominam o espaço. O solo é escasso ou ausente, o calor acumula-se no asfalto, a água desaparece rápido e a pressão humana é constante. Ainda assim, as plantas não desistem, crescem onde menos se espera, entre as pedras e as fissuras, encontrando formas engenhosas de sobreviver.

Alfavaca-de-cobra (Parietaria judaica). Foto: Krzysztof Ziarnek, Kenraiz/WikiCommons

Sobreviver à cidade, sem pedir licença

Crescer entre o betão e as pedras exige mais do que sorte — implica adaptação. A flora espontânea que coloniza fendas, muros e outros recantos urbanos não só tolera condições difíceis, como explora essas dificuldades para garantir o seu lugar. 

Chamamos-lhes “ervas”, muitas vezes com desprezo, mas são verdadeiras pioneiras, adaptadas à hostilidade do espaço urbano. Quando o solo é escasso e a água desaparece com facilidade, estas plantas engenhosas usam o que têm ao seu dispor. Aproveitam o calor dos muros para germinar mais cedo, desenvolvem raízes finas e flexíveis, capazes de se fixar e alimentar mesmo em poucos centímetros de solo. 

Muitas são anuais e completam o ciclo de vida em poucas semanas. Outras, perenes, criam redes subterrâneas persistentes, que regressam ano após ano, como um coração que não desiste de bater. 

Dou muitas vezes por mim a reparar nestas pequenas plantas que rompem o betão ou que se insinuam nas fendas dos passeios e dos muros.  Discretas, quase invisíveis, mas determinadas.

Há anos que vejo algumas regressarem, sempre aos mesmos lugares, uma companhia silenciosa no meu percurso habitual. Um bom exemplo é a alfavaca-de-cobra (Parietaria judaica), uma planta nativa que cresce em muros e consegue sobreviver em condições de pouca água e nutrientes.

A cimbalária (Cymbalaria muralis) também é uma presença constante. Apesar de não ser uma espécie nativa, tornou-se parte da paisagem. Resiste bem à seca e às mudanças bruscas de temperatura. Forma um tapete verde que cobre o muro e as suas pequenas flores, quase imperceptíveis, acrescentam cor aos recantos de pedra. 

Cimbalária (Cymbalaria muralis). Foto: Angelika Baumann/WikiCommons

Plantas da cidade

Pequenas plantas, muitas vezes anónimas, crescem onde não foram convidadas. Ninguém as semeou, ninguém as plantou, e muitas vezes, ninguém as quer ali. Mas surgem mesmo assim, aproveitando o vento, a chuva ou os animais para dispersar sementes e encontrar refúgio. 

Instalam-se em fendas de muros, entre pedras soltas, calçadas e passeios, locais onde quase nada mais vinga e aí prosperam, fazendo das dificuldades urbanas uma oportunidade.

Espécies como o umbigo-de-vénus (Umbilicus rupestris), que forma pequenas rosetas bem agarradas a superfícies húmidas, são-me familiares: aparece todos os anos no mesmo muro, na mesma escada por onde passo todos os dias.

Umbigo-de-vénus (Umbilicus rupestris). Foto: Krzysztof Ziarnek, Kenraiz/WikiCommons

A boca-de-lobo (Antirrhinum majus), com as suas flores coloridas, desponta de tempos a tempos nos muros perto de casa, trazendo cor ao cinzento das pedras. 

A papoila (Papaver rhoeas), de pétalas frágeis, escolhe os sítios mais improváveis: fissuras junto a passadeiras, bermas de caminhos, recantos esquecidos no meu trajeto a pé para o trabalho. 

O dente-de-leão (Taraxacum officinale), mais discreto, também resiste entre o empedrado, como se recusasse ser esquecido. 

A salsaparrilha (Smilax aspera), uma trepadeira robusta, cobre muros e outra vegetação, acrescenta diversidade a estes ambientes urbanos.

Nos telhados e zonas mais expostas, surge o arroz-dos-telhados (Sedum album), uma suculenta que se destaca pela sua capacidade de armazenar água e resistir a ambientes secos e quentes, comuns nas cidades, onde há forte exposição solar e pouca retenção de humidade.

É impossível não parar, nem que seja por um segundo, para observar esta persistência em crescer nos lugares mais inóspitos. 

Além das plantas com flor, musgos, fetos e líquenes colonizam pedras e paredes, integrando o ecossistema urbano. Discretos, estes seres vivos revelam uma incrível capacidade de adaptação.

Vantagens invisíveis

Mesmo que passem despercebidas, estas presenças — das plantas com flor, aos musgos, fetos e líquenes – são fundamentais para o equilíbrio ecológico das cidades. Além da sua notável resiliência, desempenham funções ecológicas que sustentam a vida nas cidades. Alimentam polinizadores e pequenos animais, contribuem para o equilíbrio do microclima e ajudam a estabilizar solos, mesmo nos espaços mais reduzidos e inóspitos.

Arroz-dos-telhados (Sedum album). Foto: Liv/WikiCommons

Destacando-se como bioindicadores da qualidade do ar, os líquenes e os musgos, também contribuem para criar microhabitats, prevenir a erosão e participam no ciclo dos nutrientes – funções importantes para a manutenção da biodiversidade urbana.

Estas comunidades, espalhadas pelas calçadas, muros, passeios e telhados, funcionam como verdadeiras pontes verdes, ligando fragmentos de natureza urbana. Facilitam a circulação de pequenos organismos, a dispersão de sementes e tecem redes vivas que sustentam processos naturais mesmo nas grandes cidades.

Além disso, contribuem para a melhoria da qualidade do ar ao reter partículas poluentes e, ao cobrirem superfícies duras, atenuam o ruído e ajudam a regular a temperatura local – funções cada vez mais importantes face às alterações climáticas. 

A sua presença suaviza os efeitos das ilhas de calor e torna a cidade mais resiliente a fenómenos extremos. Não será por acaso que sentimos mais frescura ao passar por certos muros cobertos de vegetação.

Por fim, há um valor simbólico e estético que não pode ser ignorado: estas espécies, muitas vezes consideradas indesejadas, rompem o betão com cor, vida e persistência, lembrando-nos que a natureza não desaparece. Adapta-se, resiste e insiste em regressar, mesmo nos lugares mais improváveis.

A lentidão que desafia

Mas a força destas plantas não está apenas na sua capacidade de resistir ao meio urbano — está também na paciência com que o fazem.

Enquanto a vida urbana corre a passos acelerados, elas seguem um ritmo completamente diferente: crescem devagar, ano após ano, construindo raízes profundas e estruturas discretas, que poucos notam, mas que fazem toda a diferença. 

Essa lentidão não é sinal de fraqueza, é uma estratégia de sobrevivência. Ao resistirem ao pisoteio, à seca e ao calor, acumulam lentamente reservas e preparam-se, com firmeza, para os desafios futuros.

Além disso, o seu crescimento lento ajuda a criar estabilidade nos espaços onde vivem. As suas raízes, por exemplo, estendem-se entre pedras e fissuras com delicadeza e firmeza, ajudando a manter o solo e as estruturas intactas.

Tornam-se arquitetas silenciosas da cidade, moldando microambientes e preparando o terreno para outras formas de vida.

Essa capacidade de persistir lentamente, quase invisível ao olhar apressado, é um lembrete importante: na natureza, o tempo não é um inimigo, mas um aliado. A lentidão destas plantas urbanas desafia a pressa e a imposição humana, mostrando que a verdadeira resistência muitas vezes se constrói no ritmo calmo e constante da vida.

Dente-de-leão (Taraxacum officinale). Foto: Thomas Wolf/WikiCommons

Num mundo cada vez mais apressado, impermeável e afastado da natureza, estas plantas que crescem entre pedras e muros oferecem-nos uma lição profunda. 

A forma discreta como se instalam com naturalidade, sem exigir nada, revela outra forma de habitar o espaço, mais atenta, mais paciente, mais resiliente.

Ao surgirem nas fendas do betão, estas espécies espontâneas mostram que a natureza não precisa de grandes territórios para se manifestar. Basta-lhe uma pequena fissura, um pouco de luz, uma gota de água. E assim, relembram-nos que o mundo natural permanece presente, mesmo quando tentamos esquecê-lo ou apagá-lo.

Reconhecer o valor destas plantas é mais do que um gesto ecológico, é um reencontro com a natureza que resiste, discreta nos cantos esquecidos das cidades. 

É lembrar que a beleza também surge nos locais mais inesperados e que cuidar começa por ver.

Aprendi a reconhecê-las quase sem querer. Primeiro com curiosidade, depois com respeito. Hoje, não passo sem as procurar.

Comissão Europeia acusada de marginalizar natureza na sua proposta de orçamento pós-2027

 A proposta para o novo Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia (2028-2034), apresentada a 16 de Julho, põe em risco o futuro do programa LIFE, a espinha dorsal da conservação da natureza na Europa, alertam organizações de defesa da vida selvagem.


A Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO/Birdlife) diz-se profundamente preocupada com a proposta apresentada por Bruxelas relativa ao pós-2027. “Longe de reforçar a resposta europeia perante a emergência ecológica, a nova proposta supõe um passo atrás na ambição climática e na protecção da biodiversidade”, alerta em comunicado.

Segundo a SEO/Birdlife, a proposta da Comissão Europeia aposta numa simplificação extrema dos fundos da União Europeia, eliminando os objectivos específicos de biodiversidade e fundindo programas como o LIFE em novos mecanismos orientados para a competitividade económica.

Se esta proposta for aprovada, “a natureza vai perder visibilidade” e peso político e financeiro.

A organização alerta que sem um financiamento adequado não será possível implementar os objectivos europeus de restauro ecológico nem enfrentar, com garantias, os impactos das alterações climáticas, nem proteger os serviços dos ecossistemas que sustentam a saúde, a segurança alimentar o bem-estar das pessoas.

Asunción Ruiz, directora executiva da SEO/Birdlife, considera que “a proposta apresentada hoje (16 de Julho) pela Comissão Europeia não está à altura da resposta aos desafios estruturais e mundiais que põem em risco o nosso futuro comum”.

Apesar dos compromissos assumidos já pela União Europeia no âmbito do Pacto Ecológico Europeu, o novo Quadro Financeiro Plurianual, com um orçamento de dois biliões de euros para aplicar de 2028 a 2034, abandona o objectivo de 10% gastos em biodiversidade e não estabelece mecanismos de seguimento nem de prestação de contas para garantir um financiamento adequado.

Além disso, salientou a SEO/Birdlife, o futuro do programa LIFE, o único fundo especificamente ambiental da União Europeia, é posto em causa, já que se propõe integra-lo num fundo de competitividade gerido directamente pela Comissão Europeia. “Esta decisão vai enfraquecer a sua eficácia e afastar a sociedade civil da concepção e implementação das políticas ambientais europeias.”

A organização apela ao Governo de Espanha para trabalhar activamente no Conselho e no Parlamento Europeu para manter o programa LIFE como um fundo específico e com maior dotação e para definir uma dotação mínima para a biodiversidade no novo Quadro Financeiro Plurianual.

Em Portugal, a WWF também manifestou a sua preocupação.

“Num movimento inexplicável, o altamente bem-sucedido programa LIFE será absorvido pelo Fundo Europeu para a Competitividade, um instrumento concebido principalmente para apoiar objetivos de política industrial”, lamenta, em comunicado.

A WWF Portugal receia que seja “pouco provável que projetos genuínos de conservação e restauro da natureza continuem a receber apoio significativo, já que foram totalmente omitidos do novo fundo”.

“No seu empenho implacável pela simplificação, a Comissão criou um monstro de Frankenstein,” comentou Bianca Mattos, coordenadora de Políticas da WWF Portugal. “Ao desmantelar e fundir o financiamento direcionado, dedicado e bem-sucedido do atual programa LIFE nos dois grandes pilares do novo Quadro Financeiro Plurianual, que deverão cumprir uma lista interminável de objetivos sem qualquer prioridade clara, a Comissão arrisca-se a cortar fundos vitais para a ação climática e pela natureza.”

De forma preocupante, a Comissão também atribui a si própria plena discricionariedade sobre como e até que ponto esses objetivos serão prosseguidos. “Esta abordagem fragiliza milhares de beneficiários em toda a Europa que dependem de financiamento da UE estável e previsível para ações climáticas e ambientais. Além disso, marginaliza o papel do Parlamento Europeu na definição do orçamento da UE e ameaça rebaixar prioridades fundamentais da União”, salienta a WWF Portugal.

Por isso, a WWF apela aos co-legisladores para que alterem a proposta da Comissão e garantam que o orçamento da UE assegure financiamento dedicado para as atividades do LIFE.

Ainda assim, há pontos positivos. Esta organização “saúda o compromisso contínuo com a eliminação de subsídios prejudiciais ao ambiente no próximo período orçamental da UE. A Comissão Europeia comprometeu-se – pelo menos no papel – a aplicar plenamente o princípio de Não Causar Dano Significativo, em conformidade com as suas obrigações legais ao abrigo do Regulamento Financeiro”.

“No entanto, muito dependerá da forma como esta aplicação se concretiza na prática.”

Festival de Folclore 2025 - Macedo de Cavaleiros

 A Praça das Eiras recebe no próximo sábado, dia 02 de agosto pelas 21h30, o Festival de Folclore para assinalar o 48.º aniversário do GCER - Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo de Macedo de Cavaleiros.
O Festival de Folclore é uma oportunidade única para apreciar as danças, os instrumentos, os trajes típicos e os cantares dos grupos vindos de diferentes regiões. Este ano, contará com a participação do Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo de Macedo de Cavaleiros, do Rancho Folclórico de Casal Comba, do Grupo de Danças e Cantares de Aldreu e do Grupo Folclórico da ASCRD de Moure de Madalena.

Será uma noite de celebração da cultura popular, da tradição e da identidade das nossas raízes.

Cia Maurangas - The great wolynski show

  É já amanhã, dia 31 de julho, pelas 21h30, que Praça das Eiras rebe no próximo  Cia  Maurangas -  The great wolynski show.
O Fantástico Wolynski, um artista versátil e habilidoso, apresenta um espetáculo baseado em proezas físicas, música ao vivo e interação cómica com o público, criando um universo divertido.

“Deixe-se surpreender pelo Fantástico Wolynski. Um espetáculo único e original que não verá todos os dias.”

𝐗𝐈 𝐅𝐞𝐬𝐭𝐢𝐯𝐚𝐥 𝐈𝐛𝐞́𝐫𝐢𝐜𝐨 𝐝𝐞 𝐏𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐞𝐢𝐫𝐨𝐬

 No serão deste domingo, dia 3 de agosto, a praça central da vila de Sendim, recebe o XI Festival Ibérico de Pauliteiros, um evento cultural organizado pela Casa do Pauliteiro de Sendim, com o apoio do Município de Miranda do Douro, da União de Freguesias de Sendim e Atenor e da Comissão de Festas de Santa Bárbara 2025.

Câmara de Mirandela recebe luz verde para investimento de mais de 630 mil euros na reabilitação fluvial

 A Câmara Municipal de Mirandela informou em comunicado, que foi aprovada a candidatura “NORTE2030-FEDER-01682200”, que diz respeito à segunda fase da operação “Intervenções de Reabilitação da Rede Hidrográfica e Mitigação dos Efeitos das Cheias – Mirandela”.


O investimento será de 634 mil 952 euros, com cofinanciamento FEDER de 75% e vai contemplar intervenções estruturantes em várias ribeiras e rios do concelho, nomeadamente, na Ribeira de Carvalhais, Ribeira de Mourel, Açude no Rio Tua, Frechas e Açude da Ponte de Pedra no Rio Tuelo.

O município refere em comunicado, que esta é uma “continuidade de uma estratégia faseada e esta aprovação vem reforçar a estratégia municipal para a reabilitação da rede hidrográfica, que já se encontra em curso com a 1.ª fase da operação, centrada na manutenção e automatização das oito comportas da Ponte Açude, no Rio Tua.”

A intervenção representa um investimento de cerca de 2 milhões de euros e visa garantir maior controlo dos caudais, aumentar a eficiência da gestão hidráulica e mitigar o impacto de eventos climáticos extremos. Com estas intervenções, “a autarquia reafirma o seu compromisso com a proteção ambiental, a adaptação às alterações climáticas e a segurança das populações, através de investimentos sustentáveis e integrados com o apoio dos fundos europeus.”

Este projeto “contempla intervenções estruturantes em vários troços de ribeiras e rios do concelho, com o objetivo de reduzir os riscos associados a cheias e inundações, melhorar a segurança de pessoas e bens, e promover a valorização ambiental dos ecossistemas ribeirinhos”, revela o executivo em comunicado.

Ainda segundo a mesma nota de imprensa, os investimentos incluídos nesta 2ª fase da operação, serão canalizados para a Ribeira de Carvalhais, Ribeira de Mourel, açude do rio Tua (Frechas), açude da Ponte de Pedra, no Rio Tuela.

Esta aprovação “vem reforçar a reabilitação da rede hidrográfica, que já se encontra em curso com a 1.ª fase da operação, centrada na manutenção e automatização das oito comportas da Ponte Açude, no Rio Tua”, conta o Município, acrescentando que esta intervenção, “representa um investimento de cerca de 2 milhões de euros e visa garantir maior controlo dos caudais, aumentar a eficiência da gestão hidráulica e mitigar o impacto de eventos climáticos extremos”.

Projeto “eGuard” também será implementado em Carrazeda de Ansiães

 O Comando Territorial de Bragança da GNR e a Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães formalizarão, amanhã, às 18h00, no Salão Nobre, a assinatura de um protocolo de cooperação no âmbito do Sistema de Teleassistência a Pessoas Vulneráveis – “eGuard”.


À semelhança dos concelhos de Vila Flor, Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, também agora Carrazeda terá este projeto que visa ajudar cidadãos em situação de dependência, em especial os mais idosos, ou com incapacidade, solidão ou isolamento através de um projeto de teleassistência a pessoas vulneráveis.

Este sistema tem como principal objetivo mitigar situações de isolamento, solidão e vulnerabilidade, contribuindo para a prevenção de riscos que possam afetar os residentes do concelho de Carrazeda de Ansiães, em especial os mais idosos, promovendo uma melhoria efetiva da sua qualidade de vida.

O “eGuard” é um  dispositivo eletrónico, um meio de contacto direto, imediato e permanente com a Guarda, por chamada de voz, sempre que necessitarem de apoio ou assistência.

Em Vila Flor são 15 dispositivos distribuídos, outros tantos em Alfândega da Fé e Freixo de Espada à Cinta conta com 21 dispositivos.

Foto: Município de Vila Flor

Primeira edição do Festival gastronómico Tenaz decorre entre os dias 29 e 30 de agosto em Mirandela

 A entrada é gratuita e os visitantes vão poder provar, por valores simbólicos, o que vai ser preparado por cada chefe


A primeira edição do Festival Tenaz vai deliciar o paladar de todos que passarem por Mirandela, entre os dias 29 e 30 de agosto. O evento gastronómico é uma nova aposta do município que tem como objetivo promover os produtos e a gastronomia local, conta o presidente da Câmara Municipal de Mirandela, Victor Correia.

“É promover os nossos produtos endógenos, a nossa cultura e todo o nosso território. Convidámos aqui alguns chefes de renome nacional para que possam também promover os nossos produtos, como o mel da terra quente, o queijo de cabra transmontado, o azeite, o cabrito e o borrego transmontano”, explicou.

Chefes altamente reconhecidos, como os chefes Rui Paula, Vitor Matos e Óscar Geadas foram desafiados a cozinhar petiscos baseados nos produtos locais. Segundo o autarca, são esperadas pessoas de todos os pontos do país e da região.

“Além de reforçar internamente o que é aquilo, a nossa oferta e a procura interna, mas também abrir-nos ao exterior para promover, sobretudo aqui no espaço dos nossos vizinhos espanhóis para que também possam vir”, disse.

As expectativas são boas e o autarca está confiante que o festival se irá consolidar no calendário cultural do concelho.

A entrada é gratuita e os visitantes vão poder provar por valores simbólicos o que vai ser preparado por cada chefe. Os petiscos estarão depois à disposição em 12 estabelecimentos mirandelenses.

Escrito por Brigantia.
Foto: Leicra
Jornalista: Cindy Tomé

Acolhimento familiar transforma vida de crianças e adultos no coração de Trás-os-Montes

 As famílias de acolhimento já podem ser candidatas à adoção, algo que, até há pouquíssimo tempo, não era permitido


O Centro Social Nossa Senhora de Fátima, em Macedo de Cavaleiros, é a única entidade no distrito que promove o acolhimento familiar, uma medida temporária para crianças que são retiradas às famílias e recebidas por quem lhes pode dar casa e amor. No distrito, esta resposta estava adormecida, até que há dois anos o centro começou a promover o acolhimento de crianças. Neste momento, há já quatro famílias de acolhimento e oito crianças acolhidas.

Conceição Paradela e Armando Lopes, de 66 e 64 anos, são uma das famílias de acolhimento do distrito. Fizeram vida na capital e agora residem numa aldeia no concelho de Torre de Moncorvo.

O casal acolhe três irmãos, de dois, três e cinco anos. É uma verdadeira aventura. “Não tem sido fácil, é verdade. Mas nós sentimos que também temos essa obrigação. É uma solidariedade mais verdadeira. É conseguirmos dar a estas crianças atenção, cuidado, carinho, orientação de vida”, disse.

Com a ideia de apoiar crianças ucranianas, o casal chegou à Embaixada da Ucrânia em Portugal, tendo sido encaminhado para a Segurança Social e, depois, para esta resposta. Foi assim que conheceram o acolhimento familiar.

“A família de acolhimento funciona como uma reposição da normalidade de uma família. Vai repor a atenção, o afeto, esta dinâmica de normalidade, de ir ao supermercado. A primeira vez que eles foram ao supermercado, foi comigo. Há uma realidade, há um modelo de família. Quando se está numa instituição, é realmente diferente”, frisou.

Ajudar estas crianças é algo que Conceição Paradela vê como uma missão. “É uma missão que cumprimos com orgulho, mentalizados que estamos a fazer o nosso melhor. Quando eles saírem, sofreremos. Eles sofrerão também. Mas nós somos adultos e cumprimos os propósitos que nos propusemos”

Na aldeia, onde o tempo prefere caminhar do que correr, os irmãos crescem felizes, admite Armando Lopes.

Adrienne Jackson é da Irlanda, país onde esta resposta é “muito conhecida”. Rumou a Portugal há 30 anos. Tinha, à época, 21 e por cá ficou. Reside no concelho de Mirandela e acolhe dois irmãos, de cinco e três anos. Ser família de acolhimento era um sonho mas no início foi complicado.

“Não tinham hora de dormir, não sabiam sentar à mesa. Agora, eles são parte da família, a minha família adora-os, os vizinhos, a escola. São duas crianças fabulosas, são super inteligentes, aprenderam tanta coisa, sabem falar inglês. Sabem estar, que era uma coisa importante para mim. A coisa mais importante que eles têm agora é terem consciência de  que merecem estar aqui, que são importantes e que têm amigos, respeito, regras, castigo e deveres da casa”, contou.

Esta resposta é gerida por quatro técnicos do Centro Social Nossa Senhora de Fátima: duas psicólogas, um assistente social e uma educadora social. A coordenadora da resposta, Sónia Almeida, esclarece que estas crianças são, depois, novamente integradas na sua família de origem, caso haja essa possibilidade, ou seguem para adoção. Para as famílias de acolhimento é complicado vê-las partir mas o que interessa é a ajuda que se presta a alguém que, de facto, precisa dela. “Se me diz que criam laços e que depois as crianças vão sair da casa dessa família, sim, isso vai acontecer. Mas se pensarmos no superior interesse da criança e não em nós, é um bem, digamos assim, que se está a fazer a uma criança”, explicou.

As crianças que seguem para acolhimento familiar são, normalmente, retiradas às famílias pelos tribunais e pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. Além disso, há ainda crianças que podem já estar em casas de acolhimento residencial e que se enquadram nesta resposta social.

As famílias que queiram acolher crianças têm formação inicial e contínua, acompanhamento técnico da equipa, compensação financeira para os encargos com as crianças, bem como direitos laborais, tal como todos os pais.

Atualmente as famílias de acolhimento podem ser candidatas à adoção, algo que, até há pouquíssimo tempo, não era permitido.

Jornalista: Carina Alves

Centro Tecnológico da Escola Profissional Jean Piaget está prestes a abrir portas

 Inauguração está prevista para meados de setembro


Após dois anos desde o seu anúncio, o Centro Tecnológico Especializado em Informática do Instituto Jean Piaget está prestes a ser inaugurado. O Presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, adiantou que a inauguração poderá ocorrer em meados de setembro e frisou que o centro ainda não foi inaugurado devido a questões judiciais que já se encontram resolvidas:

“Previsivelmente já devia ter sido inaugurado. Houve uma providência cautelar relativamente ao concurso para fornecimento de equipamentos que envolveu o Instituto Piaget. Penso que neste momento está resolvido e certamente em breve será inaugurado, porque as instalações estão prontas. Só falta realmente o equipamento informático”, disse.

O diretor do Instituto, Armando Queijo, conta que o centro recebeu um investimento de cerca de um milhão de euros, financiado em 100% pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para aquisição de material de ultima geração, mas também a requalificação das instalações.

Armando Queijo acredita que este centro tecnológico vai permitir uma melhor formação dos alunos sendo importante para Macedo e para toda a região:   

“Sendo um centro tecnológico especializado na área das ciências informáticas, que serve diretamente a nossa escola profissional, mas ao mesmo tempo serve também os outros cursos, como por exemplo o mecatrónico automóvel. Este centro tecnológico é importante para nós, diretamente, porque se situa aqui, mas é de toda a região”, rematou.

A apresentação do projeto foi feita há cerca de dois anos e tudo aponta que a inauguração será feita em setembro deste ano, a coincidir com o início do ano letivo.

Escrito por Brigantia.
Jornalista: Cindy Tomé

terça-feira, 29 de julho de 2025

Observar aves no Douro Internacional: procurar o grifo no Penedo Durão

 O miradouro do Penedo Durão, no Douro Internacional, é daqueles lugares que nos faz parar e admirar. Não só pela paisagem — que é impressionante — mas pelo silêncio, pela altitude e pela sensação de estar num limite entre o céu e a terra. Fui lá com a intenção de fotografar aves necrofagas. Sabia que era um bom local, mas como acontece muitas vezes, não sabia se ia conseguir ver alguma coisa.


O tempo estava soalheiro, mas com uma luz difusa resultante da presença de nuvens. Esperei com calma, atento ao movimento nas escarpas. Foi então que reparei num vulto parado entre as rochas: o grifo.

É uma ave imponente. O grifo (Gyps fulvus) é uma das maiores aves necrofagas da Europa e pode atingir mais de dois metros e meio de envergadura. Apesar disso, consegue ser discreto quando pousa nas encostas, quase da mesma cor da pedra. Só o pescoço claro e a forma do corpo o distinguem do resto da paisagem.

Apesar da distância, consegui algumas fotografias com a teleobjetiva. Ele ficou ali algum tempo, imóvel, até levantar voo com calma — sem pressas, aproveitando as correntes de ar. Mais tarde, cruzei-me com outro grifo a sobrevoar o vale, sozinho, com o céu como fundo. Também esse momento acabou registado. Manter a distância não serve apenas para evitar perturbar as aves — é também uma oportunidade para incluir o ambiente que as rodeia na composição. No caso do grifo, o contraste entre a sua silhueta e as escarpas do Douro ajuda a contextualizar o habitat, dando escala e profundidade à imagem. Em vez de isolar o animal, a fotografia passa a contar uma história mais completa sobre o lugar onde ele vive.

O grifo é necrófago, alimenta-se de animais mortos, e tem um papel importante na limpeza dos ecossistemas. É uma espécie protegida, que depende de zonas com pouca perturbação humana para sobreviver. No Douro Internacional ainda encontra esse refúgio — mas é uma presença frágil, que exige atenção e respeito.

Estes registos foram feitos à distância, sem sair dos trilhos e sem forçar aproximações. Fotografar fauna selvagem, para mim, tem muito a ver com isso: estar presente, com tempo e respeito, e aceitar que nem sempre se consegue o clique perfeito. Mas quando acontece, como neste caso, vale a espera.

Informações úteis para quem quiser visitar o Penedo Durão

Localização:

O miradouro do Penedo Durão fica no concelho de Freixo de Espada à Cinta, em pleno Parque Natural do Douro Internacional. Tem acesso por estrada asfaltada e estacionamento no topo.

Melhor altura para observar grifos:

Primavera e início do verão, especialmente em dias com boa visibilidade e correntes térmicas. Ir cedo ou ao final da tarde ajuda a evitar multidões e aumenta a probabilidade de avistamentos.

Equipamento fotográfico recomendado:
Teleobjetiva de pelo menos 300mm;
Tripé leve ou monopé (opcional);
Roupas discretas e confortáveis;
Binóculos (para observação sem fotografar).