segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Era dezembro de 1961...


Nasceu em Lisboa, entre o sol e o Tejo,
mas o destino chamava pelo norte,
e aos quatro anos, com olhos de surpresa,
embarca na infância sobre carris de ferro.

Era dezembro de 1961,
o ar dança em flocos brancos como algodão,
e o comboio serpenteia a paisagem
até Bragança, envolta em silêncio e neve.

O menino pressente a magia do natal,
o tilintar distante de sinos,
o cheiro da lenha que aquece casas antigas,
e cada floco que toca o rosto é um segredo,
um sussurro de inverno que o abraça.

Lisboa fica para trás, uma memória quente,
mas Bragança abre-lhe os braços brancos,
e no tremor da neve sobre o mundo,
ele aprende que a infância é feita de chegadas
e de encantamentos que chegam sem aviso e ficam para sempre.

HM

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