Infraestruturas e Acessibilidade no Concelho de Bragança. Prioridades para o Desenvolvimento Sustentável.

 Apesar dos avanços verificados nas últimas décadas, o concelho de Bragança continua a enfrentar desafios significativos no que diz respeito às infraestruturas e à acessibilidade. Situado numa zona de baixa densidade populacional e afastado dos grandes centros urbanos, o território exige soluções estruturais para garantir uma integração plena no desenvolvimento regional e nacional.
A conectividade digital é, hoje, uma infraestrutura tão vital como as redes de transporte. A expansão da fibra ótica e da rede 5G em todo o concelho é essencial para impulsionar o empreendedorismo, atrair investimento, fixar população jovem e facilitar o teletrabalho e a digitalização dos serviços públicos. A cobertura total, especialmente nas aldeias mais isoladas, será um verdadeiro motor de coesão territorial e competitividade económica.
Contudo, a acessibilidade física continua a ser um entrave. A melhoria dos acessos rodoviários, nomeadamente através do reforço da ligação da A4 a outros eixos nacionais e da requalificação de estradas secundárias, é uma prioridade. A ausência de uma ligação ferroviária continua a penalizar a mobilidade de pessoas e bens, dificultando o acesso ao concelho e comprometendo a sua atratividade económica. A reavaliação do traçado ferroviário e a aposta em ligações rápidas e eficientes são urgentes para mitigar o isolamento geográfico da região.
No plano local e regional, a falta de oferta de transportes públicos regulares e a escassa mobilidade intermunicipal constituem barreiras ao acesso a serviços de saúde, educação e emprego, principalmente para a população idosa ou sem meios próprios de deslocação. É fundamental promover uma rede de transportes públicos integrada, eficiente e acessível, que sirva tanto o perímetro urbano como as freguesias mais periféricas e que permita ligações regulares com os concelhos vizinhos e centros urbanos regionais.
Investir em infraestruturas modernas, acessíveis e inclusivas não é apenas uma questão de competitividade territorial, é uma condição para garantir qualidade de vida, justiça social e sustentabilidade no interior do país. Bragança tem potencial humano, cultural e ambiental, falta-lhe apenas o reforço dos meios que lhe permitam estar plenamente ligada ao futuro.

HM