sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Autocarro da Flixbus destravou e causou danos em alguns carros estacionados em rua de Bragança
Um autocarro, estacionado, esta tarde, em Vale D’Álvaro, em Bragança, destravou-se e embateu em vários carros que ali estavam também estacionados. No autocarro não estava o condutor.
Esta já não é a primeira vez que um autocarro da Flixbus se destrava e anda sozinho, provocando estragos. Em Lisboa, situações semelhantes à de hoje, em Bragança, já aconteceram por duas vezes.
Não há feridos a registar.
...Quase poema...ou dos anjos
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Os anjos levantam-se cedo e vão à sua vida... às vezes quase os pressinto pousados nos beirais. Conversam. Sorriem. Às vezes ficam muito tristes. Ouve -se uma música em gregoriano conventual.
... o meu café de bairro... e Bragança no café da manhã... nas tristezas e solidões... conversas... o Benfica no seu melhor... Fátima a pé... Santiago de Compostela... e o medo dos comunistas devoradores de criancinhas ao pequeno almoço...
...Não te rias anjo da minha companhia... anjo da Santa paciência!
...que pão tão bonito!... fiz tantas fornadas! Quanto custará um pão?! O anjo da pobreza ficou muito triste... a mulher pobre... andrajosa, carregando anos e desgostos sorriu... o anjo amaciou os seus cabelos...sorriu...
...quanto custará um pão?!
...cravos vermelhos de Abril...perderam o vermelho... cuidado que o país está na miséria... e os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais longe de saberem quanto custa um pão...
...por favor não nos façam de parvos! O comunismo ataca!.. e o rico mais rico do povoado encomendou um trintário ... trinta missas no combate ao comunismo...os pobres assistem piedosamente...
...ouvem-se ladainhas... esconjuros... ouve-se o chicote do Santo Ofício e da ignorância... eu só consigo ouvir:... Quanto custará um pão?!... um anjo chora lágrimas de chuva... o meu café arrefeceu...
...e sinto frio na serena manhã bragançana.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
"PADRE" HUMBERTO GAMA VAI A JULGAMENTO ACUSADO DE BURLA QUALIFICADA, VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL
Segundo a nota publicada esta sexta-feira, o Tribunal considerou “suficientemente indiciado” que o arguido, “após ter sido expulso como sacerdote da Igreja Católica, desde meados de 1979 até dezembro de 2021, continuou a apresentar-se e a vestir, quer no seu dia-a-dia, quer nas consultas que dava como “padre” e como “padre exorcista” pertencente à Igreja Católica, inclusivamente em programas televisivos, com expressão nacional.
Segundo o MP, no âmbito da sua atividade de padre exorcista “recebia clientes que acreditavam que o arguido era padre e dos quais recebia contrapartidas financeiras”.
O Tribunal também considerou “suficientemente indiciado” que o arguido, no âmbito da atividade de exorcista, aconselhamento e orientação espiritual recebeu, em dezembro de 2021, no consultório da sua habitação, situado no concelho de Murça, “duas vítimas que ali se deslocaram acreditando que arguido era padre da Igreja católica”.
O MP acrescenta que, relativamente a uma das vítimas, “aproveitando-se do facto desta se encontrar vulnerável psicologicamente, e após a colocar num estado como que de inconsciência”, o arguido “praticou com a vítima atos sexuais”.
Relativamente a outra vítima, e noutra ocasião do mês de Dezembro, o arguido “constrangeu-a a suportar contactos forçados no seu corpo”, conclui a nota do MP.
Ferido ligeiro em capotamento
No local estiveram quatro bombeiros, apoiados por duas viaturas.
A PSP esteve no local.
BOMBEIROS DE TORRE DE DONA CHAMA RECEBEM APROVAÇÃO DE CANDIDATURA PARA AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIOS
De acordo com a notificação enviada à corporação através do Balcão dos Fundos, o investimento elegível financiado corresponde ao valor total da operação, não havendo custos não elegíveis nem custos elegíveis não financiados. O financiamento assegurado pelo FEDER atinge 85% do montante, o que representa um cofinanciamento de 30 333,09 euros.
Esta aprovação vem reforçar a capacidade operacional dos Bombeiros Voluntários de Torre de Dona Chama, permitindo a aquisição de novos equipamentos de combate a incêndios, mobiliário e equipamentos de proteção individual, fundamentais para garantir a segurança e eficácia no desempenho das missões de socorro.
Município de Macedo promove ciclo gastronómico com fins de semana dedicados aos produtos locais
De hoje até 5 de Abril, o município de Macedo de Cavaleiros promove um ciclo de fins de semana gastronómicos.
O primeiro acontece já neste fim de semana e decida-se à castanha, produto da época, com “Com castanhas com…”.
Os restaurantes aderentes do concelho vão apresentar uma série de pratos desde as entradas, sopas, pratos principais, até aos doces e sobremesas.
De 5 a 7 de dezembro, será dedicado ao azedo, um enchido típico desta região, que tem uma caraterística especial, sendo muito similar à alheira, mas na sua confeção não leva alho.
De 9 a 11 de janeiro de 2026, será a vez da Rota das Casulas e do Butelo. De 29 de janeiro até 1 de fevereiro, é a rota do javali, para terminar, com o cabrito à Mesa, de 3 a 5 de abril.
Um “magosto”, ou um magusto, ou um curioso e genuíno modo de falar
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
(Advertência: O diálogo que a seguir será apresentado, é ficcional, porém baseado em memórias guardadas. É um retrato, o mais fiel possível, da forma de falar da minha Avó Maria, oriunda de uma aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros. Forma de falar que, quando à aldeia ia, absorvia e procurava imitar. Trata-se, apenas, de uma transcrição respeitando a original pronúncia, com todos os fenómenos fonológicos à mesma associada, onde entram paragoges, africadas, betacismos, apócopes, e demais designações estranhas. Em simultâneo respeitando a quase inexistência de vogais átonas, o que conduz, p.e., à recorrente substituição de [o] por [u]... Não se trata de nenhuma forma «científica», sempre tendo em conta que há variações regionais, quer no léxico, quer na pronúncia. Apenas para precaver eventuais protestos...)
- Ó mou filhu’e, já tchigaste?
- Ó bó, bote cá um beiju’e! E um tchi-curaçãu dus sous, mim arrotchadinhu’e!
- Fizeste boa biaige? Já te fiz’u café nu pote, q’és ua malga dele? Já te bou pur um cibu de persuntu’e. Abonda di um pão da arca, que já te cort’um carólu’e. Assenta-te aí, mou filhu’e, trai u môtchu’e.
- Ó bó, deixe stare. Só bim pr’á bere.
- Ai u diatchu du raparigu’e! Daqui num sais sim m’rendares, bô! Q’inda te tchegu a roup’ó pêlu’e, pur’i, q’inda sou capaze! Bá, sabes q’stou a mangare, que da tu’ábó nunca alombaste. Stás um home, mas tens d’aparare essas repas’e. Bá, bota lá, q’és ua nabalha, ou trou’xeste a tua?
- Um home que bai pr’ó mare, prupara-s’im terra, num é assim que dize?
- Ó depeis fais um fabore à tu’ábó? Bais ó s’queiru’e, e trais ua gabela de guiçus’e, e de caminhu’e, trai um tóru p’ró depeis serbire de strafugueiru’e. Q’habemus de fazere um magostu’e, que já apanhei ua man’tchêa de caz’tanhas’e. Bá, trai um manhuçu de bides, mas das que já stão amanhadas co baraçu’e, oubiste!
A minha avó, naquele seu peculiar estilo de viúva sozinha, de muitos anos, que o meu avô já não conheci, gostava de emitir ordens. Não me incomodavam, afinal era a “nh’ábó Maria”, a única que conheci. E lá fui ao sequeiro, não sem antes passar a cumprimentar a “Marela e á Ruça”, companheiras de aventuras tantas. Um dia, que por vezes também era “atraganadu’e”, para que uma delas andasse, “tchiz’quei-le” num qualquer local que não apreciou, e levei com um “pinote”. Mas ficámos sempre amigos.
- Inda stibeste a talhar’us guiçus’e? Bem tempu te lubou’e. Bai à’dega, e trai u assadore, que stá lá imbarradu’e. E si’u q’és, trai binhu’e, mas inda num é du nóbu’e.
...
- Trai daí us lumes’s, ou assopra-le co fole. Num le botes as caz’tanhas sim le fazer um corte, olha que stourum, c’um catanu’e! Bá, rebir-ás, q’és um rudilhu’e, pra num te queimares, pur’i? Ó caralhitchas’e, aban’ó assadore, assim’e, p’ra tráse e p’ra diante. Bai ali pur’ua saca, pr’ás abafare! Ó depeis inda lebas uns bilhós’e.
…
É com alguma emoção de permeio, porém com imenso orgulho, que me recordo dos longos diálogos com a “nh’ábó”. À custa deles e de, um dia, dois colegas «alfacinhas» me terem perguntado que idioma falava a minha avó, questionando-me, por exemplo, o que era “butare as carabunhas pr’ó lume”, hoje me aturam aqueles que paciência têm para ler estas “tchabaz’quices”. É, também, uma forma de honrar e prestar uma sentida homenagem a todas as “Abós Maria” destas magníficas terras.
“C’ua lágrima nu cantu du ólhu’e”... “Bá, bou-me lá, c’os deseijus d’um bô f’riadu’e!”… Assim o diria a minha Avó Maria…
Rui Rendeiro Sousa – Doutorado «em amor à terra», com mestrado «em essência», pós-graduações «em tcharro falar», e licenciatura «em genuinidade». É professor de «inusitada paixão» ao bragançano distrito, em particular, a Macedo de Cavaleiros, terra que o viu nascer e crescer.
Investigador das nossas terras, das suas história, linguística, etnografia, etnologia, genética, e de tudo mais o que houver, há mais de três décadas.
Colabora, há bastantes anos, com jornais e revistas, bem como com canais televisivos, nos quais já participou em diversos programas, sendo autor de alguns, sempre tendo como mote a região bragançana.
É autor de mais de quatro dezenas de livros sobre a história das freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros.
E mais “alguas cousas que num são pr’áqui tchamadas”.
A Apanha da Castanha em Trás-os-Montes
Em Trás-os-Montes, o outono é uma estação de ouro. Os cmpos cobrem-se de tons castanhos e dourados, o ar fica com um cheiro fresco e húmido, e o chão dos soutos enche-se de ouriços que escondem no seu interior o valor mais valioso da terra, a castanha. É tempo de colheita, tempo de trabalho árduo e, ao mesmo tempo, de esperança de uma boa recompensa.
Desde cedo, ainda o nevoeiro cobre os vales e as folhas brilham com o orvalho, já os agricultores se preparam para mais um dia de apanha. As botas calçam-se pesadas, as luvas grossas, e os cestos e baldes alinham-se junto à camioneta ou ao trator. O caminho para o souto é frio, calmo e silencioso, e apenas é interrompido pelo som dos passos no manto de folhas secas que cobre o chão.
A apanha da castanha é um trabalho que exige paciência, resistência e respeito pela natureza. O trabalho começa com a abertura dos ouriços, essas pequenas armadilhas naturais cobertas de espinhos afiados que protegem as castanhas. Muitos ainda se abrem sozinhos, libertando os frutos reluzentes, mas outros precisam de ser calcados com as botas ou abertos com paus. Mesmo com luvas, os dedos picam e ardem, e há quem termine o dia com as mãos marcadas pelo esforço.
O chão dos soutos é, normalmente, irregular e coberto de folhas, ramos e pedras, o que torna os passos numa batalha contra o equilíbrio. O frio das manhãs corta a pele, e a humidade entra nas roupas, mas ninguém desanima. O som das castanhas a cair dentro dos cestos é música para os ouvidos de quem sabe que aquele trabalho, embora duro, é fonte de sustento.
Os castanheiros, majestosos e antigos, são símbolos de resistência. Alguns têm séculos de vida, testemunhas silenciosas de gerações inteiras que deles tiraram o pão e o sustento. No entanto, nos últimos anos, estes gigantes têm sofrido com as doenças que assolam os soutos, o cancro e a vespa das galhas, entre outras pragas que enfraquecem as árvores e preocupam os lavradores. Cada castanheiro doente é uma perda sentida, quase como se fosse um membro da família, pois em Trás-os-Montes a relação com a terra é íntima e profunda.
Apesar de tudo, a castanha continua a ser chamada, com orgulho, o ouro dos transmontanos. Para muitas famílias, a castanha representa uma parte essencial do rendimento anual, é vendida fresca, seca, congelada ou transformada em farinha, doces e licores. Nos últimos anos, o seu valor tem aumentado, e as feiras e magustos multiplicam-se, celebrando o fruto que alimenta, o corpo, a alma e as carteiras.
Há também o lado social da apanha. Nos soutos, trabalha-se em grupo, famílias inteiras, vizinhos e amigos juntam-se, partilhando histórias e gargalhadas entre os castanheiros. À hora da merenda, faz-se uma pausa. Estende-se uma manta no chão, partilha-se o pão, o fumeiro, queijo, umas azeitonas e vinho tinto. As mãos aquecem-se numa fogueira, e o fumo mistura-se com o cheiro da terra húmida e das folhas queimadas. É um momento de convívio e de descanso, uma trégua merecida no meio do esforço.
Ao final do dia, o cansaço é grande. As costas doem, os braços pesam, mas o olhar de quem regressa do souto é de satisfação. Os sacos cheios de castanhas reluzem como tesouros. O fruto, pequeno e modesto, carrega consigo o valor de horas de trabalho, de tradições antigas e de uma ligação profunda entre o homem e a terra.
Nos dias seguintes, as castanhas são limpas, escolhidas e preparadas para serem vendidas ou guardadas. Algumas são assadas na lareira, espalhando pela casa aquele aroma inconfundível que é, para muitos, o cheiro do outono. A maioria das castanhas segue para os intermediários e cooperativas que as levam aos mercados, onde o seu destino final pode ser um restaurante de luxo em Lisboa, Londres ou Paris.
A castanha transmontana é também uma rainha da gastronomia. Em sopas, cozidos, purés, doces ou simplesmente assadas, é símbolo de simplicidade e sabor genuíno. Nos magustos, as brasas aquecem as noites frias e o vinho novo corre nas canecas, acompanhando as castanhas quentes e boas, num ritual de alegria e partilha que une gerações.
A apanha da castanha é uma celebração da vida rural, uma afirmação de identidade e de resiliência. É o testemunho de um povo que, mesmo diante das dificuldades, continua a cuidar da terra com amor e paciência, colhendo dela não apenas frutos, mas também orgulho e dignidade.
Uma castanha apanhada é uma história de esforço, tradição e esperança. É o reflexo da alma transmontana, forte, trabalhadora e profundamente ligada à natureza. E quando, no fim da jornada, o fogo da lareira ilumina as mãos calejadas e o cesto cheio, há um silêncio de gratidão por mais um outono, por mais uma colheita, e por essa dádiva que a terra concede, o ouro castanho das nossas terras.
Duas pessoas, um homem de 82 anos e uma mulher de 87, ficaram feridas, sem gravidade, num despiste, seguido de capotamento, entre Valverde e Paredes, no concelho de Bragança
Uma das faixas de rodagem está cortada para remoção dos destroços. Prevê-se que reabra em breve.
Festival “Cinturada” com castanha e máscaras solsticiais
Segundo a organização, este festival é também alusivo às figuras dos “Velhos”, quatro personagens que fazem parte das tradições do solstício de inverno e que vão desfilar pela aldeia, ao lado de outros grupos de mascarados da região transmontana e da vizinha Espanha.
A 2.ª edição do festival “Cinturada” inclui uma exposição de máscaras dos rituais do solstício de inverno.
Outros dos destaques do evento é a castanha, um dos produtos locais, que é um importante complemento económico para a população desta freguesia do comcelho de Mogadouro.
Corujas celebra a 10.ª Feira da Castanha e Produtos da Terra
Entre as novidades deste ano está a primeira edição de uma prova desportiva com tratores, muito acarinhada pelos agricultores, destaca o presidente da Junta de Freguesia, Miguel Reis:
A participação exige inscrição, que pode ser feita no local, explicou o elemento da organização. A feira conta também com uma forte aposta na animação musical, um dos aspetos que mais distingue o evento:
Na freguesia, com 100 hectares de soutos, a produção de castanha registou uma quebra, adianta o autarca:
Ainda assim, as expectativas de visitantes são elevadas:
A feira conta com 25 expositores, o maior número de sempre, e uma tenda de maiores dimensões. Os produtos em destaque incluem castanha, mel, dióspiro, folar, pão caseiro e outros produtos típicos.
No domingo, realiza-se uma caminhada “Rota da Castanha” de 10 quilómetros, com dificuldade fácil e 30 participantes inscritos.
A abertura é hoje e o programa inclui exposição de máquinas agrícolas, concurso da castanha “Longal”, restaurante permanente, jogos tradicionais, insufláveis, showcooking dos alunos do Agrupamento de Escolas de Macedo e um rastreio de tensão arterial realizado pelos alunos do curso de Auxiliar de Saúde.
Na animação musical estarão presentes os Bombos de Ala, Fernando Correia Marques, Chama Musical e DJ Pedro Korreya (sexta-feira), Safira, Filipe Sequeira e DJ On Fire (sábado), o Grupo Cultural da Casa do Povo de Macedo de Cavaleiros e o Ricky Show (domingo).
A feira é organizada pela Junta de Freguesia de Corujas, com o apoio do Município de Macedo de Cavaleiros, do Agrupamento de Escolas, do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros, da Soutos os Cavaleiros e da Associação Cultural e Recreativa de Corujas.
𝗠𝘂𝗻𝗶𝗰𝗶́𝗽𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝗧𝗼𝗿𝗿𝗲 𝗱𝗲 𝗠𝗼𝗻𝗰𝗼𝗿𝘃𝗼 𝗱𝗲𝘀𝘁𝗮𝗰𝗮 𝗲𝘅𝗰𝗲𝗹𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗱𝗼𝘀 𝘃𝗶𝗻𝗵𝗼𝘀 𝗹𝗼𝗰𝗮𝗶𝘀 𝗻𝗼 𝗘𝘀𝘀𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗱𝗼 𝗩𝗶𝗻𝗵𝗼 𝗱𝗲 𝗟𝗶𝘀𝗯𝗼𝗮
Nesta edição, quatro produtores vitivinícolas do concelho — Quinta do Gravançal, Quinta da Terrincha, Quinta do Couquinho e Quinta da Silveira — estarão em destaque, levando consigo a qualidade e autenticidade que caracterizam os vinhos produzidos nas encostas do Douro Superior.
O evento Essência do Vinho de Lisboa reúne anualmente os produtores, especialistas e apreciadores de vinho, constituindo uma montra privilegiada para promover o território, o enoturismo e a identidade cultural das regiões produtoras portuguesas.
A participação do Município de Torre de Moncorvo, reforça o compromisso do concelho com a valorização dos seus produtos endógenos e com a divulgação do potencial vitivinícola que distingue esta região.
UFSSMM | III Festa da Castanha 2025
Temos um programa diversificado com varias actividades sobre o ouro transmontano.
Venha assistir e participar no debate sobre a castanha, na Montaria ao javali, na Maratona de BTT, no Concurso de castanha longal e judia e o Concurso de doces de castanha.
Comece o mês de São Martinho apreciando uma boa castanha assada!
São muitos os motivos para visitar o santuário durante o fim de semana.
Amanhã Cidões, Vinhais espera por si
Entre fogo, música e tradição, a Festa da Cabra e do Canhoto mantém viva a alma transmontana, um ritual ancestral que celebra o encontro entre o sagrado e o profano.
🌰 RURAL CASTANEA 2025 | Rota dos Soutos 🌰
Venha festajar connosco os 20 anos da Festa da Castanha e descobrir a magia dos soutos do concelho de Vinhais num percurso inesquecível! 🍂
Percurso Pedestre Rota dos Soutos
Domingo, 9 de novembro de 2025
De Penhas Juntas até Nunes (13 km)
Programa:
09h15 – Partida de autocarro para Penhas Juntas
09h45 – Início do percurso pedestre
11h00 – Passagem pelo Baloiço Panorâmico da Castanha – Vilar de Peregrinos
12h30 – Chegada ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios – Nunes
Inscrição gratuita e obrigatória AQUI.
Inscrições abertas até 7 de novembro
ENCONTRO MICOLÓGICO DE OUTONO 2025
Integrado na 20.ª edição da Festa da Castanha — Rural Castanea, o Encontro Micológico de Outono convida-o a desfrutar o fascinante mundo dos cogumelos silvestres, no cenário natural do Parque Biológico de Vinhais
Vagas limitadas a 30 participantes
Inscrições até 5 de novembro de 2025
Participação gratuita (caminhada)
Caminhada + Almoço micológico: 10 €
quinta-feira, 30 de outubro de 2025
A Banda Filarmónica Mirandesa convida-te a fazer parte da música! 🎵
Estamos sempre prontos para nos adaptar às mais variadas atividades, seja para os nossos músicos ou para novos talentos que queiram juntar-se a nós!
Novos horários de ensaio:
Sábados | 18h00 – 19h30
Vem fazer parte de algo incrível — porque tocar juntos é muito mais fixe!
Se já tocas ou queres começar, aparece e junta-te à família Mirandesa!
O Cavaleiro das Sombras - Capítulo XIII – O Cerco no Nevoeiro
O céu amanheceu encoberto por nuvens densas, e um nevoeiro espesso estendeu-se sobre Bragança, mais denso do que em qualquer outro dia. As ruas silenciosas estavam preparadas, mas o ar carregava a promessa de perigo iminente. A cidade, que tinha aprendido a reconstruir-se e a ouvir, agora precisava de enfrentar aquilo que sempre esteve à espreita.
Afonso reuniu os líderes da cidade na torre mais alta das muralhas:
- Hoje não lutamos apenas por casas e ruas. Lutamos por Bragança inteira. Todas as decisões serão decisivas. Não subestimem o inimigo, disse, olhando para os rostos determinados, mas tensos, de Lídia, Baltasar e dos jovens vigias.
Pelas beiras da floresta, as sombras começaram a mover-se. Diferentes das que haviam enfrentado antes, eram maiores, mais numerosas e organizadas. Olhos brilhantes surgiam entre os troncos, calculando cada movimento da cidade. O nevoeiro tornou-se um véu quase impenetrável, e o silêncio, cortante.
- Eles aproximam-se! - gritou um vigia, fazendo sinais com uma tocha.
Afonso posicionou os arqueiros nas muralhas, preparando flechas especiais com pontas reforçadas. Baltasar bloqueou entradas estratégicas com barricadas e alavancas. Lídia guiava grupos mais pequenos pelos becos, coordenando ataques de surpresa e sinalizações silenciosas.
Quando as primeiras formas emergiram do nevoeiro, a batalha começou. Flechas cortaram o ar, mas muitas criaturas desviavam-se com uma precisão quase sobrenatural. A cidade percebeu que não bastava força ou estratégia convencional, era necessário prever os movimentos do inimigo, como aprender o ritmo do próprio nevoeiro.
No meio do confronto, uma figura mais alta e imponente surgiu, era um líder dos seres, com armadura completa, adornada com símbolos antigos e olhos que refletiam séculos de sabedoria. Ele dirigiu-se à cidade com voz clara, embora carregada de autoridade:
- Bragança, conhecemos a sua coragem e a sua inteligência. Mas o que vocês defendem aqui não é apenas o vosso território, é o equilíbrio de forças que guardamos há séculos. Vós podeis sobreviver… se provarem que merecem entender.
Afonso ergueu a espada, firme:
- Estamos prontos para proteger o nosso povo e nossa cidade. Mas queremos compreender o que vocês guardam. Só assim haverá paz.
O líder recuou, ordenando que as suas forças fizessem um recuo estratégico. A batalha parou, mas não como uma rendição, como um teste contínuo, indicando que a cidade precisava não apenas de lutar, mas agir com sabedoria, paciência e coragem.
Baltasar, olhou para o grupo:
- Esta é apenas a primeira fase. Eles não vão embora. Mas agora sabemos que podemos enfrentá-los… e que talvez, se entendermos, possamos até ganhar aliados.
Afonso viu o nevoeiro a dissipar-se lentamente.
- Amanhã será decisivo. Não só pela força dos nossos braços, mas pela clareza da nossa mente. A cidade que reconstruímos será a mesma que decidirá o seu destino, com coragem, estratégia e conhecimento.
Enquanto isso, na floresta, os olhos dos seres brilhavam na penumbra. Eles sabiam que Bragança tinha aprendido algo importante, que coragem sozinha não bastava, e que a cidade, agora, começava a tornar-se digna do que a floresta guardava há séculos.
Continua...
N.B.: A narrativa e os personagens fazem parte do mundo da ficção. Qualquer semelhança com acontecimentos ou pessoas reais, não passa de mera coincidência.
Dizem que está a “tchigare” o… “Á-lou-uine”… “Ou lá c’mo catantcho le tchamum a essa cousa”…
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
(Apenas para quem com vontade esteja de absorver uma visão diferente acerca do período de «Todos os Santos», e de o mesmo coincidir com o «Halloween». E outras “cousas” curiosas...)
A antítese soando, para quem tanto valoriza a genuinidade, sou imensamente grato ao Halloween! Esse evento que me obrigaria, quase em modo compulsão, a procurar entender a razão para haver “uas cabaças c’ua luze drento”. Equivocadamente, cheguei a crer que se tratava, mesmo, da importação de uma «americanice». Mais uma, semelhante à que me tinha roubado o Menino Jesus, trocando-o pelo São Nicolau travestido de marca de refrigerante, com “ua pança infiada num fato, c’um garruço brumelho” e a pronunciar um «ôh-ôh-ôh»… E lá se acabou o fascínio de deixar o sapato “ó pé do tchupão”, à espera das prendinhas do Menino Jesus, substituído que foi por renas e por um “home pançudo” que saía sempre imaculado da chaminé...
Cresci com o «respeitinho» pelo Dia de Todos os Santos, feriado que, em efectivos termos, substituía o conceito do seguinte Dia de Finados, pois correspondia a todo um cerimonial de homenagem aos entes queridos que já não estavam, fisicamente, entre nós. Depois, havia o «Magusto dos Santos», no qual se “porbabum nos bilhós”, nos “infurretábamos uns ós outros” e, já mais crescidote, passei a ter direito a provar jeropiga e um “tantinho de pinga”. Não passava disso a ritualização do dia…
Haveria de ser pai, confrontando-me com as influências daquilo que se assemelhava a um Entrudo fora de época, com os catraios a “tchatiarim-me” por causa dos trajes assustadores do tal de “Á-lou-uine”, tendo aí aprendido a expressão «doce ou travessura», que com os filhos aprendizagem também temos. Nessa época, ainda não tinha chegado às influências celtas, ao «Samhain», ou ao facto de o tal de «Halloween» representar a abreviatura de «All Hallows’ Eve», em Inglês, ou seja, «Véspera de Todos os Santos», na tradução para Português.
Entenderia que essa coisa do «Halloween», mesmo soando a «americanice», afinal se tratava de uma «re-importação», pois quem criou o fenómeno nos «Iu-Ésse-Ei», no século XIX, foram os europeus, maioritariamente os irlandeses que emigraram para os Estados Unidos. E isso de irlandeses “tcheirou-me a sturro”, que os “homes” muito dados são a celtismos, a fogueiras e a druidas. Posteriormente, também entenderia que aquela coisa do «doce ou travessura» já por cá tinha reminiscências nalgumas zonas, através do mais genuíno «Pão por Deus». Outras coisas tendo percebido… Quer saber mais um “tantinho”?
Recuando no tempo, haveria de perceber que, afinal, à custa do tal de «Samhain», a celebração do final do ano celta, que acontece a 31 de Outubro, as manifestações pagãs ao mesmo associadas, haveriam de ser cristianizadas. E quem muito me ajudou a perceber isso, entre outras coisas, até foi um padre, o insubstituível Abade de Baçal. “Ó depeis, andando ó pa tráse”, fui descobrindo outras coisas na imensa documentação que por aí anda solta. Como, por exemplo, que esta “cousa das cabaças c’ua luze drento” não é uma importação das «américas». Porque os nossos antepassados, num tempo de que já ninguém “s’alembra”, já escavacavam umas abóboras (inicialmente até eram nabos!), dando-lhes uma configuração «assustadora», com luz no seu interior. Tal como retratado na “belhinha” foto que acompanha estas humildes palavras.
Ritual esse que era uma representação de reminiscências dos nossos ainda mais antepassados, os quais, na noite de passagem de ano celta (31 de Outubro), colocavam caveiras, iluminadas por velas, na entrada das suas casas e nos caminhos, para alumiar a passagem dos mortos por esta Terra. Que isto de celebrar os mortos nestas datas não é coincidência… Sempre com o fogo purificador presente… Por isso temos a tradição das velas… Ou a da grande fogueira do «Magusto dos Santos». Magusto, o «magnus ustus», a grande fogueira onde se queima ou, em alternativa, o "magus ustus", o mago que queima.
E também existe a tradição do «Pau das Almas», mantida em algumas aldeias, também chamada «Canhoto». Tal como o resgatar de uma antiquíssima tradição, a da «Festa da Cabra e do Canhoto», mais conhecida em zonas mirandesas como «Festa da Machorra». Diziam os mais antigos que «quem no canhoto não se aquecer e da cabra não comer, um ano de azar vai ter». Sempre o fogo e a luz presentes... Parece, também, que no tempo dos avós dos nossos avós, tal era o respeito pelos mortos e as crenças arreigadas de que eles voltavam à Terra nestes dias, até se faziam magustos perto dos cemitérios ou locais de enterramento, e se deixavam castanhas nas campas para não passarem fome nessa sua passagem. E há tanto mais quando se “scarafuntcha” documentação antiga… Que isto do «Halloween», a «Véspera de Todos os Santos», originalmente não era para ser assustador, mas sim purificador…
A terminar, que já vai longo o testamento, não é puro acaso haver dois grandes magustos de seguida, o dos Santos e o de São Martinho, separados por dez dias. Tudo porque, num ano do século XVI, o Papa Gregório XIII, para ajustar o tempo aos equinócios, retirou dez dias ao calendário! E assim terminou o Calendário Juliano, substituído pelo Gregoriano que hoje utilizamos. E, basta fazer as contas, os atrasados nas notícias nessa época, deitaram-se no dia 31 de Outubro, e acordaram no dia 11 de Novembro. Ora, se não havia o magusto do dia 1 de Novembro, fez-se no dia 11… Curiosidades… Outras tantas mais havendo que me vão fazendo entender o tão diferentes que éramos (e ainda somos). Já por aqui as irei partilhando, com os que interesse tiverem nestas “tchalotices”…
Rui Rendeiro Sousa – Doutorado «em amor à terra», com mestrado «em essência», pós-graduações «em tcharro falar», e licenciatura «em genuinidade». É professor de «inusitada paixão» ao bragançano distrito, em particular, a Macedo de Cavaleiros, terra que o viu nascer e crescer.
Investigador das nossas terras, das suas história, linguística, etnografia, etnologia, genética, e de tudo mais o que houver, há mais de três décadas.
Colabora, há bastantes anos, com jornais e revistas, bem como com canais televisivos, nos quais já participou em diversos programas, sendo autor de alguns, sempre tendo como mote a região bragançana.
É autor de mais de quatro dezenas de livros sobre a história das freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros.
E mais “alguas cousas que num são pr’áqui tchamadas”.
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Bancos fossilizados no Jardim da Braguinha
Além da madeira envelhecida não apresentam condições de higiene para alguém se sentar, pois estão cheios de líquenes e sujidade.
“Quem vai ao mar, avia-se em terra”
A vida, meus amigos, é mesmo como o povo a entende: uma estrada comprida, com subidas e descidas, curvas e poeira, mas cheia de horizontes que valem o caminho. “Quem vai ao mar, avia-se em terra”, e quem entra na vida deve preparar o coração — porque “nem tudo o que reluz é ouro”, e “onde há fumo, há fogo”.
Cada amanhecer é uma bênção, mesmo que traga nuvens. “Depois da tempestade vem a bonança”, e “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”. O tempo é mestre, e “com tempo e paciência o caracol chega à vinha”. Importa caminhar, porque “quem não anda, não tropeça, mas também não chega a lado nenhum”.
O povo ensina que “quem não arrisca, não petisca”. Viver é arriscar, cair e levantar, rir e chorar. “Quem tudo quer, tudo perde”, mas “quem espera, sempre alcança”. E quando o caminho se faz torto, lembramos que “Deus escreve direito por linhas tortas”.
“Nem tudo o que luz é ouro”, e “quem vê caras, não vê corações”. O valor está dentro, no sentir e no agir. “Antes só do que mal acompanhado”, e “quem tem amigos, tem tudo”. Porque “é nas aflições que se provam os corações” e “amigo verdadeiro é aquele que está quando todos vão embora”.
“Mais vale prevenir do que remediar”, e “quem semeia ventos, colhe tempestades”. “Pela boca morre o peixe”, e “mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo”. A verdade tarda, mas chega, porque “a mentira tem pernas curtas” e “o tempo põe tudo no seu lugar”.
Na vida, “quem muito quer, pouco tem”, e “quem pouco agradece, pouco merece”. O segredo está em valorizar o que se tem: “Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar”. “Quem não tem cão, caça com gato”, e “em tempo de guerra, qualquer buraco é trincheira”. O povo aprendeu a viver com o que há, e “quem bem quer, bem sofre”.
A alegria é bálsamo. “Quem canta, seus males espanta”, e “rir é meio caminho andado para a saúde”. “Tristeza não paga dívida”, por isso, “enquanto há pão, há risos na mesa”. “Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, e é por isso que o povo diz: “Onde há música e gargalhada, o diabo não põe a garra.”
A humildade é sabedoria. “Saber não ocupa lugar”, e “viver é aprender todos os dias”. “Quem se faz humilde, cresce em graça”, e “quem pede desculpa, ganha respeito”. “Burro velho não aprende línguas”, talvez, mas aprende a calar e a entender.
“Quem madruga, Deus ajuda”, e é por isso que estamos juntos, logo pela manhã, nesta família que não dorme — a família do Tio João da rádio. Porque “cada dia é um novo começo”, e “enquanto há vida, há esperança”. “O que tem de ser, tem muita força”, e “quem ri por último, ri melhor”.
E se hoje o caminho pesar, lembrem-se: “Deus dá o frio conforme a roupa”, “não há fardo que o ombro não aguente”, e “depois da noite escura, nasce sempre o dia claro”.
Por isso, meus amigos, “levantemos a cabeça e sigamos com fé”. “Cada um colhe o que semeia”, e “quem faz o bem, recebe o bem”.
A vida é curta, mas bela. “Ora chove, ora faz sol”, “ora se ri, ora se chora” e é nessa mistura que está o encanto.
Vivamos com alegria, porque “enquanto há vida, há caminho”. E como diz o povo, com a sabedoria de quem já viveu muito:
“Enquanto o pau vai e vem… folgam as costas.”
E viva o nosso povo que fala simples, mas ensina profundo.







































