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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

O Cavaleiro das Sombras - Capítulo XII – O Teste na Névoa


 O amanhecer trouxe uma névoa espessa sobre Bragança, cobrindo a cidade e as florestas vizinhas. Afonso reuniu Lídia, Baltasar, Miguel e alguns outros jovens corajosos antes do sol romper totalmente o horizonte.

- Hoje, enfrentaremos algo diferente, disse ele, a voz firme, mas carregada de tensão.

- Não nos bastará a força. Precisaremos de inteligência, coragem e discernimento.

Seguindo os símbolos que Lídia estudou, o grupo avançou para a clareira na floresta, onde os seres tinham dado o aviso. A névoa tornava as árvores indistintas, e as sombras em possíveis armadilhas. O silêncio era absoluto, apenas cortado pelos passos cuidadosos sobre a neve húmida.

De repente, uma voz ecoou pela floresta:

- Apenas aqueles que provarem compreensão poderão avançar.

Antes que pudessem reagir, a névoa condensou-se em formas vagamente humanas, criando obstáculos ilusórios, caminhos que pareciam levar ao centro da clareira, mas que levavam de volta à beira da floresta, árvores que mudavam de posição, como se a floresta tivesse vida própria.

- É um labirinto, murmurou Miguel, olhando ao redor com os olhos arregalados. - Mas… parece testar os nossos sentidos e não a nossa força.

Lídia estudou os símbolos gravados nas árvores e nas pedras próximas:

- Precisamos de decifrar o padrão. Observem as marcas e ouçam os sussurros do vento. Os gestos deles são pistas.

Afonso liderou o grupo com calma, analisando todos os detalhes. As flechas não seriam necessárias, a prova era de percepção, estratégia e coragem silenciosa. Um passo em falso e o labirinto parecia reorganizar-se, confundindo os exploradores.

Baltasar, apoiando-se no bordão, percebeu uma sequência:

- Sigam a direção do vento e o ritmo das sombras. Eles indicam o caminho certo.

Com cuidado, passo a passo, chegaram ao centro da clareira. Ali, os seres materializaram-se, revelando-se mais claramente. Pareciam guerreiros antigos, com armaduras desgastadas pelo tempo, mas com olhos vivos e conscientes.

- Vocês compreenderam a prova, disse um deles. - Força sem entendimento leva à destruição. Sabedoria sem coragem leva à paralisia.

Lídia aproximou-se, emocionada:

- Então… podemos aprender convosco? Podemos proteger Bragança e, ao mesmo tempo, respeitar o que guardam?

O ser acenou lentamente.

- Haverá mais provas. E nem todas serão simples. Mas aqueles que aprendem a ouvir antes de agir estarão prontos.

Afonso respirou fundo, olhando para a floresta enevoada:

- Bragança sobreviverá. Não apenas porque lutamos, mas porque aprendemos a ouvir, a entender e a agir com sabedoria.

Enquanto regressavam à cidade, a névoa começou a dissipar-se, revelando o contorno das muralhas cobertas de neve. Mas a sensação de que algo maior se aproximava persistia. O teste tinha terminado, mas o desafio real ainda estava para vir. Bragança precisaria de unir coragem, inteligência e confiança para enfrentar o que a floresta escondia.

Continua...

N.B.: A narrativa e os personagens fazem parte do mundo da ficção. Qualquer semelhança com acontecimentos ou pessoas reais, não passa de mera coincidência.

HM

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