quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Uma data especial para o comboio nas nossas terras - 15 de Outubro de 1905


 Deparei-me com uma publicação do amigo Henrique Martins, gestor desta magnífica página, a propósito da «noite do grande roubo» (14 de outubro de 1992). E aqui venho, de forma que poderá parecer um pouco extemporânea, não propriamente para abordar a dita noite, mas porque, coincidentemente, hoje se cumprem, exactamente, 120 anos sobre a chegada do comboio à minha terra, que devem saber, é Macedo de Cavaleiros. Mas também venho porque, no próximo ano, mais ou menos por esta altura, se cumprirão, igualmente, os 120 anos sobre a chegada do comboio a Bragança. Deixando, por esta via, um antecipado alerta para a efeméride. A qual, no meu humilde parecer, por se tratar de um aniversário «redondinho», deverá merecer pomposa celebração, semelhante à que ocorreu há cerca de 120 anos. 

Mais não seja para honrar as figuras que contribuíram, de decisiva forma, para ultrapassar os obstáculos políticos da vinda do «cavalo de ferro» para a região. Duas delas constam na toponímia de Bragança, Abílio Beça e João da Cruz, uma na de Mirandela, Clemente Menéres, outra na de Macedo de Cavaleiros, Pereira Charula. Outras havendo que também seriam merecedoras de tal eternização. 

Embora hoje já não tenhamos o «cavalo de ferro» a atravessar o nosso distrito, e o futuro de uma nova linha férrea ainda não passe de uma miragem, deveremos celebrar todos os visionários que, contra ventos e marés, lutaram, a finalizar os tempos da monarquia, para que Bragança e o seu distrito tivessem o tão ansiado comboio. Poucos deverão supor a linda história que está por detrás dessa vinda e dessa conquista. Deveria servir-nos de exemplo a todos, a rija têmpera desses nossos conterrâneos. Outros tempos… 

E assim celebro, por esta via, os 120 anos da chegada do comboio a Macedo de Cavaleiros. Já que, pela minha terra, pouco dada é a gente à celebração de efemérides, não obstante os prévios avisos. Sempre foram 87 anos, desde esse 15 de Outubro de 1905, até à fatídica noite de 14 de Outubro de 1992. Desejando que, no próximo ano, daí a antecedência do aviso, pela minha capital de distrito não se esqueçam desses mesmos 120 anos.

Rui Rendeiro Sousa

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