quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Presidente da câmara de Vimioso assume que escassos recursos financeiros do município já não chegam para fixar gente

 António Santos diz que enquanto o Poder Central não investir no concelho a desertificação não vai estagnar


O presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos, assume que enquanto o Poder Central não investir no concelho a desertificação não vai estagnar nem se vão conseguir atrair pessoas para ali residir. “Fala-se em redução de IRS, em isenção de IRC, que é a nossa situação, não há empresas, não há receita de IRC, fala-se em tudo isso, por isso que se acabe com o IRS e com o IRC nestas zonas do interior, ao menos durante uns anos, para que o investimento seja possível. Se isso não acontecer, as pessoas não acreditam, não há população, a desertificação humana vai continuar e nós estamos condenados. No futuro, não havendo emprego, não havendo produção de riqueza, não havendo investimento, naturalmente que a população vai ser cada vez menor”.

António Santos foi eleito nas últimas autárquicas. Assumiu a liderança do município após Jorge Fidalgo cessar funções, em agosto de 2024, para desempenhar o cargo de diretor da Segurança Social de Bragança.

O autarca, que esteve em entrevista à Rádio Brigantia e ao Jornal Nordeste, admite ainda que os “fracos recursos” do concelho já não chegam para fixar as pessoas. “Temos um sem número de medidas de apoio no âmbito social, como o regulamento de apoio à natalidade e à infância, numa tentativa de combater o deficit demográfico. Com toda a sinceridade, eu não sei o que mais é que o município pode fazer. Não sei o que mais se pode fazer para melhorar a qualidade de vida da gente que aqui reside”.

Ainda assim, António Santos adiantou que vai continuar a apostar na área social. Reclamar mais investimento ao Poder Central é a principal bandeira deste mandato.

Quanto a uma futura recandidatura, o autarca assume que o futuro é incerto. “Não tenho nos meus horizontes ser candidato, mas o futuro é incerto. Em política, o que é hoje verdade, amanhã é mentira. Tenho em mente, não ser recandidato. Já fiz 69 anos e já tenho idade para descansar, porque já dei muito de mim próprio ao concelho, às freguesias e às pessoas. Parece-me que é hora de apostar um pouco mais na juventude. Embora a juventude seja cada vez menos”.

A entrevista ao autarca pode ser lida na integra na edição desta semana do Jornal Nordeste e pode também ser ouvida, hoje, na Rádio Brigantia, depois do noticiário das 17h.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Cindy Tomé

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