Há pessoas que passam na nossa vida de uma maneira indelével e uma delas que passou na minha foi o Dr. Saldanha.
O bonacheirão Dr. Saldanha, professor de Ciências da Natureza. Mais que professor era um humanista, sensível a todos os problemas dos alunos. Confesso que talvez, nos parâmetros ideais para a época, não fosse um bom professor mas era sem sombra de dúvidas um formador. Era impossível um homem daqueles cumprir, dar, o programa.
Dez minutos de Ciências da Natureza e o resto da aula, era ele, com um brilhozinho nos olhos,…a contar histórias.
Histórias da vida.
Bebedor inveterado, situação que fazia transparecer no seu aspecto físico, nomeadamente no rosto cansado. Mas humano…humano.
Numa aula de educação física parti um braço.
Quando as aulas acabavam ao som da campainha e vinha o recreio, os alunos saíam da sala como loucos. Saíam quando saíam. Eu tinha o braço engessado e tinha tocado a campainha para o fim da aula de Ciências da Natureza. Todos prontos na linha de partida para aproveitar os dez minutos de liberdade na cerca. Que grande “berro” deu o Dr. Saldanha…NINGUÉMMMM SE MEXEEEEE!!!
Tudo quedo e mudo.
Menino vem para aqui. O Dr. Saldanha de peito feito com a sua proveta idade coloca-me atrás dele para me proteger da investida louca de todos. Eu tinha o braço engessado. – Saiam todos lentamente e sem reboliço. Saíram todos e depois saí eu. Era o Dr. Saldanha…que no seu “mata porco” ia buscar a pistola para liquidar o suíno com um tiro fatal e fulminante no meio da cabeça, porque não suportava ver o animal sofrer ao ser-lhe espetada a faca na jugular…
- Os meninos gostam de morangos?
Quem não gostava de morangos? Nem os havia à venda.
Pois saibam que há uma quinta que está cheia deles e o dono esta noite não vai estar lá, mas não contem a ninguém que fui eu quem lhes disse. Claro que a quinta era a dele e a visita implicava subir as escadinhas do São Bartolomeu.
Na manhã seguinte lá estava ele cabisbaixo.
- Que se passa Sr. Doutor?
- Assaltaram-me esta noite a quinta e limparam-me uma carrada de morangos.
Era o Dr. Saldanha.
Dez minutos de Ciências da Natureza e o resto da aula, era ele, com um brilhozinho nos olhos,…a contar histórias.
Histórias da vida.
Bebedor inveterado, situação que fazia transparecer no seu aspecto físico, nomeadamente no rosto cansado. Mas humano…humano.
Numa aula de educação física parti um braço.
Quando as aulas acabavam ao som da campainha e vinha o recreio, os alunos saíam da sala como loucos. Saíam quando saíam. Eu tinha o braço engessado e tinha tocado a campainha para o fim da aula de Ciências da Natureza. Todos prontos na linha de partida para aproveitar os dez minutos de liberdade na cerca. Que grande “berro” deu o Dr. Saldanha…NINGUÉMMMM SE MEXEEEEE!!!
Tudo quedo e mudo.
Menino vem para aqui. O Dr. Saldanha de peito feito com a sua proveta idade coloca-me atrás dele para me proteger da investida louca de todos. Eu tinha o braço engessado. – Saiam todos lentamente e sem reboliço. Saíram todos e depois saí eu. Era o Dr. Saldanha…que no seu “mata porco” ia buscar a pistola para liquidar o suíno com um tiro fatal e fulminante no meio da cabeça, porque não suportava ver o animal sofrer ao ser-lhe espetada a faca na jugular…
- Os meninos gostam de morangos?
Quem não gostava de morangos? Nem os havia à venda.
Pois saibam que há uma quinta que está cheia deles e o dono esta noite não vai estar lá, mas não contem a ninguém que fui eu quem lhes disse. Claro que a quinta era a dele e a visita implicava subir as escadinhas do São Bartolomeu.
Na manhã seguinte lá estava ele cabisbaixo.
- Que se passa Sr. Doutor?
- Assaltaram-me esta noite a quinta e limparam-me uma carrada de morangos.
Era o Dr. Saldanha.
Conheci esta figura que marcou Bragança,o Dr. Saldanha que morou na Costa Grande numa belíssima casa que ainda hoje se encontra em belíssimo estado de conservação.
ResponderEliminarCom os seus defeitos e virtudes, como todos nós, não deixava de ser tema de conversa entre nós.
Não resisto a contar aqui uma história passada com o Dr. Saldanha:
Num peditório ambulante, duas meninas aproximam-se do Dr. Saldanha e dizem-lhe: Senhor Dr. Quer dar alguma coisa para o reumatismo.
O Dr. Saldanha de resposta pronta siz-lhes: E as meninas não me arranjam alguma coisa para a prisão de ventre.
Que descanse em paz.
Era o meu professor de geografia.
ResponderEliminarDava-me sempre notas altas o que eu até merecia.
Nunca me vou esquecer dele pois era uma pessoa muito especial.
Se a minha memória não me engana ele tinha uma bela coleção de selos que gostava de mostrar.