segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Centro de Musica Tradicional Sons da Terra imortaliza património musical do Nordeste

Gaita de Foles Transmontana
O centro de música tradicional Sons da Terra (CMTST) editou duas colecções discográficas «distintas», mas consideradas «fundamentais», para perpetuar o património imaterial da região nordestina, ao longo da última década, somando agora mais de uma centena de discos.
«A colecção principal é composta por 95 discos publicados até ao momento, sendo que a segunda colecção é composta por 16. No entanto, apenas 40 por cento dos arquivos sonoros dos registos efectuados, ao longo dos últimos 10 anos, estão em suporte de CD», disse Mário Correia, director do CMTST.

O CMTST tem sede na vila de Sendim, no concelho transmontano de Miranda do Douro, sendo tida com uma instituição de «relevo» no panorama cultura da região e frequentada por investigadores da tradições da Terra de Miranda que geograficamente se estende desde Outeiro (Bragança) até Lagoaça (Freixo de Espada à Cinta), as quais se deslocam de toda a península ibérica e de outros países europeus.
A colecção principal está dividida em quatro áreas da etnomusicologia, que vai do registo da tradição oral perpetuada no tempo por novos e antigos gaiteiros e tamborileiros da região, a cânticos religiosos e populares, passando por paisagens sonoras.
A segunda colecção resulta da compilação do trabalho de novos grupos da região, incluindo um dos mais influentes gaiteiros e fabricantes de gaitas de fole da região, Célio Pires, passando pelos grupos de gaiteiros Lhenga Lhenga, Trasga e a denominada Agrícola Rock Band Pica Tomilho.
«Se todos os registos efectuados desde o ano 2000 fossem gravados poderíamos contar com a edição de mais de 200 discos sobre a memória colectiva de um povo», acrescentou o responsável.
A duração dos discos é desigual, mas poderá passar por registos de 30 a 40 minutos, havendo outros de 80 minutos de duração.
O responsável admite que o CMTST se debate com um «problema de futuro», que passa pelo que fazer com o valioso acervo cultural do Centro.
«Depositamos algumas esperanças na criação da Fundação da Língua e Cultura Mirandesa». A alternativa passa por «depositar todo o espólio na Universidade Nova de Lisboa ou na Universidade de Aveiro», acrescentou Mário Correia.
O projecto, do momento, passa pelo registo da nova geração de gaiteiros que ao longo do tempo vai permitir «estudar a evolução» das gaitas de fole, numa altura em que este instrumento sofreu um processo de padronização.
O CMTST é também «uma fonte de recursos» para estudiosos, quer agindo individualmente quer integrados em organismos universitários e afins, com particular incidência/relevância para os estudantes de áreas do conhecimento associadas, directa ou indirectamente, à cultura tradicional.
in:cafeportugal.net

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