Quatro milhões de euros é o valor das dívidas da Câmara de Bragança. A autarquia apresenta uma taxa de endividamento muito inferior ao limite da capacidade para se endividar, que pode ascender aos 23 milhões de euros. O presidente da Câmara de Bragança realça que a análise económico-financeira do primeiro semestre deste ano revela que o município está de boa saúde financeira. Jorge Nunes salienta que a autarquia diminuiu a dívida de curto, médio e longo prazo em cerca de 2 milhões de euros.
“As contas do município identificam absoluta regularidade de funcionamento técnico, administrativo e jurídico. Faz o retrato económico-financeiro do município que é positivo, com bons níveis de execução, de receita e de despesa, com redução do endividamento do curto e longo prazo, com melhoria dos rácios de endividamento e de liquidez do município. Estamos com 19 por cento da capacidade total que é autorizada aos municípios, ou seja estamos a menos de um quinto dessa possibilidade”, realça o edil.
A saúde financeira do município foi divulgada na última Assembleia Municipal e motivou críticas dos partidos da oposição. O PS acusa o executivo de não ter entregue a documentação com a antecedência necessária para os deputados poderem analisar o relatório. “É um documento técnico e nós comungamos da opinião da Comissão de Economia de que não houve tempo para analisar o documento.
Foi-nos entregue muito tarde e portanto não é possível darmos qualquer tipo de opinião sobre um documento tão extenso e tão técnico”, garante Vítor Prada Pereira.Já o PCP e o CDS não reconhecem autoridade à empresa que analisou as contas. “O presidente da Câmara apresentou aqui um relatório de seis meses das contas encomendado a uma empresa particular e nós consideramos que isso não são formas de fazer avaliações das contas, porque só reconhecemos credibilidade a três entidades e achamos que o que a Câmara fez foi gastar dinheiro ingloriamente”, afirma José Brinquete.
“Esta questão é muito delicada porque há aqui uma grande assimetria ao nível da informação, que está toda do lado da Câmara, porque os números que são dados saem das câmaras e portanto a assembleia tem muito pouca margem para avaliar”, salienta Cláudia Guedes de Almeida.O Movimento Sempre Presente critica a forma como a Câmara gasta o dinheiro.
“Temos uma postura crítica relativamente à forma como são gastos os recursos financeiros deste município”, realça José Lourenço. O Bloco de Esquerda não se pronunciou sobre esta questão porque o deputado Luís Vale abandonou a Assembleia em forma de protesto depois da mesa ter recusado o seu pedido de intervenção no período antes da ordem do dia por já ter sido ultrapassado o tempo neste ponto.
Escrito por Brigantia
in:brigantia.pt
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