"Apurámos que não houve nenhum parecer emitido pelo Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade e que tudo foi feito à revelia de qualquer licença ou estudo. Esta é uma situação no mínimo estranha, já que a barragem está inserida em pleno Parque Natural do Douro Internacional (PNDI)", avançou o dirigente regional da Quercus João Branco.
Segundo o ambientalista, há no processo um "claro abuso" no acto de pintar parte dos paredões da barragem de amarelo -choque, tanto mais que, diz, se trata de uma paisagem internacional protegida.
"Na opinião das pessoas com quem já tive a oportunidade de falar, aquela cor não se enquadra minimamente na paisagem da região e poderá mesmo ter impacto negativo na fauna que habita na área protegida, provocando a sua fuga para outros locais", acrescentou.
Por seu lado, o presidente da junta de Bemposta afirmou ainda recentemente para pavimentar um caminho foi imposição dos dirigentes do PNDI que se utilizasse um tipo de betão da cor castanha, para não causar impacto visual na paisagem da área protegida.
"Tudo isto é uma autêntica aberração. As pessoas estão habituadas a ver a barragem pintada com a sua cor natural há mais de 40 anos e não aceitam atitude de bom grado", frisou o autarca de freguesia.
A junta de Freguesia de Bemposta em conjunto com a população de região pondera, agora, tomar medidas reivindicativas para "anular” a pintura que foi efetuada, apenas do lado português.
A central hidroelétrica de Bemposta está na fase final de obras de reforço, cujo investimento total ronda os 130 milhões de euros para aumentar em 80 por cento a sua potência.
in:rba.pt
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