Uma instituição de solidariedade de Bragança deu hoje início à construção de uma academia para pessoas com deficiência num distrito onde a falta de equipamentos do género é atualmente uma das principais carências sociais.
A obra é do Centro Social e Paroquial dos Santos Mártires, uma organização ligada à Igreja, que há quase 30 anos trabalha para "os mais pobres entre os pobres", numa das zonas mais populosas e carenciada da cidade de Bragança.
Numa altura em que a crise acentua as carências sociais, o centro continua a cumprir a missão inicial, mas decidiu também investir dois milhões de euros para ajudar a atenuar uma lacuna do Distrito de Bragança na área da deficiência, como disse hoje o presidente, o padre José Bento.
A Academia dos Santos Mártires deverá abrir no final de 2013, no bairro Artur Mirandela, com uma abrangência distrital e lugar para 24 pessoas num lar residencial, 30 num centro de atividades ocupacionais e 13 em três residências autónomas.
"Construir para incluir" é o lema desta obra financiada em 1,4 milhões de euros pelo Programa Operacional de Potencial Humano (POPH).
O projeto tem um segundo objetivo, que é a promoção de emprego através dos 40 postos de trabalho que a academia irá criar, a maioria qualificados.
"Escolhemos a deficiência porque, dentro da parceria inteligente de diálogo e de colaboração com a Segurança Social, concluímos todos que aquilo de que havia mais necessidade no campo social hoje era para as pessoas portadoras de deficiência", explicou José Bento.
De acordo com o presidente da instituição, a abrangência das respostas nesta área é de "quatro a cinco por cento no distrito e no país a média é muito baixa, daí a necessidade de se construir um equipamento para estas pessoas".
O centro Social e Paroquial dos Santos Mártires está situado no bairro social da Coxa e tem, ente outras valências, um refeitório social que serve 20 utentes, recebe 25 crianças num jardim de infância e mais 20 utentes num centro de convívio.
"De facto, com esta crise, vai-se acentuando cada vez mais a necessidade de mais solidariedade, mais caridade, mais ajuda, mas é para isso que estas instituições existem", declarou, garantindo que continuam "a ter capacidade de resposta, apesar do poucos meios económicos".
HFI
Lusa
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