quinta-feira, 22 de março de 2012

Mirandela: Associação zoófila oferece ajuda para capturar cães "selvagens" e estranha falta de resposta da Câmara


A presidente da Associação Zoófila Portuguesa (AZP) manifestou hoje estranheza pela falta de resposta da Câmara de Mirandela a uma oferta de ajuda para capturar os cães "selvagens", quatro meses depois de cancelada uma operação no local.
Ana Fernandes não percebe "como é que uma coisa que foi apresentada como urgente continua sem solução", referindo-se à urgência alegada pela Câmara de Mirandela para resolver o problema, quando esteve agendada, em dezembro, uma operação de captura dos 200 cães que vagueiam pelo monte junto ao aterro sanitário da Terra Quente e que já terão atacado agricultores e homens do lixo.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Mirandela, António Branco, confirmou ter recebido a proposta da AZP, disse que está a ser avaliada, mas garantiu que irá ser "aceite", embora não tenha ainda calendário previsto para avançar com nova operação de captura.
A presidente da AZP não percebe como é que uma situação que foi apresentada como urgente, por estar em causa a saúde e segurança públicas, agora se prolongue no tempo, assim como estranha não ter ainda obtido resposta do município ao plano que esta associação apresentou no início de fevereiro.
No documento, a AZP manifesta "disponibilidade para organizar e coordenar esforços e contribuir com os recursos que estiverem ao seu alcance, desde que toda a intervenção seja sempre norteada pelos melhores padrões da proteção animal".
A organização de defesa dos animais, sediada em Lisboa, sugere a metodologia a adotar e indica como fundamental começar por determinar o número concreto de animais e as características do terreno, por forma a planear eficazmente os recursos.
A associação disponibiliza-se também a pedir ajuda a parceiros internacionais para a captura e a dar formação localmente depois de ser feito um levantamento dos meios existentes, nomeadamente técnicos e canis ou refúgios.
A AZP considera que poderá ser também um parceiro na fase das esterilizações, disponibilizando alguns recursos humanos e materiais, e em campanhas de adoção ou soluções para o futuro dos animais.
Alerta ainda ser "necessário definir os custos previstos e encontrar financiadores para o projeto e definir medidas preventivas a implementar para evitar situações similares".
O presidente da Câmara de Mirandela, António Branco, disse à Lusa que esta foi "a proposta mais pró-ativa" que recebeu e que pretende aceitar.
"Até agradecemos este tipo de ajuda", afirmou, justificando a falta de resposta por a proposta estar "ainda a ser avaliada", assim como a forma e outros parceiros para a captura.
O problema para o autarca é que a proposta da AZP "resolve a questão a montante, mas falta reunir parceiros e condições para ir para o terreno".
Garantiu, no entanto, que o município está "a tentar resolver a situação durante a primavera" e que está já "à espera que cheguem algumas jaulas com armadilhas".
Uma operação de captura determinada pela Direção Geral de Veterinária esteve agendada para dezembro, mas foi cancelada depois de a GNR se ter recusado a participar por entender que constituía "crime", ao contemplar o abate dos animais a tiro.


HFI.
Lusa

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