Os criadores de bovinos de raça Mirandesa estão desanimados com a actividade.Dizem que a criação não dá rendimento porque a carne não está a ser valorizada na comercialização.As queixas ouviram-se ontem, em Miranda do Douro, durante o concurso concelhio de bovinos de raça Mirandesa. “Estão a pagar-nos muito pouco pela carne e assim nós vamos arrumar isto, porque assim não dá.
Pagam mais pelas outras raças”, refere Maria Alice Preto, de Paradela. Felizbelo Torado, de Vale d’Águia até já vendeu as vacas “porque davam-me mais prejuízo do que lucro. Estou aqui com as vacas do meu irmão e eles tem-nas por gosto”.A mesma opinião tem Inês Teixeira, de Malhadas, ao afirmar que “não vale a pena investir na agricultura. Eu agora tenho 34 animais mais já tive 47 porque as rações estão muito caras e a carne vende-se mal”.Actualmente, o efectivo da raça Mirandesa ronda os 5300 animais.
O secretário técnico da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa aponta alguns dos desafios a seguir para que a ameaça de extinção desapareça.“Está-se a incidir no melhoramento de alguns caracteres que são importantes como é o caso da velocidade de crescimento”, refere Afonso Pimentel. Além disso, “está a tentar-se que não se perca a qualidade da carne que é o ponto forte da raça.
Se assim for, a raça tem condições intrínsecas para que mais criadores venham a aderir à criação e aumentar o efectivo, a médio prazo”.
Ontem estiveram a concurso 55 animais do concelho de Miranda do Douro.
Escrito por Brigantia
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