Ano litúrgico é "um conjunto dos momentos salvífico
A celebração litúrgica não é uma cerimónia, "é a oração da Igreja, da comunidade eclesial que se reúne para celebrar. Precisamos de descobrir que essa oração em comunidade também é oração e não um rito exterior, como, por vezes, se pensa", explicou ao Mensageiro o P. Bernardino Costa, um dos oradores das Jornadas de Liturgia promovidas pela diocese de Bragança-Miranda, que decorreram nos dias 22 e 23 deste mês, em Bragança. Contando com um grande número de participantes as jornadas foram subordinadas ao tema "Ano litúrgico, ritmo de encontro com Deus".
O tempo litúrgico começa no domingo do Advento, no final de Novembro, e prolonga-se até ao dia antes desse 1º domingo do Advento, tendo "um aspeto circular, porque todos os anos repetimos, ou linear, se quisermos", referiu o orador, sublinhando que, o mais importante é o seu aspeto pontual, o "hoje da celebração". "Quando nos reunimos para celebrar estamos a celebrar o mesmo acontecimento como se estivéssemos junto de Cristo no cenáculo, como se estivéssemos junto de Cristo na Cruz e como se Cristo estivesse a renovar o seu sacrifício", afirmou.
Também D. José Cordeiro, Bispo diocesano, outro dos oradores, sublinhou que Ano litúrgico deve ser considerado como um "conjunto dos momentos salvíficos, celebrados ritualmente pela Igreja, mediante a Eucaristia que é memorial dos acontecimentos do mistério da salvação realizados na história. O seu fundamento bíblico-teológico radica na celebração e actualização do mistério de Cristo no tempo".
D. José Cordeiro disse ao Mensageiro que estas jornadas são para continuar, dada a importância da liturgia, que, não esgotando a ação da Igreja é o "princípio e vértice de toda a vida Cristã. É a grande escola da fé", a "fé vivida", tornado presente, à "vida e ao coração, aquilo que Cristo realizou de uma vez por todas".
O Bispo diocesano explicou que foi a falta de formação litúrgica que levou a piedade popular a ganhar tanta importância. Sem deixar de considerar a piedade popular importante, D. José afirmou que é a liturgia que nós dá a centralidade do mistério de Cristo. "Na piedade popular é uma oração pessoal, livre, nós podemos dirigirmo-nos aos santos, a Nossa Senhora, a Jesus Cristo, mas a liturgia é a vivência profunda do mistério essencial da vida cristã, que é sempre uma oração dirigida ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo".
Na sua intervenção, D. José havia explicado que "a história da salvação ritualizada nas acções litúrgicas é o cumprimento em nós, num movimento aberto e ascensional até à plenitude, do mistério de Cristo, que a Igreja celebra cada ano, nos seus diversos aspectos, para tornar presente e comemorar o dom da salvação, não segundo esquemas subjectivos mas através de um plano sacramental. O que aconteceu de uma vez para sempre na vida histórica de Jesus, torna-se sacramentalmente presente à sua Igreja, cada vez que se cumpre o imperativo evangélico «fazei isto em minha memória» (Lc 22,19)".
Por: Ana Preto
in:mdb.pt
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