O optimismo foi sol de pouca dura entre os antigos mineiros de Torre de Moncorvo. Em Outubro de 2011, quando surgiu a notícia da intenção da empresa anglo-australiana Rio Tinto investir mil milhões de euros na exploração de ferro no concelho, sorriram com a perspectiva de criação de 1220 postos de trabalho.
Agora, perante a desistência do gigante mineiro, a tristeza regressou. É o caso de António Teixeira, de 62 anos. “Fiquei triste, porque isto era um investimento bom para a região. Era bom para toda a gente.
Para mim já não, que já tenho idade, mas seria para os méis filhos e para os meus netos. Porque isto tem aqui minério que é uma coisa louca”, salienta o ex-mineiro.Outro antigo mineiro de Moncorvo, José Alberto Costa, de 65 anos, diz que sempre esteve de pé atrás e que agora mais desiludido ficou. “Afinal foi só um boato para enganar o pessoal. Já andava aí o pessoal todo contente.
Agora ficou toda a gente triste, porque fica tudo em águas de bacalhau. Agora ainda temos algum movimento com a barragem, mas quando acabar fica tudo completamente morto”, afirma o antigo mineiro.
Apesar de também estar desiludido com a perda de interesse da multinacional Rio Tinto na exploração do ferro de Moncorvo, António Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia de Felgar, a zona onde o investimento teria mais impacto, ainda acalenta esperanças de que outra empresa possa investir nas minas de Moncorvo. “Há sempre uma esperança, porque havendo postos de trabalho a juventude já não precisa de emigrar. Pode ser que outra empresa pegue nisto”, realça o autarca.
No rol de reacções à desistência da Rio Tinto da exploração das minas de Moncorvo, está a do deputado do PS Basílio Horta, que esteve à frente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, que disse ontem que este caso é um exemplo da “ineficácia” e da "incompetência" do Governo em relação à atracção de investimento estrangeiro.
In.brigantia.pt
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