Local: Vilas Boas, VILA FLOR, BRAGANÇA
Informante: Maria de Lurdes Dionísio Ala (F), 61 anos
O meu tio-avô tocava muito bem bandolim. Uma noite, a certa altura da madrugada, foram lá chamá-lo, à casa onde ele morava, em Meireles.
— Ó António Fraga, anda à ronda!
E ele foi. Foi à ronda. E andaram a tocar pelas ruas. E depois levaram-no para um ribeiro, o ribeiro do Olival da Porta, lá em Meireles, deram-lhe tanta porrada, tanta porrada... e deixaram-no lá. Mas aquilo era um ribeiro muito fundo, que ninguém dava lá com ele. Então ele, depois... muito mal, muito mal, começou a gemer, a gemer, e as pessoas que passavam ali prós terrenos, sentindo gemer, foram ver e lá estava ele, o coitado, no fundo do ribeiro. Salvaram-no e trouxeram-no pra casa. Mas elas antes de o deixarem lá no ribeiro, ainda lhe disseram:
— Se nos descobres, matamos-te!
Depois, passados tempos, foram lá elas chamar outra vez:
— Ó António Fraga, anda à ronda!
E ele diz:
— Não, não vou. Ide vós!
E diz que era então uma chocalhada muito grande, muito grande...!
Fonte:PARAFITA, Alexandre Património Imaterial do Douro (Narrações Orais)
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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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