O grande problema que tem contribuído para este aumento são os desempregados. O provedor diz que o mais preocupante é o desemprego que atinge principalmente os casais. “Onde há problemas é nos desempregados, os outros muitas vezes estão a ser oportunistas”, considera Manuel Araújo. “Nos desempregados é que temos de estar muito atentos principalmente nos casais porque são as pessoas que investiram, compraram casa, e que agora não têm dinheiro para pagar os seus compromissos e às vezes têm vergonha de pedir”, acrescenta, salientando que “estamos a procurar que as refeições estejam a ser servidas o mais secretamente possível, sem denunciarmos”.
A Santa Casa de Mirandela já tem a cantina solidária a funcionar. Inicialmente estava previsto fornecer refeições a preços reduzidos durante três meses, mas devido ao aumento dos números do desemprego, não existe data para terminar com esta ajuda. No entanto, o provedor lamenta que o Estado não comparticipe mais nas refeições.
Manuel Araújo avisa que este esforço tem um limite, até porque, devido à gravidade da situação, as refeições estão a ser servidas gratuitamente.“No protocolo está escrito que deviam pagar, mas chegam lá e dizem que não têm dinheiro, por isso não sei até onde isto vai esticar”, refere o provedor. “Com os dois euros e meio que recebemos da Segurança Social não dá porque normalmente a sopa dá para três pratos e a refeição principal dá para o almoço e jantar”, acrescenta, explicando que “estamos a fornecer mais alimentação para poder compensar a refeição da noite”.A cantina social tem capacidade para servir 65 pessoas.
Neste momento a Santa Casa da Misericórdia de Mirandela não chega a este número, para ter capacidade de resposta a situações graves que possam surgir nos próximos tempos.
Escrito por Rádio Terra Quente (CIR)
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