Até Setembro deste ano registaram-me 29 casos e no mesmo período do ano anterior, as autoridades assinalaram 7 ocorrências.
Para a responsável do Núcleo de Violência Doméstica do Distrito de Bragança, este aumento pode ser reflexo dos tempos de crise. “Se tivermos em conta que até Setembro do ano passado tínhamos tido 7 e até Setembro deste ano temos 29 é um aumento muito grande”, adianta, acrescentando que “estamos em crise e as relações humanas estão desprovidas de afectividade e companheirismo”.
Por isso, “há idosos a viver em situações muito complicadas, por um lado vítimas da solidão e do isolamento e por outro, devido a dinâmicas familiares disfuncionais”.
Segundo Teresa Fernandes não há registo de casos em instituições de solidariedade social. A violência ocorre em casa ou dos idosos ou dos cuidadores. “A vítima idosa já não tem um cônjuge, vive sozinha ou com um prestador de cuidados mas que não é muito afectivo e é ele o autor dos maus-tratos”, explica. “São vítimas muito reservadas que não denunciam por vergonha”, salienta.
O tema esteve ontem em debate, em Bragança, numa conferência organizada pelo Núcleo de Violência Doméstica do Distrito de Bragança.
A psicóloga responsável pelo núcleo explica que neste contexto, a violência a que os idosos estão sujeitos não é a física. “Esta conjuntura social e económica leva a que os prestadores de cuidados retirem os idosos das instituições e levem para sua para sua casa para usufruir dos seus rendimentos”, refere. Além disso, há também a violência psicológica “que é mais difícil de comprovar. Os idosos são vítimas de humilhação, insultos, difamação e até ameaças à integridade física”.
Os casos registados este ano ainda estão em fase de inquérito.
A maioria dos que ocorreram no ano passado teve condenação em tribunal com penas de prisão suspensas ou pagamentos de coimas.
Escrito por Brigantia
in:brigantia.pt
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