Local: Linhares, CARRAZEDA DE ANSIÃES, BRAGANÇA
Vivia D. Lopa numa casa em Linhares. Era muito boa. Tinha uma criada de quem gostava muito, mas era o Diabo, sem a ama o saber.
D. Lopa achou-se doente e precisava de se confessar. Por milagre de Deus, apareceu no povo um frade, que era Santo António, mas ninguém o sabia. D. Lopa quis confessar-se a ele, mas o frade disse-lhe que só a confessava se ela mandasse embora a criada.
— Isso não faço eu, que é a melhor criada que tenho tido.
— Venha cinza ou farinha.
Veio a cinza, a criada passou por cima e ficou assinada na cinza a forma do pé de cabra do Diabo. O santo fez-lhe os exorcismos e ele desapareceu e arrebentou lá fora, ao pé de uma figueira. Disse: APRA! («apre») e esta palavra ficou gravada numa pedra da calçada. Na tal casa está a imagem de Santo António num nicho, em alusão à lenda.
Fonte:VASCONCELLOS, J. Leite de Contos Populares e Lendas II Coimbra, por ordem da universidade, 1966 , p.655
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(Henrique Martins)
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quarta-feira, 14 de novembro de 2012
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