O ex-presidente da Câmara de Miranda do Douro e actual deputado da Assembleia Municipal de Bragança, Amândio dos Anjos Gomes, apresentou publicamente o livro “Aprende-se fazendo”, onde escreve sobre a sua vasta obra de escultura. A ideia de preservar em livro o seu trabalho de escultura foi-lhe sugerido pela esposa.
“As obras, umas vão desaparecendo, outras vão-se estragando. No livro ficam, é um testemunho”, revelou o autor, que não comercializa o seu trabalho.
A publicação foi divulgada no passado sábado, altura em que também foi inaugurada a exposição com o mesmo nome, patente no Centro Cultural Adriano Moreira.
Ainda que não se considere um escultor por não ter formação, Amândio Gomes começou a trabalhar a madeira ainda jovem, com 11 anos. Tem revelado grande versatilidade nos temas e nos materiais. “Ao longo da vida fui-me entusiasmando.
Comecei por umas peças pequeninas e depois fui querendo fazer mais e melhor. Agora é que eu estava em condições de começar a fazer coisas mas a idade já não ajuda”, explicou o autor.
A realidade que vai vendo e observando são a sua inspiração que depois verte para a madeira, o chifre, o ferro e a pedra. “Tento aprender um bocadinho em diversos. Comecei pela madeira e depois alarguei a outros. Nos últimos tempos dediquei-me mais à pedra”, referiu.
A execução das peças tanto pode demorar uma hora como 800, como é o caso de um dos objectos que está patente na exposição. “Nunca pus de parte da escultura que conciliei com a actividade profissional. Eu gosto da escultura, mas não tive oportunidade de frequentar uma escola de Belas Artes. Estive matriculado mas só um período, a vida não se conjugava e tive de vir para casa, porque primeiro está viver”, contou.
É um autodidacta, aprendeu fazendo. “Umas coisas sugerem outras. Na pedra raramente utilizo cinzéis, primeiro porque as pedras com que trabalho não suportam a pancada e depois porque consigo tirar da rebarbadora um bom trabalho”, acrescentou.
in:mdb.pt
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