sábado, 15 de dezembro de 2012
Médica de Bragança premiada em Chicago
Trabalho reconhecido em congresso internacional de radiologia
É o maior encontro do género e junta mais de 70 mil pessoas.
Mas um trabalho sobre a técnica de fluoroscopia, que já tinha caído em desuso, valeu-lhe a distinção Magna cum Laude (com louvor).
Ao Mensageiro, Catarina Silva mostrou-se “honrada” com a distinção, que já ajudou a reduzir uma lista de espera no seu hospital com mais de um ano. Esta técnica de exame da zona pélvica destina-se, sobretudo, a doentes com obstipação crónica ou incontinência.
O exame deixou de se fazer porque deixou de se fabricar o material necessário à sua realização, uma espécie de sanita transparente aos raios x, onde o doente repete o ritual diário de ida ao quarto de banho. Foi substituída por uma ressonância magnética que, no entanto, consegue resultados imprecisos, o que pode fazer a diferença para um cirurgião na hora de operar. “Nenhum cirurgião se mete a operar um doente destes às escuras, pois pode provocar uma incontinência. Não mata mas mói e altera a qualidade de vida das pessoas”, explicou Catarina Silva. “Constatámos que a ressonância subestima os achados. Uma descida do movimento pélvico de 12 cm e não de 4 como dizia a ressonância.
Muitas vezes não evidencia sequer os achados.” No entanto, apesar dos bons resultados conseguidos, é a única médica a desenvolver esta técnica em hospitais públicos em todo o norte do país.
Hoje em dia a técnica não está a aumentar nos hospitais públicos, não só pela pouca disponibilidade e pouco à-vontade que os médicos têm, e, por outro, porque nem todos possuem o conhecimento para o fazer.
Por fim, não há o equipamento necessário para fazer este tipo de exames. Nós engendrámos uma coisa lá com os técnicos, montámos uma estrutura em madeira, com o tampo em plástico, para poder passar o raio x à vontade”, contou.
Catarina Silva admite que este prémio é importante “porque foi uma forma de reconhecimento, a nível internacional, por um júri da maior competência, do meu trabalho e também porque este prémio é estimulante para trabalhos futuros no âmbito da radiologia”. Atualmente faz cerca de cem destes exames por ano e 200 de ressonância.
in:mdb.pt

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