Desde o início de Dezembro, o Centro de Saúde II deixou de poder contar com uma das médicas, e que ainda não foi substituída. Situação dificulta marcação de consulta e prescrição de medicamentos para cerca de 1500 utentes.
Vítor Correia é apenas uma das 1500 pessoas que ainda aparece na listagem do Centro de Saúde II de Mirandela indicando que Sílvia Stepu é a sua médica de família, quando na realidade, aquela profissional de saúde, já não está ao serviço há mais de mês e meio (contando os dias de férias e a oficialização da rescisão).
Vítor Correia só tomou conhecimento da situação, quando precisou de saber os resultados das análises que a sua médica de família tinha mandado efetuar. "Disseram-me que já não trabalhava na unidade de saúde e que mais ninguém podia dar-me a conhecer o resultado das diversas análises", refere este utente que teve a mesma resposta durante duas semanas.
Depois de muita insistência, Vítor Correia acabou por ser atendido, via telefone, por outra médica que lhe deu a conhecer o resultado das análises, mas foi avisado que não seria possível prescrever qualquer medicação, porque só a médica de família estava autorizada a fazê-lo. "Tinha os valores do colesterol algo elevados e disse-me para fazer mais exercício físico, porque não podia receitar nada", conta.
Para além disso, o utente diz ter sido "aconselhado" a deslocar-se ao serviço de urgência do hospital e dessa forma podia ser-lhe prescrita a medicação necessária. Proposta recusada, até pelo fator económico, dado que só de taxa moderadora teria de pagar 17,50 euros.
Mediante estas respostas, Vítor Correia diz estar "indignado com a leviandade como se lida com este tipo de situações", deixando 1500 pessoas sem assistência médica.
No entanto, ressalva que, relativamente aos seus pais, diabéticos e por isso incluídos no grupo de risco, foi-lhe garantido que os casos não ficarão sem resposta.
Administração garante acompanhamento a todos os utentes
Confrontada com esta situação, a administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE), que gere os hospitais e centros de saúde do distrito de Bragança, respondeu, por escrito, confirmando que a médica em causa "denunciou o contrato de trabalho por vontade própria".
Adianta que essa rescisão, teve efeitos a partir de 1 de Janeiro e que ocorreu de forma "inesperada", impossibilitando assim um acautelamento ou antecipação da ULSNE relativamente à assistência clínica dos cerca de 1500 utentes que estavam atribuídos à médica em causa.
Apesar disso, garante que os doentes continuam a ser acompanhados pelos restantes clínicos que aí desempenham as suas funções, com especial atenção para os considerados "grupos de risco".
A nota explica que todos os utentes que estavam a ser assistidos pela médica estão a ser acompanhados na sua situação clínica, de acordo com as suas necessidades, "desde pedidos de medicação a consultas/vigilância."
A administração diz ser uma "solução temporária", até à atribuição, em definitivo, de um novo médico de família, o que deverá acontecer "o mais breve possível", conclui a nota da ULSNE.
in:jn.pt
Quando algum serviço público possa sofrer interrupção os gestores devem ser bons gerentes e nem que seja em caráter urgente ou humanitário colocar algum profissional naquela posição,os gestores tem que terem mais expediente para atender as demandas de sua comunidade.
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