sábado, 9 de março de 2013
Bragança - Autarca preocupado com falta de perspetivas para regresso do avião
O presidente da Câmara de Bragança manifestou hoje preocupação por o prazo avançado pelo Governo para retomar a ligação aérea entre Trás-os-Montes e Lisboa estar a esgotar-se sem perspetivas de ser restabelecido o serviço suspenso em novembro.
Jorge Nunes obteve a garantia do primeiro-ministro, numa reunião em janeiro, de que as condições de operação seriam publicadas em Diário da República em fevereiro e os voos restabelecidos em meados de março.
A uma semana do fim do prazo avançado, o autarca social-democrata constata que não foram publicitadas em fevereiro as condições para os operadores concorrerem e teme que já não haja condições para a ligação ser restabelecida no prazo anunciado.
Jorge Nunes adiantou à Lusa que tem conhecimento de que o Governo “aguarda ainda a aprovação do modelo de financiamento por parte da Comissão europeia”.
O autarca afirmou não ter dados para encarar esta alegação como um pretexto do Governo para manter a interrupção do serviço.
“Eu creio que o primeiro-ministro não quer prejudicar a região, mas interessa de facto que as coisas aconteçam para que esse prejuízo não se acentue”, afirmou.
O Governo decidiu suspender, a 27 de novembro, os voos que se realizavam ininterruptamente há 15 anos, alegando que a União Europeia não autorizava o modelo de financiamento estatal de 2,5 milhões de euros anuais.
Mais tarde, anunciou que a intenção era retomar a carreira aérea Bragança/Vila Real/ Lisboa com o financiamento ao passageiro como acontece com o arquipélago da Madeira.
Os autarcas transmontanos temem que este modelo dite o fim definitivo da ligação por falta de operadoras interessadas.
O presidente da Câmara de Bragança afirmou que pretende “insistir junto do primeiro-ministro e dos restantes membros do Governo que têm responsabilidade, afirmando sem reserva nenhuma que há uma dívida histórica que está por saldar para com o povo transmontano”.
Defende ainda que “o incentivo financeiro que estava a ser dado a esta ligação aérea é absolutamente ridículo no quadro do esforço que o país faz para subvencionar serviços públicos de transporte particularmente em Lisboa e que os transmontanos merecem muito mais do que isso”.
“Aquilo que eu espero, confiando no primeiro-ministro, é que as ligações aéreas sejam restabelecidas dentro do prazo que ele concedeu”, declarou.
Jorge Nunes referiu ainda que “a situação atual é evidentemente prejudicial para a região com a agravante de as obras no IP4 também se arrastarem um bocado por problemas de financiamento e as obras do túnel do Marão também estarem suspensas”.
“Não estamos perante bons indicadores para a nossa região”, concluiu.
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