sábado, 20 de julho de 2013

Souto Moura assina centro sefardita de Bragança

A cidade de Bragança vai ter no próximo verão um novo espaço cultural com a história da cultura sefardita do Nordeste Transmontano projetado pelo arquiteto Souto Mouro, anunciou hoje a autarquia local.
O projeto foi apresentado numa cerimónia que serviu para oficializar o protocolo entre Câmara de Bragança e a Rede de Judiarias de Portugal para os conteúdos do Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano.
O espaço foi projetado por Souto Moura, no edifício contíguo do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, também da autoria do arquiteto português distinguido com o prémio Pritzker.
A entrada para os dois espaços culturais será conjunta, segundo explicou hoje o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, sublinhando o "reforço da oferta cultural" da cidade com mais este investimento de 1,2 milhões de euros.
O autarca a credita que esta aposta "engrossará a fileira do turismo" com motivos de interesse para "aqueles que querem conhecer a arquitetura e o grande arquiteto português Souto oura, mas também para a comunidade sefardita espalhada pelo mundo".
O centro terá conteúdos interativos que vão dar a conhecer aos visitantes o que foi a presença sefardita nesta região.
"Ajudará a conhecerem um povo que aqui se fixou, que desenvolveu social e economicamente esta região, que foi inovador, teve de partir daqui em condições adversas e que conseguiu chegar aos lugares mais avançados do mundo e se afirmou", disse, apontando os exemplos dos médicos Jacob de Castro Sarmento e Oróbio de Castro.
Este novo espaço poderá fazer de Bragança "o centro de um futuro roteiro do judaísmo em Trás-os-Montes", adiantou o secretário-geral da Rede de Judiarias de Portugal, Jorge Patrão.
Outros municípios da região estão a desenvolver trabalho com vista à criação de uma rota do judaísmo em Trás-os-Montes e, para Jorge Patrão, este pode se e o início de um projeto mais vasto que ajude a valorizar a herança judaica espalhada pelas aldeias e a própria região.
"Podem despovoar as nossas terras, podem depauperar a economia do Interior do país, podem levar todos os interesses para o litoral, mas há uma coisa que não podem tirar às nossas terras, que é a sua história e a sua identidade", considerou.

HFI // JGJ
Lusa/fim

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