Francisco José Terroso Cepeda, presidente da Comissão Diocesana de Justiça e Paz da diocese de Bragança-Miranda considera que a região ganhou “nova centralidade” e que, apesar da imigração, são muitas as pessoas que a procuram.
“Todo este espaço diocesano ganhou nova centralidade, tornando-se muito mais apelativo a um conjunto cada vez maior de pessoas ávidas de sossego e paz” defende Francisco Cepeda, presidente da Comissão Diocesana de Justiça e Paz num artigo de opinião publicado esta quinta-feira no semanário digital ECCLESIA.
A diocese de Bragança-Miranda “foi, durante demasiado tempo, uma terra distante dos grandes centros de decisão, esquecida, habituando-se à sucessão de verões e invernos sem vislumbrar grandes melhorias nas condições de vida dos seus habitantes”, lembra Francisco Cepeda.
O presidente da Comissão Diocesana de Justiça e Paz recorda que “este isolamento marcou, indelevelmente, a forma de estar e sentir” das gentes nordestinas que se viram confrontadas com “a impossibilidade de acesso ao desenvolvimento a que tinham legitimamente direito” o que os levou a partir para outras terras e outros países onde encontraram melhores condições de vida trabalhando “exemplarmente, sem grandes períodos de repouso, conquistando a admiração e o respeito de todos”.
A situação de crise que agora se repete no país e “na região nordestina em particular”, levou a que novamente muitos perdessem os seus empregos na região que sofreu com “a deslocalização dos serviços públicos ali existentes, e com a insolvência de muitas empresas, pequenas na maioria dos casos, ligadas principalmente à construção civil e ao pequeno comércio” explica Francisco Cepeda em artigo de opinião no semanário digital ECCLESIA.
Uma nova vaga de imigração abandonou novamente a região de Bragança-Miranda “com uma única diferença em relação às últimas vagas do século passado: têm outra e bem melhor preparação para o triunfo na diáspora”, revela o presidente da Comissão Diocesana de Justiça e Paz de Bragança.
A saída de quadros qualificados do Nordeste de Portugal constitui um golpe duro para uma diocese envelhecida mas que ainda assim é considerada por muitos como uma “região atrativa, com uma oferta turística diversificada e de qualidade, capaz de satisfazer as inúmeras necessidades de quem a visita”.
“O ambiente despoluído, os rios selvagens (…) os montes multicolores que convidam à contemplação, o espetáculo das amendoeiras e das cerejeiras em flor (…) a tranquilidade dum mundo rural e a sabedoria ancestral dos seus moradores (…) e as inúmeras áreas protegidas que um pouco por toda a parte tornam esta diocese num verdadeiro santuário de todo o tipo de espécies vivas” são apenas algumas das maravilhas naturais e humanas que, na opinião de Francisco Cepeda, cativam visitantes de todo o país.
Também os cerca de sete mil jovens que frequentam o Instituto Politécnico de Bragança, o Instituto Superior de Línguas e Administração de Bragança e o Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros e de Mirandela “dão um colorido jovem a esta Diocese, tornando-a num espaço de oportunidade para as empresas que aqui se venham a fixar e que poderão encontrar a mão-de-obra qualificada para as suas atividades” conclui Francisco Cepeda.
A edição desta quinta-feira do semanário digital ECCLESIA analisa o contexto social e religioso na diocese de Bragança-Miranda e adianta perspetivas para a dinamização da Igreja Católica na região através de artigos de opinião e uma entrevista ao bispo diocesano, D. José Cordeiro.
Agência Ecclesia
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