Na Linha do Douro já foi também instalado, em 2011, um sistema de deteção entre as bocas de dois túneis consecutivos
A Refer vai investir 300 mil euros na instalação de um sistema de deteção e alerta de queda de taludes no Túnel de Rapa da Linha do Douro, na zona de Carreada de Ansiães, distrito de Bragança.
A abertura do concurso para o fornecimento do equipamento foi publicada hoje, em Diário da República, e a empresa proprietária das infraestruturas ferroviárias nacionais tem programadas, para além desta intervenção, “três outras ações para a instalação destes sistemas de deteção na Linha do Douro”.
Numa nota enviada à Lusa, a Refer esclarece que este sistema visa o reforço da segurança da circulação na linha que liga o Porto ao Pocinho, explicando que, “ao detetar a derrocada de blocos, ativa o fecho dos sinais que regulam a circulação ferroviária, indicando ao comboio a obrigatoriedade de parar, evitando assim embates”.
O concurso agora lançado visa, segundo a empresa, proteger os emboquilhamentos do Túnel de Rapa, ao quilómetro 142,218 da Linha do Douro, no troço Tua – Pocinho, numa extensão aproximada de 50 metros na boca de entrada do túnel e 70 metros na boca de saída.
O investimento de 300 mil euros destina-se à montagem de um sistema de deteção remota, constituído por sinalização lateral que indicará a ocupação da via-férrea devido à queda de blocos rochosos, e reportará as ocorrências para o permanente de infraestruturas do Centro de Comando Operacional (CCO).
O prazo de execução será de 120 dias após a adjudicação e a assinatura do contrato.
No esclarecimento enviado à Lusa, a Refer indica que tem dado relevância à instalação destes sistemas que, no caso da linha do Douro, são complementados com a videovigilância dos locais.
Estes equipamentos de alerta e deteção “já existem há alguns anos, nomeadamente, na Linha da Beira Baixa em quatro locais distintos, protegendo 1130 metro de linha, em plena via”, de acordo com a Refer.
Na Linha do Douro já foi também instalado, em 2011, um sistema de deteção entre as bocas de dois túneis consecutivos, o Loureiro e o Má Passada (entre as estações de Ermida e Rede) num troço onde a linha serpenteia ao longo do rio Douro.
A empresa explica ainda que os taludes laterais e frontais nas bocas dos túneis, denominados emboquilhamentos, “são pontos vulneráveis na infraestrutura ferroviária atendendo a fatores como a falta de visibilidade intrínseca ao traçado em sinuoso característico de zonas montanhosas, à instabilidade do maciço e à especificidade geomorfológica dos locais em causa”.
A Refer assegura que “tem tido como premissa desenvolver ações que tentem reduzir ao mínimo o risco associado a incidentes geotécnicos, na envolvente destas infraestruturas”.
Na impossibilidade de estabilizar, neste caso a montanha, “a opção passa por reduzir o risco associado a este tipo de ocorrências geotécnicas, através de um sistema que detete a queda de blocos e, ligado à sinalização, pare os comboios e evite os incidentes”, acrescenta.
Lusa
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