Candidatura do município de Macedo de Cavaleiros abrange o Maciço de Morais, a que os geólogos chamam "umbigo do mundo", por apresentar vestígios de dois continentes e de um oceano desaparecidos, muito antes dos dinossauros.
Uma equipa da UNESCO vai deslocar-se, em Maio, a Macedo de Cavaleiros, no âmbito da candidatura do Geoparque Terras de Cavaleiros, que o município transmontano espera ver aprovada ainda este ano.
O presidente da câmara, Duarte Moreno, adiantou nesta quarta-feira à Lusa que o território aspirante à classificação de geoparque será visitado, em Maio, por elementos da UNESCO, a organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura que atribui esta designação.
Para já, este território do distrito de Bragança é ainda apenas aspirante a geoparque, mas o autarca local acredita que a classificação "poderá ser consagrada", em Setembro, no Canadá, numa reunião da UNESCO. Duarte Moreno lembrou que actualmente existem em Portugal apenas três geoparques reconhecidos na zona do Tejo, Arouca e nos Açores.
O território que a autarquia de Macedo de Cavaleiros ambiciona ver classificado como Geoparque Terras de Cavaleiros tem quase 700 quilómetros quadrados e guarda um "singular património geológico que dá a oportunidade de percorrer milhões de anos na história da Terra" e tem despertado o interesse de geólogos de todo o mundo.
"Umbigo do mundo"
O Maciço de Morais, chamado "umbigo do mundo" pelos geólogos, apresenta vestígios de dois continentes e de um oceano desaparecidos e envolvidos na formação daquela cadeia de montanhas, há mais de 280 milhões de anos, muito antes dos dinossauros, quando os dois continentes chocaram e empurraram a placa oceânica do fundo do mar que os separava.
O município defende a candidatura argumentando que "o elevado valor geológico, internacionalmente reconhecido, se conjuga com o notável património natural, a sua identidade cultural, os produtos locais, a rica gastronomia e a arte de bem receber das suas gentes".
Com a classificação da UNESCO, a autarquia pretende "contribuir para a afirmação deste [território] como um destino geoturístico de excelência, que proporciona vivências científicas, educativas e culturais, onde todas as vertentes desta abordagem contribuam para o desenvolvimento sustentável do território, mantendo intactas as suas características naturais e a autenticidade das suas gentes".
A Rede Mundial de Geoparques criada, em 2004, pela UNESCO em parceria com a União Internacional de Ciências Geológicas visa distinguir áreas naturais com elevado valor geológico, nas quais esteja em prática uma estratégia de desenvolvimento sustentado baseado na geologia e em outros valores naturais ou humanos.
in:publico.pt
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