O bispo da Diocese de Bragança-Miranda, José Cordeiro, afirmou hoje que uma eventual candidatura das tradições da Páscoa desta região a Património da Humanidade "não estar sequer a ser equacionada".
O prelado reagia a um repto lançado por um pároco às entidades locais para apoiarem uma candidatura dos rituais ligados a esta quadra religiosa a Património Imaterial da Humanidade.
"Pode ser um sonho, um idealismo, até pode ser algo como possibilidade real, mas não posso adiantar nada mais", afirmou à Lusa o bispo diocesano.
José Cordeiro reconheceu que a diocese tem "uma enorme riqueza, um património riquíssimo material e imaterial".
Por essa razão, promoveu a criação de uma Comissão Diocesana de Arte Sacra e Bens Culturais e também de um serviço diocesano da Pastoral do Turismo.
"São esses serviços que irão estudar e ver esse tipo de possibilidade, mas de momento não existe nada", reiterou.
O bispo disse ainda desconhecer as afirmações do pároco que, ressalvou, "são de caráter pessoal" e "nunca foi pensada ainda nenhuma estratégia da parte da diocese".
"Isso não estar sequer equacionado, para já", sublinhou.
O pároco João Carlos Estevinho lançou o repto por altura da Páscoa, alegando que rituais como a Via Sacra, o Cantar ou Encomendar das Almas ou as Dores de Nossa Senhora são comuns à Igreja Universal, mas têm nesta região "um cariz popular, uma linguagem própria que podem perder-se se nada for feito para os reabilitar".
O padre da unidade Pastoral de São Bento, de Bragança, que congrega onze paróquias, acredita que "uma candidatura a Património Imaterial da Humanidade podia permitir a recolha destas tradições e contribuir para a sua reabilitação e preservação".
"Não me importo de dar o impulso, se conseguir apoio de outras entidades, estou nessa disposição", afiançou com a expectativa de conseguir parcerias a nível autárquico, de associações e outras instituições do meio rural, como disse à Lusa.
HFI // MSP
Lusa/fim
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