Filipa Madeira foi operada 76 vezes devido a uma infeção generalizada após ter sido submetida a uma cesariana. A mulher culpabiliza o hospital de Bragança e exige uma indemnização de 891.500 euros por “grave negligência e incúria médica”, avança o Jornal de Notícias.
Em maio de 2008, Filipa Madeira ia dar à luz, mas por complicações várias não pôde fazê-lo de parto natural e teve que ser submetida a uma cesariana. Em resultado desta intervenção cirúrgica contraiu uma infeção nosocomial, que não foi devidamente diagnosticada, levando a que fosse submetida a 76 cirurgias.
Filipa teve de retirar o útero, tecidos podres, fazer transfusões de sangue, chegou a ficar em coma, realizou transplantes de pele e teve várias outras complicações físicas e psicológicas, noticia o Jornal de Notícias.
“Tenho provas em como o atendimento que me fizeram foi negligente. Senti que me trataram como lixo e nunca me deram valor. Por isso dei entrada com o processo em tribunal”, explica a antiga cabeleireira que diz não conseguir trabalhar, uma vez que não pode fazer o mínimo esforço abdominal.
A Segurança Social disse-lhe que “não reunia condições de incapacidade” para receber uma pensão de invalidez e. por isso, resolveu processar o hospital que inicialmente a tratou.
Em junho de 2014, a advogada de Filipa deu entrada com um processo no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, pedindo uma indemnização de 891.500 euros, por danos morais, físicos e patrimoniais. “Após a infeção hospitalar pós-cirúrgica, que só ao hospital e profissionais que nele laboram pode ser imputada, sobressai que não foram votados à Filipa a atenção e cuidados necessários, atempados e adequados para evitar a sépsis grave e respetivas consequências”, indica o processo.
“O dinheiro não vai trazer-me de volta o tempo em que não vi o meu filho crescer e a saúde que perdi. Mas compensará o muito sofrimento por que passei durante estes anos, as despesas que tenho e terei sempre em acompanhamento médico, bem como a impossibilidade de poder trabalhar. E pode fazer com que o meu marido regresse a Portugal, já que foi obrigado a emigrar para Angola para sustentar a família”, conta.
in:jn.pt
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