Um dos examinadores do centro de exames de Mirandela, que está em prisão preventiva, acusado de estar envolvido no megaprocesso de corrupção passiva agravada na atribuição de cartas de condução, está agora indiciado em outro processo, por branqueamento de capitais.
De acordo com a Procuradoria-Geral Distrital do Porto, há indícios de que, com parte dos lucros obtidos com as práticas, alegadamente, corruptivas, o examinador terá adquirido, em Julho de 2009, uma mota, por mais de 21 mil euros. Em Setembro de 2010, foi comprada uma mota de água, por 14 mil e 500 euros. Em Outubro de 2010, foram pagos 28 mil euros por um automóvel e em Maio de 2012, foram gastos 44 mil euros para adquirir outra viatura.
O pai e a mãe do examinador do centro de exames de Mirandela também são acusados do mesmo crime de branqueamento de capitais, pelo Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto, por terem ajudado a dissimular os proveitos, ao longo dos anos, já que terão aceitado registar aqueles bens nos seus nomes.
Recordo que este examinador é um dos cinco arguidos que estão em prisão preventiva, desde Julho de 2013, altura em que foram detidos pela PJ, por suspeita da prática de corrupção passiva agravada num esquema que durava desde 2004, que envolvia os centros de exames de Mirandela e Bragança, onde, segundo a acusação, ser analfabeto ou chumbar não era obstáculo para ter carta. Bastava pagar entre 2500 a 4 mil euros. Ainda segundo, a acusação, houve quem entregasse ovelhas e uma mulher aceitou fazer sexo, em vez de pagar em dinheiro.
O Ministério Público acusou 116 arguidos, incluindo algumas escolas de condução num megaprocesso que já tem despacho de acusação, mas que ainda não começou a ser julgado.
Informação CIR (Rádio Terra Quente)
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