A noite de passagem de ano em Miranda do Douro vai ser assinalada com a reintrodução do "enterro do ano velho", uma tradição solsticial perdida há mais de uma década, disse hoje fonte ligada à iniciativa.
O iniciativa parte do Museu da Terra de Miranda (MTM) que promoveu um encontro prévio, para acerto de detalhes, com um grupo de pessoas da comunidade, algumas das quais participaram nas antigas representações.
Em declarações à agência Lusa, a diretora do MTM, Celina Pinto, explicou a simbologia do ritual: "O ano velho é personificado por uma figura masculina, velha, mal vestida, apresentando-se com a roupa suja e desgastada, descabelado, com os sapatos rotos, resultado do percurso percorrido ao longo do ano e que agora culmina".
"O ano velho representa o fim e o ano novo representa o começo enquadrando o eterno retorno do universo", acrescentou.
Segundo a responsável, é objetivo do MTM continuar a recuperar e revitalizar tradições, mas sempre em articulação com as comunidades.
"A consciência da importância das tradições deve partir das instituições, mas sem o apoio das pessoas das comunidades nada se consegue, pois são eles as protagonistas de todo e qualquer tradição e manifestação cultural material e imaterial", declarou.
No "enterro do velho" marcarão presença alguns elementos da filarmónica local, para tocar a marcha fúnebre, um mestre para as exéquias do enterro, e quatro homens para carregar a "padiola" que transporta o "velho".
FYP // JGJ
Lusa/fim
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