Uma família gastar 250 a 300 euros nos enchidos mais caros do país é uma realidade que tem resistido à concorrência e à crise na Feira do Fumeiro de Vinhais, que regressa entre 05 e 08 de fevereiro.
A vila transmontana reclama o estatuto de "Capital do Fumeiro" com a mais antiga feira do género, que há 35 anos serve de montra de uma aposta económica com réplicas noutras zonas, mas que a organização garante "resiste à concorrência e à crise" com o traço "distintivo da qualidade".
"É a mais antiga do país, outras apareceram, a concorrência nota-se sempre, mas nós não sofremos dessa concorrência porque, além da importância e do dinamismo que a feira já tem, tem o fator da qualidade destes produtos que é única", garantiu hoje Luís Fernandes, vice-presidente da Câmara de Vinhais, na apresentação do evento.
O fumeiro de Vinhais tem Indicação Geográfica Protegida (IGP) e todo o processo é controlado, vincou o responsável, obedecendo a especificidades que garantem a genuinidade do produto, desde logo a carne de porco Bísaro, uma raça autóctone que estava, há 20 anos, em vias de extensão e que se encontra em expansão atualmente, como garantiu a diretora da feira, Carla Alves.
Durante os quatro dias da feira estima-se que sejam vendidas 40 toneladas de produtos, cujo escoamento parece certo, mesmo tratando-se do fumeiro mais caro, tendo em conta que há produtores com clientes que fazem encomendas de ano para ano e que alguns chegam ao penúltimo dia da feira já com tudo vendido.
"Aparece gente disposta a comprar dezenas de presuntos", indicou a diretora da feira, frisando que cada unidade tem um custo médio de 150 euros.
Os que têm mais saída são a linguiça e sobretudo, o salpicão com um custo de 40 euros e "há pessoas que levam cinco, seis quilos", segundo ainda Carla Alves.
"Nós temos aqui muita gente, uma família média normal que gasta entre 250 a 300 euros facilmente em fumeiro", afiançou.
A organização facilita ainda a conservação oferecendo a embalagem em vácuo e outros serviços como o corte e desossa no caso do presunto.
O vice-presidente da autarquia espera 50 mil visitantes durante a feira e um retorno de seis milhões de euros para o concelho e a região dos 140 mil que o município investe no certame.
Durante os quatro dias vão marcar presença nos pavilhões do parque municipal de exposições da vila do distrito de Bragança, 70 produtores de fumeiro regional certificado, 90 artesãos e empresas locais.
Acrescem ainda o espaço gourmet, tasquinhas e restaurantes, maquinaria agrícola e outros comerciantes instalados na zona limítrofe, num total de quase meio milhar de expositores.
A feira reserva também um colóquio para informar produtores e agricultores das novas oportunidades do quadro comunitário de apoio.
Tradicionais são já também os diversos concursos, entre os quais se destaca o do melhor salpicão.
Dentro de alguns meses, Vinhais vai inaugurar um centro interpretativo do porco e do fumeiro, não só com os produtos locais, mas também de outras raças e produtos de outras regiões de Portugal.
O fumeiro tem sido também um motor do turismo, com a organização da feira a garantir lotação hoteleira esgotada durante os dias do certame e uma procura crescente em outras épocas do ano, nomeadamente no Parque Biológico de Vinhais, que recria a fauna e flora do Parque Natural de Montesinho, área protegida onde se localiza este concelho do Nordeste Transmontano.
HFI // MSP
Lusa/fim
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