Uma perda para a cultura e língua mirandesas. É assim que amigos e colegas de Amadeu Ferreira descrevem o desaparecimento daquele que é considerado um dos maiores investigadores da língua mirandesa.
O também poeta, escritor e jurista, natural de Sendim, no concelho de Miranda do Douro, morreu ontem em Lisboa, onde residia, na sequência de um cancro no cérebro, diagnosticado há mais de um ano e meio.
Amadeu Ferreira era Presidente da Associação de Língua e Cultura Mirandesas. O vice-presidente desta associação, Alfredo Cameirão, considera que o desaparecimento de Amadeu Ferreira é uma “perda irreparável”. “É uma perda irreparável porque o Amadeu Ferreira mercê do trabalho que desenvolvia em prol da língua mirandesa e da cultura mirandesa em geral, é inimitável.
O papel do professor Amadeu é absolutamente incontornável. Primeiro por todo o trabalho que ele desenvolvia, todos os estudos e publicações sobre a língua mirandesa e, em segundo lugar, por ser um incentivador para que outras pessoas se interessassem pelo assunto também e trabalhassem nesse campo”, salienta Alfredo Cameirão.
Amadeu Ferreira presidia ainda à Academia de Letras de Trás-os-Montes.
O Vice-presidente, António Tiza, não tem dúvidas que a morte de Amadeu Ferreira é uma perda não só para o planalto mirandês e Trás-os-Montes mas também para o país. “É uma perda para a cultura e língua mirandesas, para a cultura e literatura transmontanas e também a nível nacional, onde se afirmou na cultura e no direito. É uma perda para todos nós”, considera o investigador.
Os amigos e colegas de Amadeu Ferreira consideram ainda que a melhor forma de homenagear o investigador é dar continuidade ao seu trabalho e divulgar a sua obra. Na próxima quinta-feira serão apresentadas, em Lisboa, uma biografia de Amadeu Ferreira, da autoria de Teresa Martins Marques e a mais recente obra de Amadeu Ferreira, intitulada “Velhice”.
O corpo do investigador será cremado a seu pedido e não haverá cerimónias fúnebres. Para amanhã está marcada uma homenagem a Amadeu Ferreira, na Casa de Trás-os-Montes, em Lisboa, e na quarta-feira o escritor será homenageado na Casa da Cultura de Sendim.
O Município de Miranda do Douro vai colocar as bandeiras a meia haste até quarta-feira.
Escrito por Brigantia
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