sábado, 7 de março de 2015

Direcção Regional de Agricultura do Norte quer incentivar cultura do espargo em Trás-os-Montes

A Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN) quer incentivar a cultura do espargo em Trás-os-Montes, com a garantia de mercado assegurado e de rentabilidade elevada, revelou o diretor, Manuel Cardoso.

A região transmontana, antiga produtora de espargo verde (há cerca de 50 anos) no também antigo Complexo Agroindustrial do Cachão, que embalava e vendia este produto, como recordou o diretor regional. 

O que a direção regional pretende agora é, não só recuperar essa cultura, mas também «corresponder a uma solicitação do mercado inglês, que garante o escoamento da produção a quem apostar», assegurou Manuel Cardoso. Segundo disse, «a Inglaterra é altamente deficitária em espargos. Importa espargos do Chile, Polónia e de outros países». 

Trás-os-Montes, segundo ainda o diretor regional, «tem aqui uma janela de oportunidade porque a época em que consegue produzir espargos é uma época em que o mercado não tem espargos, a não ser desses destinos mais longínquos». «E, por isso, é muito importante aproveitarmos. Acho que pode ser uma cultura muito promissora para a nossa região», afirmou. 

Em Portugal já se cultivam espargos na zona de Entre o Douro e Minho e do Oeste. Trás-os-Montes pode seguir o mesmo caminho aproveitando os terrenos disponíveis e o regadio instalado em toda a região, segunda ainda aquele responsável. 

O diretor regional garantiu que o espargo «é uma cultura que uma vez instalada dura uma década a década e meia e pode assegurar, numa relativamente pequena área, um elevadíssimo rendimento». O rendimento dos espargos, concretizou, é na ordem dos 25/30 mil euros por hectare, mais rentável do que qualquer outra cultura. «Num hectare de espargos, podemos pôr o rendimento de uma família, enquanto com um hectare de olival nada que se pareça», exemplificou. 

Para esclarecer e cativar potenciais interessados, a direção regional promove, no dia 11, na Escola Agrícola de Carvalhais, em Mirandela, no distrito de Bragança, uma sessão sobre esta cultura com a presença de Jamie Petchell, da Hargreaves Plants, especialista nesta área. 

«É uma aposta séria e ainda por cima nós estamos a fazer as coisas com o destino final à vista. Ou seja, a pessoa, quando plantar, já pode ter o mercado assegurado. Basta que faça os contratos com as empresas importadoras, sobretudo para o mercado inglês», reiterou. O diretor regional indicou ainda que existe financiamento para projetos desta natureza, nomeadamente através do Plano de Desenvolvimento Regional (PDR 2020).

Agência Lusa

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